Rubel definitivamente é um dos nomes mais cativantes da música brasileira contemporânea. Conhecido por sua sensibilidade e sua capacidade de tocar fundo na alma, o artista carioca acaba de lançar seu quarto álbum de estúdio Beleza. Mas agora a gente faz o que com isso? – trabalho já disponível nas plataformas de streaming.
Marcando um retorno às origens introspectivas do cantor, com um repertório majoritariamente voz e violão, o disco vem acompanhado de um filme que complementa a experiência do público de forma singular. Completamente diferente de seu último trabalho (AS PALAVRAS, VOL. 1 & 2) que expande sonoridades, Rubel volta aos holofotes mais maduro e com a intenção de fazer música de jeito sincero, abordando seus pensamentos e experiências dos últimos anos.
Em uma conversa franca com o TMDQA!, o carioca nos guia pelos bastidores desse projeto tão pessoal, revelando as inspirações que o levaram a explorar um repertório mais íntimo e confessional. Vamos desvendar o processo criativo por trás das nove faixas que compõem o disco, incluindo as sete composições autorais inéditas, a versão em português de um tema do mexicano El David Aguilar e a emocionante regravação de Radiohead.
Prepare-se para uma imersão no universo de um artista que não tem medo de se reinventar! Vamos lá?
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TMDQA! Entrevista Rubel
TMDQA!: Rubel, primeiramente, agradeço por nos receber e pela oportunidade do papo! O disco está cativante, exatamente como usual, da forma como você trabalha com a música por um todo. E cara, o título “Beleza. Mas Agora a Gente Faz o Que Com Isso?” é instigante, carrega um misto de curiosidade e possibilidades pro ouvinte que vai dar de cara com o trabalho. Queria primeiramente te perguntar a razão da escolha para esse nome! De onde veio esse estalo tão único?
Rubel: Então, primeiro, eu também gosto muito do TMDQA!. Sigo há bastante tempo, sempre leio, então fiquei feliz com o convite. [risos] Cara, esse estalo veio quando eu estava buscando um título que tivesse uma certa estranheza – mas mais do que isso, eu queria algo que despertasse curiosidade, que fizesse as pessoas se perguntarem: “O que será que tem nesse disco?”.
Acho que também teve um outro fator: todos os meus discos anteriores tinham nomes curtos, geralmente uma palavra só. E dessa vez eu queria algo mais literário, uma frase mesmo. Nunca tinha visto um disco com duas frases como título. No caso desse, o ponto final marca o fim da primeira frase, que é de uma palavra só – “Beleza.” – e aí vem a segunda frase.
Eu achei isso interessante. Gosto de coisas que me parecem frescas, que dão a sensação de novidade, mesmo sabendo que quase tudo já foi feito. Esse título, pra mim, soou novo.
TMDQA!: Marcando um retorno ao formato íntimo e introspectivo que conquistou milhares de ouvintes e uma comunidade forte que admira o seu trabalho, acho interessante como essa volta mostra que não necessariamente dar passos que tragam essa sutileza do início de um legado signifique algo negativo. O que te fez “retroceder” para essas origens ao invés de continuar a sua expansão sonora que vimos em “As Palavras, Vol. 1 & 2”?
Rubel: Tem uma hora que não dá pra expandir mais – brincadeira! [risos] Brincadeira, mas nem tanto. Eu senti que havia chegado a um ponto de expansão experimental sonora em relação à minha origem. Parecia que o próximo movimento natural seria justamente retornar a esse início – afinal, depois de fazer um funk com MC Carol e BK falando putaria, para onde ir? Não é para fora, tem que ser para dentro, entende?
Acho que foi um pouco isso, um movimento natural da vida. E eu achei legal o que você falou no início: essa percepção me interessa mais do que o porquê de eu ter voltado. É ver que “voltar não é necessariamente um retrocesso”.
Especialmente nesse sentido, sinto que estou voltando muito diferente depois de muito tempo, e não estou voltando para o mesmo lugar. Embora o disco anterior e este compartilhem a marca do violão e uma melancolia prima que se assemelha, o primeiro era um disco folk, e este é um disco de MPB. O primeiro disco era muito simples harmonicamente; este já explora lugares mais complexos. Então, dá para voltar, mas de forma diferente, e isso tem sido muito gratificante. Fiquei muito feliz em ver que as pessoas estão sentindo exatamente isso. Algo bonito que elas têm dito é: “Ouvindo você voltando para o seu lugar, eu também estou voltando para o meu lugar” ou “Estou lembrando de quem eu era lá atrás”. Isso é muito forte.
TMDQA!: Ao ouvirmos o projeto e analisarmos as composições, é muito notório o quão madura são as composições. Funcionando como uma espécie de diário onde você se deu o luxo de se abrir ainda mais nas letras, houve algum tipo de filtro ou foi tudo muito direto do sentimento para a música?
Rubel: É, não teve filtro. Minhas composições nascem de um processo muito íntimo e sem filtros. Quase todas as letras são como primeiros rascunhos, com pouquíssima edição. Onde realmente houve um aprofundamento e aperfeiçoamento foi na produção musical, onde dediquei um tempo considerável para mexer e remexer até alcançar a sonoridade ideal – mas as canções em si são, de fato, muito brutas e cruas.
A intenção por trás dessa abordagem era justamente não julgar e capturar o momento presente. Lembro-me de algo que David Lynch comenta sobre as “grandes ideias”, que ele diz estarem nas profundezas do inconsciente – ele é um grande defensor da meditação transcendental e acredita que, por meio dela ou de outras técnicas criativas, é possível acessar essas grandes ideias que residem em um nível mais profundo.
Nunca havia articulado isso dessa forma, mas ao lembrar-me de suas palavras, percebo que minha busca era exatamente essa: acessar esse lugar. E para isso, é fundamental libertar-se dos filtros, da racionalização excessiva e dos medos. Quando me apresentei em São Paulo, o que fiz foi tentar abrir a tampa do inconsciente e buscar o que havia lá dentro. Meu objetivo era trazer à tona tudo, inclusive as coisas que me causavam vergonha, que pareciam vulneráveis, sensíveis ou sentimentais demais – afinal, nada era “demais”; tudo era válido.
Acho que esse foi o grande trunfo: eu não tentei atribuir qualquer julgamento a essas frases, como “essa frase é muito bela” ou “essa é muito cafona”. Não, era simplesmente algo que emergiu de mim, e meu papel era cuidar das faixas e seguir em frente. É muito interessante ver agora a reação das pessoas a essa honestidade. Há uma força inegável nessa essência mais crua.
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TMDQA!: E ainda pensando nesse lado mais íntimo, em 2023 você teve a cirurgia no coração, que mesmo não tematizado diretamente, parece pulsar no disco. Você acredita que essa experiência te transformou ainda mais como artista e compositor?
Rubel: Com certeza, essa é uma questão crucial, especialmente no meio musical. É extremamente difícil não ser aprisionado ou balizado pelas normas do mercado – o que isso significa? Significa que, ao fazer música, nos preocupamos constantemente com: “Estou vendendo ingressos? Estou sendo ouvido no Spotify? As pessoas estão curtindo minhas publicações? Estou recebendo comentários? E o outro artista, ele tem mais e está postando mais?”.
Percebo que essa é uma neurose coletiva no meio artístico, muito agravada pelas redes sociais. A lógica que rege a arte atualmente é absolutamente capitalista, quase selvagem, onde a meta é o número. Na verdade, é uma lógica tecno-capitalista, pois nem é exatamente sobre dinheiro, mas sim sobre atenção. A grande moeda de troca é a atenção, e as pessoas ficam desesperadas buscando likes e essa atenção do público, que na verdade se resume ao próprio engajamento.
Isso gera uma dureza na expressão artística. Tenho visto muitas pessoas, especificamente neste ano, falando sobre isso – a Marina Sena abordou o tema no lançamento dela, a Luedji Luna também. Sinto que agora há um movimento oposto, de artistas tentando se libertar um pouco disso.
A cirurgia, no meu caso, me ajudou a reorganizar a minha leitura da carreira nesse sentido. Troquei o objetivo quase inconsciente de “deixa eu fazer sucesso, deixa eu ser amado, deixa eu encher a maior casa de show possível” por uma lógica de “deixa eu me expressar da maneira mais bonita, deixa eu fazer o disco que é mais verdadeiro, que é mais ousado, que é mais maluco, que é mais livre”. Pode parecer algo pequeno, mas é uma mudança muito profunda na forma de fazer, e isso muda tudo. A cirurgia foi um choque tão grande que me ajudou a aterrar e entender o porquê de eu fazer o que faço, qual é a verdadeira alegria que encontro ao fazer música.
Essa busca incessante por mais, essa “roda que corre atrás do próprio rabo“, nunca termina. Você atinge dois milhões de seguidores ou ouvintes mensais e quer chegar a três, pensa “só serei feliz quando chegar a três, porque aí sim, vai ser incrível” – e quando chega a três, você diz: “Não, eu precisava ter cinco, porque a fulana tem seis e meio. Como eu só tenho três? É pouco.” Isso não tem fim, e a sensação é sempre miserável.
Acredito que essa é uma síndrome da nossa geração artística, e penso que isso vai mudar. Para mim, sem dúvida, ter passado por essa experiência me ajudou a sair dessa corrida por números e entrar em uma busca por um propósito mais autêntico.
TMDQA!: O tempo, a morte, o amor e a espiritualidade aparecem muito nesse trabalho, assim como a fé e a intuição pessoal. Você diria que esse disco poderia ser visualizado como um rito de passagem pessoal? O quanto esses elementos guiam seu processo criativo e tomada de decisões?
Rubel: Eu não acho que dá pra dizer que é um rito de passagem não, porque em um rito de passagem você tá saindo de um lugar pra ir pra outro – e nesse disco eu não tava indo pra lugar nenhum. Este disco nasceu de um processo muito pessoal, de colocar para fora o que eu estava vivendo naquele momento. Por isso, ele é desprovido de futuro, sabe? É um trabalho muito focado no presente, sem pretensão de ser nada além de um reflexo do agora. Nesse sentido, ele é um verdadeiro irmão do Pearl, que também nasceu de uma observação pura do que estava acontecendo.
Acho que o ritmo da vida não é o que me moveu, mas sim a temática da passagem do tempo. Fiz este disco aos 33 anos, em um momento em que a ficha começa a cair: “caramba, vou envelhecer um dia.” – não que eu me sinta velho agora, mas estou começando a trilhar esse caminho. Antes dos 30, a sensação era de que a juventude duraria para sempre, que eu seria sempre mais ou menos jovem e egora, sou bem menos jovem, e amanhã serei menos ainda.
Isso traz à tona questões sobre o tempo, a morte – que também se conecta com experiências pessoais que vivi. É uma reflexão muito existencial sobre ser um ser humano nessa experiência estranha que é viver na Terra.
Acho que é muito legal ver como as pessoas estão se conectando com isso. Estou lendo os comentários, e é incrível como as pessoas se sentem tocadas por essa busca subjetiva por um sentido na vida. A música “A Janela, Carolina“, por exemplo – que não é minha mas que aborda essa temática – tem tocado muita gente. Se o disco está ressoando ou vai ressoar no coração das pessoas, é muito nesse lugar de que estamos todos um pouco perdidos nessa experiência de ser humano. É muito estranho conciliar tudo: trabalho, amor, quem eu serei, quem eu sou, sou legal, sou chato, sou amado, não sei. Todo mundo vive um pouco isso.
Então, acho que todas essas questões estão ali, jogadas de uma forma não tão literal ou amarrada, mas permeiam todas as músicas.
TMDQA!: A versão de “Reckoner”, do Radiohead, encerra o álbum. O que essa música representa para você e por que ela mereceu esse espaço de destaque?
Rubel: É uma canção linda, uma música que me marcou quando eu era mais novo. Quando lançaram o In Rainbows, mudaram completamente a minha vida. Eu estava naquele momento de “destampar o inconsciente”, e essa música veio do fundo, como uma memória do passado, como se eu a tivesse composto lá atrás e me lembrasse: “caramba, eu fiz essa música!” – é claro que eu não fiz, mas a sensação era essa. Quando comecei a cantar, cada detalhe, cada inflexão que o Thom Yorke faz, cada mínima parte do arranjo, estava gravado na minha memória – e olha que sou uma pessoa com uma memória terrível, mas essa música era cristalina. Eu sentia que ela fazia parte de um escopo de “verdades sensoriais“, sabe? Como um mapa sensorial da minha vida. Ela imprimia uma emoção muito forte e fazia total sentido com o resto do disco.
A música do Radiohead, embora de outra geração e de outro país, se conecta comigo por ser um sentimento humano. Essa música carrega um sentimento que nem sei qual é, eu nem entendo a letra, mas ela tem algo que dialoga com o que eu fiz. Elas conversam num lugar sutil, não pela frase específica, mas há algo ali, talvez na vida de quem a escreveu, que dialoga com a minha vida e com a vida de quem gosta dela.
Existe também uma conexão com os anos 70, quando Caetano Veloso fazia muito isso: pegar músicas gringas e trazer para o formato voz e violão, como em Qualquer Coisa. Ele pegava Beatles, Michael Jackson e colocava nessa roupagem meio bossa nova. Isso me marcou muito na infância! Acho que eu me permiti viajar um pouco com essa ideia de “abrasileirar” uma canção muito estrangeira, mas fazer com que ela se tornasse um pouco nossa também.
TMDQA!: E agora, com 33 anos, você sente que esse álbum tem um papel geracional, como um retrato da sensibilidade e das angústias do nosso tempo?
Rubel: Isso é coisa de Marcus Preto! [risos] Não tem a mínima chance de eu achar nada disso, quem tem que achar isso são as pessoas! Se eu fizer um disco achando que ele é um marco geracional, eu tô maluco – apesar de que quando fiz As Palavras, pensei exatamente isso.
TMDQA!: Pô, te peguei então!
Rubel: É, acho que você me pegou! [risos] Eu confesso que abandonei um pouco a ideia de antecipação. Acredito que, ao criar um álbum, é impossível ter uma noção exata do que ele se tornará. Essa antecipação excessiva pode ser até prejudicial e contaminar a pureza da obra. Quando se carrega o disco com uma intenção muito externa, seja mercadológica ou, no meu caso, cultural e social, que eu acreditava que ele poderia vir a ser – e talvez ainda seja, o tempo dirá – isso pode desviar o foco.
Com este disco, eu não tinha nenhuma pretensão de criar um marco ou algo grandioso. Minha única intenção era fazer um trabalho que eu pudesse ouvir e que captasse uma parte bonita de mim – talvez “captasse alguma beleza” seja uma forma melhor de dizer. A palavra “beleza“ está no título não por acaso, ela é o propósito. Se ele se tornar algo maior, cara, será incrível!
Mas acho que só temos uma ideia clara dessas coisas com o distanciamento temporal. Talvez daqui a uns 10 anos, olhando para esta década, a gente possa dizer: “caramba, esses discos foram marcantes!”. Tomara que seja o caso.
TMDQA!: Bom, e quando você dá play no disco, a gravação tem uma atmosfera cinematográfica – tanto que não é atoa que o álbum chegou com um filme complementar. Você pensou em imagens ou cenas durante o processo de composição e produção? Como foi o processo de criação do filme/curta com a Larissa Zaidan?
Rubel: Confesso que falhei terrivelmente na tentativa de criar traduções visuais para o disco. Mesmo tendo estudado cinema e trabalhando na área, eu não conseguia encontrar nenhuma imagem que capturasse a essência do que eu sentia. Tinha uma paleta de cores que, de fato, se tornou a paleta do álbum, mas as cenas simplesmente não vinham.
Foi então que chamei a Larissa! Eu já era fã do trabalho dela e lhe dei liberdade criativa total para que ela trouxesse sua visão estética para o disco – e foi exatamente isso que aconteceu. Ela ouviu o álbum ainda em processo, com apenas voz e violão, e teve a ideia de fazer um curta-metragem – algo que nem estava nos meus planos. Inicialmente, eu queria apenas um ensaio fotográfico, achava que o disco nem teria vídeo. Mas ela disse: “Não, quero fazer um filme desse disco“. E eu: “Então, vamos nessa!”.
Ela escreveu o roteiro sozinha, trazendo toda aquela atmosfera da cidade industrial de Cubatão, meio pós-apocalíptica, a coisa dos patos, do gavião, o casal, o velho no cemitério. Tudo isso são imagens que ela trouxe – e é lindo, porque para mim é uma tradução muito fiel da sensação do disco.
É incrivelmente difícil fazer essa tradução pós-mídia, multiplataforma, e ela foi muito sensível. Ela realmente se emocionou com o disco e, em vez de traduzir a história, ela pegou a emoção e a colocou em um outro lugar. Ela ficou tão empolgada que um dia me disse: “A gente vai filmar em 35mm, em película!”. Esse foi um momento muito emocionante para mim, pois sempre sonhei em filmar em película 35mm e nunca havia conseguido. Ela “bancou” essa tecnologia, e entendi que esse filme era realmente importante para ela. Percebi que não era apenas mais um trabalho; era algo da vida dela, e o filme imprime essa marca autoral de alguém que realmente estava dando a alma por aquela história.
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TMDQA!: Cara, agora, vou te fazer uma pergunta que provavelmente já te fizeram.
Rubel: Ah não, você não vai me perguntar o que a gente faz com isso né? [risos]
TMDQA!: Claro que vou! [risos] Rubel, agora que esse trabalho está pronto e lançado… Beleza. Mas agora você faz o que com isso?
Rubel: Cara, eu tenho uma amiga que uma vez foi entrevistar a Billie Eilish, e ela perguntou “when we all fall asleep, where do we go?”. Tô me sentindo na mesma situação aqui [risos]
TMDQA!: Em minha defesa, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa…
Rubel: Verdade, eu não sou a Billie Eilish – brincadeira! [risos] Mas é injusto fazer essa pergunta, porque eu não posso responder ela! Eu quem tô fazendo essa pergunta, se eu acabar respondendo, vai perder a graça!
Mas eu vou te responder, ok? Minha prioridade agora é me conectar profundamente com as pessoas. Pretendo ler muitos comentários e interagir bastante, algo que senti muita falta. No início da minha carreira, com o Pearl, éramos pouquíssimas pessoas, e cada comentário era especial. Eu absorvia cada emoção, cada história, e nos shows pequenos, conseguia ver o rosto de cada um, às vezes até conversava individualmente.
Com o crescimento da carreira, essa conexão mais próxima foi se perdendo. Agora, meu objetivo com este disco é justamente me reconectar emocionalmente com esse público. Quero usar as ferramentas digitais – Twitter/X, Instagram, TikTok – da melhor forma possível para realmente trocar com as pessoas.
E claro, especialmente, quero fazer uma turnê. Acredito que a grande continuação do disco é o show, e os shows serão em teatros pequenos, voz e violão, assim como no começo. Isso é para retomar esse espaço do show como um lugar íntimo, um local de troca próxima com os fãs.
TMDQA!: Rubel, por último, gostaria de te fazer uma pergunta bem tradicional que tenho no meu repertório de entrevistas: considerando o nome do nosso veículo, você também diria ter mais discos do que amigos? E se você pudesse escolher um álbum que te define – não necessariamente enquanto artista -, qual seria esse álbum?
Sei que você tem uma coleção legal, de Frank Ocean até Tyler, The Creator...
Rubel: Você tá ligado, né? Sabe, sem dúvida, tenho mais discos do que amigos. E eu queria ter mais amigos do que discos! Mas, considerando a quantidade de álbuns que possuo, seria impossível ter mais amigos; eu não conseguiria ser um bom amigo para ninguém. Minha coleção de discos é uma das coisas que mais amo na vida, a construo desde os 15 anos. Inclusive, mal posso esperar pelo meu novo vinil!
Um disco que me define? Caramba, isso muda muito com o tempo. Depende da fase.
Se eu pudesse escolher um álbum que gostaria que me definisse, seria o CALL ME IF YOU GET LOST do Tyler. Acho que esse é o tipo de pessoa que eu gostaria de ser.
Mas o disco que realmente me define, na minha essência, é For Emma, Forever Ago do Bon Iver. Infelizmente, são dois discos gringos, eu queria que fossem brasileiros! Mas quando ouço For Emma, penso: “caramba, eu poderia ser aquele cara naquela cabana“. É como se ele traduzisse a forma como vejo o mundo, a melancolia que sinto, a vontade de viver. É chocante como esse disco fala com quem eu realmente sou.
Mas, sem sombra de dúvidas, eu queria ser o CALL ME IF YOU GET LOST do Tyler, The Creator! [risos]
TMDQA!: Ótimas escolhas, tá maluco! Rubel, mais uma vez, foi uma honra. Muito sucesso com o lançamento, até a próxima!
Rubel: Espero que a gente se encontre por aí, valeu!
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