LOOM World Tour - Outubro

Melhor ficar longe!

Fernanda Lira (Crypta) explica por que parou de beber álcool: “não precisamos de mais tragédias”

Baixista e vocalista brasileira foi entrevistada pela Metal Hammer e falou sobre sua experiência com bebidas alcoólicas

Crypta no Summer Breeze Brasil
Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

A revista Metal Hammer publicou um artigo investigando os fatores que levam artistas, e também o público, a se afastar do álcool cada vez mais cedo. Uma das entrevistadas foi a brasileira Fernanda Lira, que ganhou notoriedade internacional como vocalista e baixista da Crypta.

Como um reflexo dos novos tempos, a publicação britânica observou que a tendência se reflete na sociedade em geral, especialmente entre a geração Z e os jovens da geração Y. Na conversa, inclusive, a artista revelou que tinha 28 anos quando tomou seu último gole de bebida alcoólica.

Hoje com 35, a integrante da banda de Metal brasileira abandonou o álcool após quase sofrer uma crise de ansiedade durante turnê pela América Central em 2018, como Fernanda relembrou (via Whiplash):

“Estávamos no México e eu dormia num quarto individual. Às 4 da manhã, ouvi barulhos de batidas e pessoas gritando. Olhei pela janela e lá estava um grupo de amigos – eles se chamavam pelo nome – se espancando! Havia sangue por todo lado, era horrível, e dava para ver que eles estavam muito, muito bêbados. Foi simplesmente assustador ver aquilo.”

Em seu depoimento, Fernanda também afirmou que sua família tem um histórico de abuso do álcool:

“Meu avô batia na minha avó e na minha mãe também quando bebia. Perdi um tio para o álcool e meu outro tio, num Natal, tentou nos matar. Sempre que ele bebia, dizia que estava possuído pelo diabo e corria atrás das pessoas com facas.”

Ainda bem que ela saiu dessa!

Fernanda Lira mencionou Amy Winehouse ao falar sobre álcool

Ao buscar ajuda, a paulistana afirma ter perdido muitos amigos, por não mais fazer uso do álcool no convívio social:

“Quando parei de beber, me tornei instantaneamente a amiga ‘chata’. Perdi muitos amigos porque eles eram, tipo, amigos de bar. Imediatamente, as pessoas não me convidavam para lugar nenhum. Fiquei muito chateada porque, por não beber, me senti com mais energia. Posso ser a alma da festa se quiser pirar, cantar e contar piadas.”

Um ponto também bastante importante mencionado por ela foi o de tentar evitar “tragédias” tão comuns na cena musical. Citando uma de suas maiores inspirações, a cantora Amy Winehouse, que faleceu devido a uma intoxicação alcoólica em 2011, aos 27 anos, Lira completou:

“Perdemos muitas pessoas incríveis e inspiradoras para o álcool e as drogas. Sinto-me muito frustrada por nunca poder assistir à Amy. E estou muito frustrada por ela ter enfrentado um problema tão grande e quase ninguém a ter ajudado. Acho que não precisamos de mais tragédias como essas.”

Que a atitude de Fernanda inspire tantas outras pessoas!

Consumo de álcool tem diminuído entre jovens

Segundo a organização beneficente Drinkaware, 25% dos jovens de 16 a 24 anos no Reino Unido se consideraram abstêmios em 2022.

Além disso, uma pesquisa recente da Gallup descobriu que, de 2021 a 2023, apenas 62% dos adultos americanos com menos de 35 anos admitiram beber com frequência.

Em comparação, esse número ficou em 72% de 2001 a 2003. Vale lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que o consumo nocivo de álcool causa 3 milhões de mortes anualmente em todo o mundo, o que corresponde a 5,3% do total.

Trazendo o assunto para a realidade do Brasil, o país apresenta um uso per capita superior à média mundial, com 12,5% da população associada ao consumo pesado episódico, em comparação com 7,5% globalmente.

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