Durante anos, colecionadores e fãs repetem uma ideia que se tornou quase regra: discos de vinil coloridos têm som inferior ao tradicional vinil preto. Mas será que isso é mesmo verdade? Segundo Michel Nath, proprietário da fábrica Vinil Brasil, a resposta é clara — e técnica: não.
Em uma entrevista ao podcast Alt Cast, destacada por Marcelo Scherer na newsletter da plataforma Disconecta, Michel — que trabalha e estuda o processo de produção de vinil há anos — derrubou de vez o mito de que a cor do disco interfere significativamente na qualidade do som. “As pessoas precisam entender que o pigmento é só isso: um pigmento. Ele não muda a essência do vinil”, explicou.
Transparente, preto ou colorido: qual a diferença real?
De acordo com Nath, o plástico base do vinil é naturalmente transparente com um leve tom amarelado. Para atingir a aparência “pura” que muitos associam à alta fidelidade, adiciona-se um alvejante semelhante ao usado em roupas — e assim surge o vinil transparente. É dessa estética que vem a (injustificada) fama de que ele teria som superior.
Já os discos pretos recebem um pigmento que absorve outras cores e impurezas, o que pode até facilitar o processo de prensagem. Mas, do ponto de vista da audição, a diferença entre as cores é mínima, afirma o especialista. “Num teste cego, usando o mesmo corte, mesma master e mesma matéria-prima, ninguém vai perceber”, garante.
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O que realmente importa para a qualidade do som
Para Michel Nath, os fatores que de fato influenciam a qualidade sonora de um disco são:
- Matéria-prima utilizada
- Local de fabricação
- Qualidade da prensagem
- Masterização e corte do acetato
Ou seja: a cor é um detalhe estético, não técnico. E para perceber nuances mínimas causadas por pigmentos, seria necessário um equipamento de ponta — e um ouvido altamente treinado.
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Escolha o que te faz feliz
Como destaca Marcelo Scherer em sua newsletter, a cor do disco pode — e deve — ser uma escolha estética, que valorize o conjunto da obra:
“Escolha a cor que orna com o material gráfico, pense nele como uma peça estética de arte visual, porque também é. Escolha o que você tá a fim e seja feliz.”
No fim das contas, o vinil continua sendo uma mídia mágica — tanto pelo som quanto pelo visual. E como reforça Michel Nath, o que importa mesmo é a música que está ali!
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