Robert Plant e Jimmy Page do Led Zeppelin em "Whole Lotta Love"
Reprodução/YouTube

Lançar um disco duplo pode ser uma escolha arriscada. Com esse formato, as bandas e artistas ganham o dobro de espaço para explorar sua criatividade, mas também a possibilidade de cometer mais erros.

Enquanto muitos trabalhos dos artistas que decidiram encarar esse desafio acabam soando sem foco ou até exagerados, existem casos na história da música em que a ambição resultou em alguns dos maiores e mais influentes álbuns da indústria, principalmente na cena do rock.

Para muitos artistas, os discos duplos servem como o lugar ideal para experimentação e liberdade criativa. Grandes nomes como The Clash, Genesis, Pink Floyd e Prince encontraram nesse formato uma forma de expandir sua sonoridade, apresentando inovações em seus trabalhos.

A seguir, confira uma lista reunida pela Louder Sound com 10 discos duplos que marcaram a história do rock e descubra alguns detalhes sobre essas obras!

10 discos duplos que marcaram a história do Rock

The Who – Quadrophenia (1973)

O The Who, que ficou conhecido por sua energia explosiva, provou com o álbum Quadrophenia que também podia ser grandioso no campo conceitual. Escrita por Pete Townshend, a ópera rock de 1973 acompanha a jornada do jovem Jimmy, que surgiu das lembranças de Pete da vibrante cena londrina que inspirou sua própria banda.

O álbum apresenta canções como “The Real Me”, que tem uma das melhores linhas de baixo apresentadas em uma música de rock, o hino “5:15” e o emocionante encerramento “Love Reign O’er Me”.

Pink Floyd – The Wall (1980)

Em The Wall, Roger Waters transformou algumas de suas experiências em um dos trabalhos mais influentes do rock. Inspirado por um episódio em que perdeu o controle durante um show do Pink Floyd, quando acabou cuspindo em um fã por ter se irritado com o barulho do público, o baixista abordou nas canções temas como isolamento, perda – por ter perdido seu pai ainda jovem – e seu antigo antagonismo em relação a figuras de autoridade.

Produzido por Bob Ezrin, o álbum se tornou um marco, apresentando aos ouvintes clássicos atemporais como “Another Brick in the Wall (Part 2)” e “Comfortably Numb”, este último com os vocais e um dos solos de guitarra mais icônicos de David Gilmour.

Bruce Springsteen – The River (1980)

Em seu primeiro álbum duplo, The River, Bruce Springsteen equilibrou a energia única de seus shows com composições mais sombrias que acompanharam os personagens do álbum Darkness On The Edge Of Town. Apesar de ter sido pensado inicialmente como um único disco, o cantor entendeu que precisava de mais de espaço para conseguir expressar a complexidade de seus temas.

O resultado uniu canções de rock diretas construídas para o palco como “The Ties That Bind”, “Out In The Street” e “Cadillac Ranch” a obras mais humanas e melancólicas como “Point Blank”, “Independence Day” e a faixa-título do álbum.

Fleetwood Mac – Tusk (1979)

Após o sucesso incomparável de Rumours, o Fleetwood Mac decidiu ser um pouco mais experimental em seu disco duplo Tusk. Na obra lançada em 1979, o grupo misturou seu soft rock característico a influências da new wave, inspirados pelo espírito excêntrico do guitarrista Lindsey Buckingham.

Um dos grandes sucessos do disco foi a bela canção “Sara”, interpretada por Stevie Nicks, e outro momento de destaque foi a frenética “That’s Enough for Me”, que revela o lado mais inventivo de Buckingham.

Electric Light Orchestra – Out Of The Blue (1977)

Em meio à era do punk, o Electric Light Orchestra lançou um disco de pop progressivo e art rock extremamente relevante. Jeff Lynne, líder do ELO, estava passando por um bloqueio criativo quando encontrou inspiração para começar a trabalhar em Out Of The Blue em um dia de sol enquanto estava em um retiro nas montanhas suíças, onde choveu por duas semanas seguidas.

O álbum reúne sucessos como “Turn to Stone”, “Wild West Hero” e “Sweet Is the Night”, e é encerrado pela emblemática faixa de 18 minutos “Concerto For A Rainy Day”.

Bob Dylan – Blonde On Blonde (1966)

Considerado o primeiro álbum duplo de estúdio de um artista renomado, Blonde on Blonde marcou o auge criativo de Bob Dylan e se tornou um dos álbuns mais influentes dos anos 60.

A obra, que consolidou a transição de Dylan do folk para o rock, foi gravada praticamente inteira em apenas sete dias, divididos entre duas sessões em Nashville, com Dylan acompanhado por um conjunto de músicos de alto nível, incluindo o tecladista Al Kooper e o guitarrista Robbie Robertson.

Entre suas 14 faixas estão clássicos que definiram uma era como “I Want You”, “Just Like A Woman” e o hino “Rainy Day Women #12 & 35”.

The Beatles – The Beatles (1968)

O famoso disco homônimo dos Beatles, mais conhecido como The White Album, foi marcado por uma série de tensões internas, que incluíram a presença constante de Yoko Ono, companheira de John Lennon, potencializando a tensão entre ele e Paul McCartney, e Ringo Starr deixando o grupo temporariamente.

Ainda assim, o quarteto produziu uma obra brilhante e inventiva, que conta com algumas canções controversas como “Revolution 9” e “Rocky Raccoon” mas também apresentou clássicos como “Blackbird”, “While My Guitar Gently Weeps”, “Dear Prudence” e “Helter Skelter”.

The Jimi Hendrix Experience – Electric Ladyland (1968)

Jimi Hendrix redefiniu o rock psicodélico com seu disco de estreia Are You Experienced? e com o incrível Axis: Bold as Love, mas os fãs tiveram a oportunidade de ver o músico levar sua arte ao limite com o emblemático disco duplo Electric Ladyland.

Com o formato, Hendrix foi capaz de colocar em prática improvisações mais longas e intensas, como é possível encontrar nas faixas “Voodoo Child”, de 15 minutos, e “1983 (A Merman I Should Turn To Be)”, de 13 minutos.

The Rolling Stones – Exile On Main St. (1972)

Os Rolling Stones criaram boa parte do seu disco duplo Exile On Main St no porão de uma vila no sul da França, onde Keith Richards estava, muitas vezes, embriagado. O resultado foi uma obra com uma atmosfera caótica, acompanhada por grooves soltos, que podem ser ouvidos em faixas como “Rocks Off”.

Além disso, o descontrole transformado em arte gerou canções de destaque como “Tumbling Dice”, “Loving Cup”, “Torn And Frayed” e as baladas comoventes “Let It Loose” e “Shine A Light”.

Led Zeppelin – Physical Graffiti (1975)

Com Physical Graffiti, o Led Zeppelin atingiu o auge de sua criatividade e compartilhou com os fãs um dos seus discos mais épicos. O disco duplo apresenta novas composições e também materiais resgatados de sessões anteriores, ilustrando a profundidade da sonoridade da banda.

O álbum foi responsável por apresentar verdadeiros hinos como “Kashmir” e faixas extensas como “In My Time Of Dying” e “In The Light”. A sonoridade de suas músicas vai desde o hard rock até o funk inspirado em Stevie Wonder e o folk acústico.

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