Duda Beat e TZ
Foto: Divulgação

Existe uma tensão que não precisa se resolver para ser sentida. Em “Nossa Chance”, novo single de Duda Beat com participação de TZ da Coronel, o desejo é mais imaginação do que toque. É fantasia antes de fato. É como se a música inteira se equilibrasse nesse espaço invisível onde o que poderia ter acontecido tem o mesmo peso do que se viveu — e talvez até mais.

Com lançamento na última quinta-feira (10) já acompanhado de videoclipe, a faixa abre os caminhos do próximo EP de Duda e marca um momento de liberdade estética para a artista.

“Pude me divertir criando música e alcançar um lugar mais próximo à realidade, diferente dos lugares utópicos que visitei nas obras anteriores”, conta em entrevista. E essa liberdade não vem de uma confissão direta ou de um retrato fiel do vivido — mas sim da escolha de sonhar com outras versões do afeto.

Nova fase de Duda Beat

A canção, produzida com uma pegada moderna entre o pop e o trap, traz um clima noturno que envolve sem pressa. Enquanto Duda canta com suavidade o que jamais aconteceu — “Queria te viver o que eu imaginei” —, TZ chega com um timbre raro, intenso, como contraponto de peso nessa dança à beira do abismo.

“Sou muito fã do Tz da Coronel e também do trap. Ele tem uma melodia que sempre me pegou, além de um timbre muito raro. E isso casa perfeitamente com a minha leveza”, revela a cantora.

O clipe reforça essa atmosfera ambígua, em que realidade e devaneio se misturam. Duda aparece entregue à fantasia, livre e sensual, enquanto o personagem de TZ habita mais a ausência do que a presença. O romance entre eles talvez nunca se concretize, mas é justamente esse jogo de intenções que torna a experiência tão intensa — tanto na narrativa audiovisual quanto na sonoridade.

Se os trabalhos anteriores da artista se ancoravam em dores reais e relações vividas, o novo projeto mira em outra direção. “Esse EP é muito sobre a fantasia. Meu recurso foi explorar meus sonhos. Existe um conforto maior ao escrever sobre o que se vive, mas dessa vez eu trabalhei como se fosse uma folha em branco”, explica. Em vez de relatar cicatrizes, Duda inventa histórias e permite que o desejo tome forma sem compromisso com o mundo.

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