
Após 15 anos de hiato nos palcos, Adriana Partimpim está de volta! O aclamado heterônimo de Adriana Calcanhotto retorna para celebrar seus 21 anos de existência com a turnê inédita “O Quarto no Palco”.
O reencontro com o público de “crianças de qualquer idade” acontece em um momento especial, logo após o lançamento do álbum O Quarto em 2024, que trouxe canções de autoria de Partimpim e releituras de clássicos. A turnê promete fortes emoções, especialmente por ser a primeira vez que Partimpim cantará para a plateia que era criança no primeiro show e que agora leva seus próprios filhos.
Com concepção musical da própria artista, o espetáculo reúne mais de 20 canções de seus quatro álbuns, incluindo hits como “Fico Assim Sem Você” e “Oito Anos”, que ganharam arranjos criados por Marlon Sette, com auxílio de Pretinho da Serrinha na formação da banda.
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Após uma pré-estreia emocionante no festival Doce Maravilha, Adriana ainda seguirá por mais de dez cidades, como Maceió, Curitiba, Salvador e Porto Alegre.
Em entrevista exclusiva ao TMDQA!, Calcanhotto fala sobre a emoção de vestir a persona Partimpim novamente, o processo criativo por trás do álbum O Quarto, os bastidores dos ensaios com a banda e a expectativa de reencontrar o público de todas as idades.
Bora conferir o que a eterna Partimpim aprontou no seu novo Quarto?
TMDQA! Entrevista Adriana Calcanhotto
TMDQA!: Adriana, a oportunidade de bater esse papo contigo é definitivamente inexplicável. Muitíssimo obrigado por nos receber! Queria começar com uma reflexão: o nome da turnê é “O Quarto no Palco”. O que esse quarto simboliza para você, especialmente agora, depois de anos de isolamento e introspecção? Ele seria um espaço de criação, de refúgio, um lugar de encontro com sua criança interior?
Partimpim: Bom, o quarto tem essa brincadeira de ser o “quarto álbum” e no palco, a Partimpim está fazendo um show dentro de seu próprio conforto. Aceitando sua provocação sobre o isolamento… ele é de onde se vê o céu, de onde se pode sonhar, de onde se pode olhar para o James Webb (telescópio espacial) no espaço, questionando as certezas e as não certezas. É por aí [risos].
TMDQA!: Sensacional! É impossível não falarmos da Partimpim e dos seus 21 anos. Anteriormente, você mencionou que ela vai se reencontrar com quem era criança no primeiro show. Quais são as expectativas para esse encontro com o público, principalmente agora que ele é formado por tantas gerações diferentes?
Partimpim: Pois é, esse espectro cresceu muito, né? No primeiro show, não é que todo mundo era criança, tinha avô e bisavô, mas agora tem essas crianças que continuam crianças [como a Partimpim], mas que já têm as suas próprias crianças. É muito mais encontro do que já foi.
TMDQA!: A cenografia do show tem cores e formas simples, mas parece um convite para o lúdico. Qual é a memória de quarto de criança mais forte que você tem e que espera que o cenário possa despertar no público?
Partimpim: Ah, eu acho que é a de inventar coisas com outras coisas. Essa capacidade que a gente tem, quando é criança de qualquer idade, de transformar uma coisa noutra coisa, de fazer de uma escova um microfone e por aí vamos [risos].
TMDQA!: Maravilhoso. Você mencionou que a escolha de Maceió para a estreia reforça a ligação com o Mestre Jasson, inclusive, obras dele no palco dialogam com a arte popular do Sertão. Qual seria a lição mais importante que você leva desse diálogo artístico?
Partimpim: Eu acho que o trabalho do Jasson me inspirou demais, ganhou o coração e as retinas da Partimpim. Eu acho ele um colorista inacreditável. A Partimpim foi vê-lo trabalhar na luz do Sertão, lá onde ele pinta. Isso é importantíssimo.
Tem uma ligação porque o disco foi gravado durante as chuvas do Rio Grande do Sul, o que foi muito triste. Eu, sendo gaúcha, saía de casa para ir gravar com aquelas imagens. A Partimpim teve que vencer isso para gravar. E quando encontrei o Mestre Jasson no Sertão, ele tinha um desenho numa parede que era a imagem de uma casa nas enchentes sendo arrastada. Essa imagem, que é de “Aquela Estrela” (canção que entrou no disco por causa das chuvas), aparece no show.
Você vê a Partimpim no estúdio vencendo aquilo, gravando o disco, e o Mestre lá no Sertão sendo afetado por aquele mesmo fato, e a maneira como ele expressa isso e como a Partimpim expressa. Isso tudo é diálogo artístico, tenho muitos desses encontros com a turnê – ainda bem!.
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TMDQA!: Entre canções novas e algumas repaginadas, a turnê é uma viagem no tempo. Se você pudesse descrever a sensação do show em uma única palavra, qual seria e por quê?
Partimpim: “Encontro“. O repertório é de um disco de 21 anos atrás misturado com canções de agora. É um encontro de canções em seus tempos, e sou feliz por isso!
TMDQA!: O legal da Partimpim é unir essas crianças de qualquer idade – o adulto que assiste o show está ali resgatando memórias e emoções. O que você espera com a turnê?
Partimpim: Eu não gosto muito da ideia de nostalgia e resgate, tanto quanto eu gosto desse espírito Partimpim, que é a coisa infantil de “de novo, de novo, de novo”. Eu quero que a gente viva aquelas coisas de novo. É novo, é de novo.
TMDQA!: E na sua visão, como a Partimpim de hoje, que fez 21 anos mas nem por isso amadureceu, se relaciona com a Partimpim do início? O que se manteve e o que mudou na forma dela de ver o mundo e a música?
Partimpim: O que muda um pouquinho é o tempo de atenção, que mudou muito rápido. Mas a essência do lúdico, de permanecer no tempo presente, de ser todas as coisas e inventar, isso é a mesma experiência.
TMDQA!: Com um espetáculo tão especial e essa mistura de gerações, como você descreveria a dinâmica da banda em apresentação?
Partimpim: A banda tem uma mistura muito interessante de gente que fechou com a Partimpim (como o Davi Moraes), gente que nunca trabalhou com ela, gente que está chegando agora e o trio de sopros que está pela terceira vez. Essa mistura de gente já da casa, que já estava dentro do quarto, com gente que está chegando, faz uma mistura muito boa. A gente está animado para partilhar isso que temos vivido.
TMDQA!: Adriana, para finalizar, nós temos uma tradição no Tenho Mais Discos Que Amigos!. Você também considera ter mais discos que amigos? E se pudesse escolher um álbum para te definir, qual seria?
Partimpim: Claro! Claro que considero ter mais discos que amigos de verdade, imagina. [risos]
E o álbum marcante na minha vida, que nesse momento eu escolheria, é o “Estrangeiro” do Caetano.
TMDQA!: Perfeito. Finalizamos por aqui. Eu só queria aproveitar para dizer que tenho 21 anos de idade [risos], o que achei muito cômico, porque a Partimpim completa 21 anos. Realmente é uma partilha de gerações, eu lembro de apresentar músicas da Partimpim quando era criança, no maternal. Só gostaria de agradecer mesmo pela oportunidade.
Partimpim: Eu que agradeço, Eduardo. Foi o máximo.
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Adriana Calcanhotto, Partimpim e Turnê
Partimpim volta aos palcos no dia 11 de outubro. Você pode olhar mais sobre as datas e ingressos acessando este link e acompanhando Adriana nas redes sociais.
Nos vemos lá?
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