Foto: Marcelo Ferraz

Há pouco mais de ano a cidade de São Paulo abrigou a segunda edição do Maximus Festival, evento que contou com a participação de bandas como Linkin Park, Prophets of Rage, Slayer, Ghost e Rob Zombie na composição do seu grandioso line-up.

Com umenos evidência no tamanho da fonte no pôster do festival estavam os canadenses do The Flatliners, uma banda de punk rock muito consistente que já se aproxima dos seus 20 anos de carreira e havia acabado de lançar o seu 5º disco de estúdio, Inviting Light. Aquela experiência havia sido a primeira do grupo em território sul americano, em um ambiente amplo com um público diverso e que não necessariamente representava a sua base de fãs na cidade.

Agora, um pouco mais de 1 ano depois dessa passagem pela capital paulista, o The Flatliners retornou à cidade para uma apresentação que teve muito mais a sua cara.

A intimista Jai Club, na Zona Sul de São Paulo foi a casa escolhida pela produção da Solid Music Entertainment para receber os canadenses em seu retorno ao Brasil, e os fãs da banda fizeram questão de lotar o pequeno clube para celebrar o seu amor pelas canções do quarteto.

A noite teve duas bandas nacionais abrindo o evento: a CHCL , trio da cidade Caçapava/SP que faz uma mistura de post-hardcore com shoegaze e os gaúchos da banda de hardcore Inimigo Eu, que mandaram um set com músicas do seu mais recente EP, Queda e Ascensão:

Por volta das 20h, com a capacidade quase total da Jai preenchida, o The Flatliners retornou ao palco (a banda havia feito a própria montagem de palco e passagem de som com ajuda dos técnicos) e deu início ao set com a faixa que abre o disco mais recente do quarteto, “Hang My Head”. A música já serviu como um termômetro bom para calibrar as vozes e a empolgação da plateia, que encobriu o som da banda ao cantar/gritar o “YEAAAAHHH!” que acompanha os primeiros versos. O sorriso de orelha a orelha do vocalista Chris Cresswell já denunciava que a banda ia se sentir em casa pela próxima hora e meia.

Foto: Marcelo Ferraz

O bom humor e a simpatia com as quais os canadenses conduziram o set é digna de nota também, pois interagiam muito com o público ao longo do show, e mesmo quando as coisas começaram a dar errado a atitude foi positiva: após a segunda faixa, “Eulogy”, a banda pediu auxílio ao técnico de som devido a problemas no palco e foi prontamente atendida com uma solução que aparentemente envolveu uma dose considerável de silver tape. Chris disse “não importa o lugar do mundo em que você esteja, silver tape sempre vai ser a solução ideal para a maioria dos problemas que você encontrar.”

A banda avançou o set fazendo uma mescla de faixas dos discos The Great AwakeCavalcade e do lançamento mais recente, Inviting Light. O excelente disco lançado em 2017 apresenta uma banda totalmente entrosada e confortável dentro do estilo no qual se estabeleceram, e músicas como “Indoors” e “Human Party Trick” tem potencial para estarem entre os melhores lançamentos do quarteto até o momento em sua carreira.

A banda agradeceu muito a presença dos fãs brasileiros ao longo de todo o set, por todos os comentários que deixam sempre nos perfis da banda nas redes sociais convidando a virem tocar no Brasil “como se fôssemos amigos que moram do outro lado da rua”e falou sobre um episódio de 2013 que impossibilitou com que a banda tivesse feito o seu show de estreia no país mais cedo:

A verdade é que nós íamos vir ao Brasil em 2013, mas recebemos uma ligação dois dias antes da nossa viagem cancelando o show. Não entendemos até hoje o que aconteceu. Mas ano passado estivemos aqui para tocar no Maximus Festival no mesmo dia do Rob Zombie e sinceramente foi do c*ralho! Quem estava lá? Muito obrigado por terem nos assistido e não terem visto o show do Ghost (risos). 

Na verdade eles são uma banda legal, tem aquelas máscaras, parece Halloween fora de época.

O episódio de 2013 ao qual o vocalista Chris Cresswell se referiu é o infame caso da 2ª edição do Wros Festival, cancelado em cima da hora e que deixou muita gente irritada na época por não ter honrado com o reembolso dos ingressos adquiridos. O festival contava com o The Flatliners no lineup, assim como grandes nomes do hardcore/Ska, como Reel Big Fish, Hot Water Music, Goldfinger, Less Than Jake e MxPx.

Pôster do Wros Fest (que nunca aconteceu)

Após aproximadamente 1h30 de bate-cabeças, muitos moshes e com a voz de Chris um pouco cansada já, o Flatliners encerrou o seu segundo show em São Paulo com a certeza de que compensou o atraso desde o show que nunca aconteceu em 2013. O grupo ainda seguiu para Curitiba no dia seguinte (10/06), onde tocou para a plateia curitibana no Basement Cultural e encerrou a sua turnê sul americana que, no Brasil, ainda teve show em Florianópolis.

Pela recepção do público em São Paulo pelo menos, podemos afirmar que os canadenses sempre serão bem-vindos para renovar o seu visto de trabalho no Brasil.

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