Recentemente o vocalista Oliver Sykes e o tecladista Jordan Fish, ambos do Bring Me the Horizon, deram uma entrevista para Liam Stapleton (do canal Triple J) e comentaram sobre o caminho que a banda trilhou entre seu primeiro lançamento, Count Your Blessings, e o recém-lançado amo.
Inspirados nessa entrevista (disponível na íntegra no player ao final do post), separamos 6 músicas – uma de cada disco – que evidenciam cronologicamente a evolução musical dos ingleses e a aproximação do pop, feita um passo de cada vez.
O primeiro disco do Bring Me the Horizon vai soar assustador para quem só escutou o amo. No entanto, enquanto boa parte do disco tinha Oliver Sykes explorando vocais guturais bastante próximos ao death e black metal, em “A Lot Like Vegas” o cantor explora pela primeira vez o estilo rasgado com mais clareza nas palavras (por volta de 0:20), que acabou se tornando um marco dos álbuns subsequentes.
Uma das preferidas dos fãs das antigas, “Chelsea Smile” foi uma das primeiras músicas do BMTH a explorar batidas eletrônicas (por volta de 3:15), o que se tornaria uma característica não apenas da banda mas de toda a cena metalcore da época. Bandas como Asking Alexandria e Attack Attack! ficaram marcadas por essa fusão alguns anos depois – o que pode ajudar a provar o ponto do guitarrista Lee Malia quando ele afirma que o Bring Me the Horizon se considera “um ano à frente” de outras bandas.
Nesse disco o BMTH já havia abraçado completamente a mistura com sintetizadores e sons eletrônicos, como percebemos em “Crucify Me” e “Home Sweet Hole”, por exemplo.
Porém, a banda deu mais um passo à frente fazendo a sua primeira música lenta: “Don’t Go”, que tem participação de Lights, mistura um instrumental sentimental e lento com os vocais rasgados de Oli, que ainda não estava pronto para assumir os vocais limpos.
Sempiternal foi, sem dúvidas, o maior passo que a banda deu em direção ao mainstream.
A faixa de abertura do álbum, “Can You Feel My Heart”, já mostra a vontade de explorar a sonoridade do rock de arena: mais épico, mais produzido. O bpm mais lento em relação aos discos anteriores, o uso mais proeminente dos teclados e sintetizadores, o instrumental mais melódico e os vocais menos rasgados mas ainda agressivos (se aproximando de bandas como o Linkin Park) evidenciam a guinada na direção pop que o Bring Me the Horizon buscaria nos próximos anos.
That’s the Spirit viu o BMTH abraçando sem nenhuma vergonha a sonoridade mais mainstream e com vocais limpos logo com o primeiro single, “Drown”, lançado bem antes do disco completo. No entanto, enquanto boa parte do álbum ainda trazia os elementos mais pesados que caracterizavam a carreira dos ingleses, “Oh No” quebrou completamente qualquer estigma. A faixa traz uma instrumentação pop radiofônica, com uma batida dançante e melodias que passam longe da agressividade que os marcava até então.
“medicine” foi o single mais polêmico da banda até hoje. Quando lançado, sofreu uma retaliação dos fãs mais puristas que diziam que o BMTH tinha “se vendido” e estava só querendo tocar nas rádios. Depois de analisar toda essa trajetória (muito resumidamente), é fácil perceber que quem se assustou com esse lançamento não vinha acompanhando o grupo direito – os sinais e os passos nessa direção são claros. Por sinal, o instrumental quase puramente eletrônico, sem distorções e com vocais limpos não são exclusividade de “medicine”: a excelente “mother tongue” também segue a mesma linha, e ganhou um clipe recentemente (gravado no Brasil)!