Mesmo após ter se envolvido recentemente em uma polêmica sobre política, Nasi não evita o assunto. O músico, que está na estrada com o IRA! celebrando os 20 anos do Acústico MTV da banda e promovendo seu disco solo recém-lançado, Solo Ma Non Troppo, traçou uma espécie de panorama sobre o cenário político brasileiro.
Em uma nova entrevista ao Estadão (via Rolling Stone Brasil), o artista de 63 anos, que se define como alguém de “centro-esquerda”, chamou atenção para a falta de renovação no campo progressista e para a ausência de lideranças que representem com firmeza essa posição política:
“Estamos com um problema de renovação da esquerda, principalmente de lideranças. Vão ficar bravos comigo, mas a esquerda tradicional está muito bunda-mole. Até pessoas que eu conheço, dizendo que são veganas, que andam de bicicleta, que são filiadas a partidos, mas na hora do ‘vamos ver’, não querem confusão. E aí temos que falar das bestas feras… Ele (Jair Bolsonaro) só foi um fantoche de um armário cheio de ossos e cadáveres.”
O vocalista do IRA! complementou seu argumento falando sobre os apoiadores brasileiros da direita:
“Você vê esses caras aí de camisa verde e amarela, que rezam pro quartel, ficam esperando o ET descer, ficam marchando feito idiotas. É uma direita que passa vergonha, mas que dá a cara a tapa. Eles entram na dividida. Hoje está crescendo uma juventude de direita. Isso é terrível.”
Nasi relembra polêmica envolvendo política e o show do IRA!
Em março, o cantor veterano se viu em meio a uma polêmica após ter se manifestado contra a anistia daqueles envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, durante um show do IRA! realizado em Contagem/MG.
Após ter gritado “sem anistia”, Nasi foi vaiado por parte do público e reagiu pedindo para que fãs bolsonaristas deixassem o show:
“Tem gente que acompanha a gente e é reacionário, tem gente que acompanha o IRA! e é bolsonarista, isso não tem nada a ver, gente! Por favor, vão embora! Vão embora da nossa vida! Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos, não apareçam mais. É um pedido que eu faço”.
Após o ocorrido, a banda teve quatro apresentações que aconteceriam na região Sul do Brasil canceladas. Na entrevista recente, o músico comentou sobre o conflito:
“Então, eu sei que, no fundo, pra esses caras, não interessa o que eu penso. Se querem curtir minha música, curtam. Querem ir no meu show? Vão. Eu só não gostei, naquele dia, da manifestação de repúdio. Boa parte da população é contra a anistia.”
Anteriormente, Nasi disse em entrevista à TV Forum que não acredita que o Rock esteja seguindo o caminho da direita e se vinculando a ideias conservadoras. Ele explicou:
“Não concordo (que o rock agora está à direita). Pior que eu tenho que responder isso há dez anos. Isso é muito pontual, não vou citar o nome deles porque todo mundo sabe quem é. São uns três, quatro. E é só você ver a agenda de show de um e a agenda de show de outro.”
Mais tarde, Nasi abordou a treta fazendo um mea-culpa, se desculpando com seus colegas de banda – que, segundo o artista, foram prejudicados pela repercussão de suas falas.
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