Ben Bridwell com o Band Of Horses

Envelhecer não parece ser exatamente um problema para Ben Bridwell.

Segundo o próprio, está cada vez mais confortável com ele mesmo e suas composições – o que fica evidente no novo disco de sua banda Band of Horses, que acaba de sair do forno, chamado Why Are You Ok.

Bridwell lutou por meses para escrever as músicas do sucessor de Mirage Rock, de 2012 – com o qual ele se sentiu apresentando performances “empoladas” e algumas letras não tão sinceras.

Eu estava empacado, tipo, quantas outras histórias esquisitas de adolescente eu consigo compartilhar?” ele diz, em entrevista para a Rolling Stone Country. Mas após o apoio do amigo e mega produtor Rick Rubin (que disse a Bridwell que as demos eram boas), ele seguiu em frente e escreveu várias pérolas sozinho, incluindo “Dull Times/The Moon”, em que ele fala sobre o processo de envelhecer e criar filhos.

Ele diz que as músicas recapturam o charme dos primeiros trabalhos da banda. E por uma razão específica: ele tocou guitarra no estúdio após tê-la deixado de lado por um bom tempo.

Sobre como se sente com o novo disco, ele diz:

Bem, eu me sinto ótimo em relação a isso. Acho que todas as 12 músicas serviram a um bom propósito. Ele não soa nada arrastado. Após o último disco, eu quis arriscar um pouco e fazer algo um pouco diferente. Com Glyn (Johns, o produtor do disco anterior), a gente simplesmente fez o disco de uma forma bem crua.  Neste disco, eu simplesmente quis testar o outro lado de se gravar um álbum, que é se debruçar sobre algo mais duradouro e afiar os detalhes de cada minuto – e eu acho que foi benéfico.

Nós realmente tentamos deixar tudo o mais cru possível no último disco. Para este de agora, eu ficaria surpreso se dissessem que houve mais de um instrumento tocado ao mesmo tempo.

 

Sobre o fato das músicas serem mais curtas:

 

Eu simplesmente me esforcei para afiar essas músicas o máximo que pude. Eu prestei mais atenção na minha forma de fazer as demos e me apaixonei por ela, eu acho. Talvez haja um pouco de confiança que adquiri através do tempo, onde estou numa fase como ‘É, eu gosto de mim mesmo.’

Talvez seja o envelhecimento ou algo do tipo, mas eu meio que gosto do meu estilo esquisitão (risos), minha sujeira ou qualquer coisa assim.

Mas talvez eu apenas esteja mais confortável e confiante em minha própria pele. Eu sei que isso é clichê. Mas tem uma coisa sobre envelhecer – eu meio que me sinto bem comigo mesmo, e eu não tenho medo de compartilhar minhas esquisitices.

 

Sobre a vibe mista de “Dull Times / The Moon” que flutua em várias vertentes sonoras, ele comenta:

Cara, isso foi um bloqueio criativo que eu tive. Jason, nosso produtor, disse ‘Ninguém quer te ouvir reclamando sobre sua banda e as músicas da sua banda. Não faça isso.’

Mas eu estava atolado na lama com esse bloqueio criativo durante o processo, nos 2 anos e meio de composição e gravação desse novo material. Eu meio que estava numa fase ruim onde estava tipo ‘Eu não sei sobre o que diabos quero falar agora, cara. Eu não quero pensar sobre aqueles malditos sentimentos.’

 

Sobre como vê a carreira do Band of Horses no momento e se ainda há a necessidade de provar algo para alguém:

Eu me sinto liberto, cara. O último disco não teve uma grande performance em vendas ou percepção. Mas nós ainda construímos o nosso show e nossa base de fãs nesse últimos 3 ou 4 anos. Estamos tocando shows maiores e melhores do que nunca. Então a queda não foi tão grande ali.

Eu simplesmente amo tanto esse novo álbum. Estou tão orgulhoso dele. Eu realmente não estou me cagando mais sobre as coisas que ligava há uns 5 anos atrás, sinceramente. É um absurdo. É realmente um absurdo que eu tivesse me importado com isso, então eu realmente não ligo para as coisas negativas mais. Eu acho que estamos pra dominar a porra do mundo – ou não, e tudo bem.

 

Sobre as coisas com as quais costuma ficar obcecado:

Eu costuma ficar chateado com resenhas ruins ou coisas assim. Eu levava pro lado pessoal. Eu simplesmente ficava desapontado comigo mesmo. Mesmo estando na Columbia e na Sony, eu fiquei chateado por eles. Eu sou um cara com espírito coletivo. E eu quero ajudar todo mundo, da maneira que eu puder, sinceramente. Então não ter alcançado o tipo de meta que eles gostariam, é frustrante.

Isso me chateou muito naquela época. Fiquei tipo ‘Caramba cara, eu me esforcei tanto.’ Mas agora eu digo, espere até esse negócio sair, e posso estar sendo um completo imbecil, mas eu realmente sinto que é um disco do caralho.

 

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