LOOM World Tour - Outubro

Movido por críticas sociais

Tobias Forge (Ghost) diz que está “mais próximo de Jesus” do que os conservadores cristãos

Líder do Ghost reflete sobre o contexto político e religioso que acompanha a trajetória da aclamada banda sueca

Tobias Forge, Ghost em São Paulo
Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

Tobias Forge, líder da banda sueca Ghost, construiu uma imagem marcada por símbolos ocultistas e é frequentemente associado ao satanismo, tanto por conta das letras de suas obras como pela estética teatral de seu aclamado grupo.

Apesar de todo o contexto que acompanha a trajetória do Ghost, o músico explicou em uma entrevista recente à Metal Hammer (via Louder Sound) que seus valores não estão tão relacionados à imagem satânica com a qual muitos o rotulam.

A ligação de Forge com o satanismo começou na adolescência, como um gesto de rebeldia para enfrentar professores autoritários e uma madrasta conservadora cristã, além de ter se encontrado na cena do Rock. Porém, o cantor também implementou no Ghost as filosofias e práticas do movimento com o qual ele tinha proximidade:

“O primeiro disco do Ghost foi escrito sem nenhuma aspiração comercial. Era como um projeto de arte para mim, e as imagens satânicas eram uma espécie de homenagem às minhas origens nas cenas underground de Death/Black Metal, onde tudo isso é onipresente. Para mim, era uma forma muito natural de escrever e uma fonte de imagens fortes para usar. Mas aí, com o segundo álbum, tive a sensação de que aquele poderia ser o trem que eu estava esperando, então isso me fez aguçar meus sentidos, e pensei: ‘Bem, se as pessoas estão ouvindo, posso muito bem dizer algo que valha a pena’.”

Apesar de todos os conceitos usados por sua banda, Tobias Forge reforçou que essas escolhas estão mais relacionadas a críticas sociais:

“Eu ainda acredito que imagens diabólicas são uma forma muito eficaz de contar uma história especialmente nos dias de hoje, em que há uma força política no mundo que proclama estar do lado do bem, mas de onde eu venho, parece mais próxima do lado sombrio.

O que eu defendo provavelmente está mais próximo de Jesus, do humanismo, do progresso e de uma abordagem positiva na forma como você trata as pessoas, do que o suposto ‘lado bom’, porque eles querem destruir essas coisas. Eles são o que há de mais próximo agora do Damien Thorn [o personagem do anticristo nos filmes da Profecia]. Não é irônico?”

Vale a reflexão!

Tobias Forge reflete sobre ideais por trás da estética do Ghost

Na mesma entrevista, Forge deixou claro também que sua estética anticristã é, em parte, uma resposta ao conservadorismo que permeou sua juventude e que hoje observa com força renovada no cenário político mundial.

Questionado se o satanismo do Ghost é, essencialmente, uma rebelião contra a direita cristã e os apoiadores que ajudaram políticos como Donald Trump a chegar ao poder, ele é direto:

“Sim. Acho que o mais chocante para nós foi pensarmos que, no mundo ocidental, estávamos nos esforçando para um mundo mais secular e livre. Aí você se vê cercado por pessoas que secretamente queriam uma maneira mais simples de ver as coisas.”

Apesar do tom crítico, Forge ainda parece ter esperanças em relação ao futuro:

“Ainda tenho essa ideia utópica de para onde o mundo ocidental está indo, na qual ainda acredito. Ainda acho que o que está acontecendo agora é apenas um obstáculo no caminho”.

Concorda por aí?

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