
Hayley Williams resolveu lançar um disco novo da forma mais inesperada possível: escondido dentro de uma tinta de cabelo.
Isso mesmo.
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Em tempos em que todo lançamento precisa ser milimetricamente planejado para o algoritmo, ela preferiu o caminho inverso e analógico.
Quem comprou o novo tom “Ego”, da sua marca de tintas veganas Good Dye Young, recebeu por e-mail um código exclusivo para acessar 17 faixas inéditas.
Não teve streaming, nem post patrocinado, nem campanha com buzzword de IA. Teve só um produto físico, uma ideia bem amarrada e um gesto direto para os fãs. Outras compradoras fieis também receberam o código.
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O disco não apareceu em lugar nenhum. Nem nas plataformas digitais, nem no YouTube.
O conteúdo teve uma vida curta em um site com cara do começo dos anos 2000, onde o download era feito em uma pasta zipada misturando músicas, anotações manuscritas, vídeos antigos e até screenshot de um chat infantil. Era quase um convite para um passeio íntimo pela cabeça da Hayley.
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Mas… do mesmo jeito que vieram… se foram! Todas as informações do site foram ocultadas. Incluindo as músicas. E, agora, só vemos uma mensagem: “Obrigado por escutar”.
Maravilhoso…
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As músicas vazaram, é claro, e o tom geral do álbum foi o mesmo que ela vinha desenvolvendo nos seus projetos solo anteriores: letras introspectivas, um mergulho na saúde mental e uma sonoridade mais experimental, longe do Paramore mas ainda com a alma da artista.
O mais interessante é que, com essa ação, Hayley transforma o próprio produto em canal de distribuição. A tinta de cabelo não é só cosmético, é mídia. E ainda deu uma bela bombada em seu empreendimento paralelo.
Vendeu apenas 2.000 unidades do kit, todas assinadas, criando uma escassez programada que é quase uma crítica sutil ao excesso do streaming. Enquanto todo mundo tenta vencer o algoritmo, ela criou um produto que escapa completamente dele.
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Um jeito de resgatar o contato direto entre artista e fã, sem depender das grandes plataformas ou dos intermediários da indústria.
É marketing? Claro que é. Mas também é arte. E talvez seja essa a diferença entre ações que colam e outras que se perdem no feed.
Hayley usou sua marca de beleza para entregar música de forma afetiva, pessoal, com cheiro de exclusividade e gosto de comunidade.
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Ao invés de pagar para aparecer, ela apostou em desaparecer um pouco e deixar que os fãs a encontrem. E também fez com que tudo fosse consumido e sumisse, pra deixar com aquele gostinho de exclusividade e pertencimento.
“Ego” pode até ser o nome do disco, mas o projeto todo é um exercício raro de humildade criativa. Agora, se você ainda não conseguiu ouvir o álbum, a gente te conta por aqui como fazer isso.
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Coluna dedicada a explorar como o marketing pode transformar bandas em marcas icônicas e vice-e-versa. Com mais insights sobre música, estratégias criativas e cases de sucesso, a coluna pretende desvendar o universo em que música e negócios se encontram.
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