27/05 - 01/06

Todo Mundo Batendo Cabeça

Bangers Open Air mostra que o Metal é global e atemporal - veja como foi

Entre clássicos e novidades, festival reúne bandas de todo o mundo e mostra que a música pesada vive ótimo momento

Kerry King, do Slayer, no Bangers Open Air 2025
Foto por Stephanie Hahne/TMDQA!

No último final de semana, o Rio de Janeiro foi tomado pelos fãs de Pop, que receberam Lady Gaga muito bem em um show histórico. Ao mesmo tempo, em São Paulo, a história também era feita por um público um pouco diferente: os metaleiros tomaram conta da cidade graças ao Bangers Open Air, que realizou sua primeira edição com este nome.

Anteriormente chamado de Summer Breeze Brasil, o evento reafirmou sua presença no cenário brasileiro de forma graciosa, enfrentando intempéries como cancelamentos com profissionalismo e garantindo ao público o que eles mais queriam ver – uma grande reunião de bandas, fãs e entusiastas da música pesada em três dias no Memorial da América Latina, ponto de alta relevância para a cultura da capital paulista.

O espaço, aliás, já se tornou emblemático para a realização do festival, cuja edição 2026 está confirmada para os dias 25 e 26 de Abril. A venda dos Blind Tickets (ingressos sem o anúncio do line-up) estará disponível a partir das 14 horas desta terça-feira (06 de maio), e a fórmula tem sido um sucesso nos últimos anos, provando que o público já se tornou fiel e confia na curadoria do evento.

Nesse sentido, a edição 2025 foi mais um acerto em cheio de uma equipe que, cada vez mais, mostra que entende a essência do Metal, um gênero global e atemporal.

Bangers Open Air celebra o Metal em suas várias formas

Como tem sido em todos os anos de realização do festival, a diversidade é um dos pontos principais do Bangers Open Air. É natural que exista um desequilíbrio com relação a certas minorias, já que a cena do Metal ainda é, infelizmente, muito dominada por um grupo demográfico específico.

Mesmo assim, já na sexta-feira, um dia que foi anunciado como “aquecimento” para o festival, o primeiro grande destaque foi uma misteriosa banda composta apenas por mulheres. A Dogma, com suas freiras estilosas e provocativas, já mostrou que o Bangers reservava boas surpresas para o público.

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Ao mesmo tempo, no entanto, o dia também garantiu que os clássicos marcassem presença. Doro e Glenn Hughes, duas lendas do Rock e Metal, foram as atrações principais de um dia que aqueceu muito bem a plateia, presente em maior número no final de semana para ver uma série de atrações que vieram quase que literalmente de todo o mundo.

No sábado, por exemplo, bandas brasileiras como Viper e Matanza Ritual dividiram espaço com os suecos do Dynazty, os finlandeses do Ensiferum, os americanos do Dark Angel e os suíços do Lacrimosa. O Waves Stage, que foi realocado para um espaço fechado, também contou com boas surpresas, como a mexicana Pressive e a chinesa Dreamspirit.

Enquanto isso, nos palcos principais, também houve grande variedade de países, ainda que o foco tenha sido o Power Metal: o Bangers recebeu Burning Witches (Suíça), Municipal Waste (EUA), H.E.A.T. (Suécia), Sonata Arctica (Finlândia), Kamelot (EUA), Saxon (Inglaterra), Powerwolf (Alemanha) e Sabaton (Suécia).

Além do fator global, a atemporalidade de certos nomes foi o que mais chamou atenção. Enquanto o Sabaton fez um show digno de headliner e de sua carreira cheia de conquistas, o Saxon foi reverenciado como as lendas que são, e o icônico Biff Byford ainda se mostrou cheio de carisma mesmo aos 74 anos de idade. Afinal, o Metal é pra todo mundo!

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Superando as dificuldades

Para a edição 2025, o Bangers contou com uma ajudinha do clima para resolver um dos principais problemas do ano passado. O forte calor que assolou São Paulo em 2024 não esteve presente dessa vez, criando um clima bem mais agradável no Memorial da América Latina, confirmando que basta não estarmos em meio a uma bizarra onda de calor para que o local seja ideal para shows, principalmente devido ao fácil acesso de transporte público.

No entanto, o problema que mais se fez presente dessa vez foi o cancelamento de bandas que atingiam um público específico. Nomes mais ligados aos fãs jovens de Metal, Knocked Loose, We Came as Romans e I Prevail não puderam vir se apresentar mesmo com os esforços feitos pelo festival para que isso acontecesse – e as escolhas para substitui-los foram grandes presentes para outros nichos.

Entrando de última hora no line-up, o Blind Guardian foi um dos grandes destaques de domingo, apresentando um setlist especial e se conectando com a plateia como poucos outros fizeram – resultado, também, de ser uma das primeiras bandas a tocar em duas edições do festival, já que foram os headliners em 2023.

Da mesma forma, o Destruction foi outro grande ponto positivo, agradando os fãs de Thrash Metal que não estavam lá tão empolgados para conferir o show do projeto Avantasia, que ainda assim entregou um espetáculo belíssimo no palco principal.

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Todo Mundo… Batendo Cabeça!

Enquanto boa parte do país falava sobre Lady Gaga – merecidamente, diga-se de passagem, já que a cantora fez uma apresentação incrível em Copacabana -, o nicho metaleiro não teve com o que se preocupar para se sentir incluído no mesmo final de semana.

O slogan Todo Mundo No Rio não valeu para quem estava no Bangers Open Air, que contou ainda com shows incríveis de nomes como Black Pantera. Nesse caso, a gente até sugere um novo slogan: Todo Mundo Batendo Cabeça!

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De forma geral, o domingo seguiu a mesma receita do sábado, unindo bandas nacionais com grupos de todo o resto do mundo, incluindo até mais países – como a Polônia, representada pelo Vader. A celebração aos clássicos do Rock e Metal foi fantástica, com destaque para o W.A.S.P., que tem Aquiles Priester na bateria desde 2017, e Kerry King.

Este último fez a aguardada estreia de seu projeto solo no Brasil, mas é claro que não faltaram alguns sucessos do Slayer para abrir as maiores rodas que o Bangers Open Air viu nesta edição de 2025. No fim das contas, o vídeo abaixo, que registra a dobradinha “Raining Blood”/”Black Magic”, é um retrato perfeito do que foi esse festival: uma verdadeira celebração da música pesada, para todas as idades e tribos.

Que venha muito mais em 2026!

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