27/05 - 01/06

Dia da Marmota macabro

Loop temporal, luto e terror: o que Until Dawn tem em comum com o perturbador Koko-di Koko-da

Como em outras histórias com o efeito “dia da marmota”, o segredo está no subtexto emocional

poster do filme koko di koko da
Koko-di Koko-da (Foto: Prime Video)

Until Dawn: Noite de Terror, lançado em 2025, chegou aos cinemas inspirado no game homônimo, mas logo chamou atenção por seguir um caminho bem diferente da história original. A mudança dividiu opiniões entre os fãs, que passaram a encarar o filme mais como um spin-off ou uma continuação do que como uma adaptação fiel.

O que pouca gente percebeu, no entanto, é que a nova trama de Until Dawn compartilha muitas semelhanças com o perturbador Koko-di Koko-da, filme sueco-dinamarquês lançado em 2019, como bem lembrou o canal Getro, especializado em produções de horror.

Ambos exploram o terror psicológico por meio de um loop temporal, em que os personagens revivem traumas e mortes de forma cíclica — uma metáfora poderosa para a dor do luto e a dificuldade de superá-lo.

A versão nórdica de Until Dawn

Koko-di Koko-da é uma produção sueco-dinamarquesa dirigida e roteirizada por Johannes Nyholm. O elenco conta com Leif Edlund, Ylva Gallon, Peter Belli, Katarina Jacobson, Morad Baloo Khatchadorian e Brandy Litmanen.

A história acompanha Tobias e Elin, um casal em luto após a morte da única filha. Para tentar se reconectar, eles partem em uma viagem e decidem acampar em uma floresta. Lá, passam a ser perseguidos por uma trupe de artistas bizarros que os aterrorizam de maneiras cada vez mais violentas.

A estrutura narrativa é semelhante à de Until Dawn: os protagonistas são brutalmente assassinados e, no dia seguinte, acordam no mesmo local — apenas para viver tudo de novo. O ciclo de sofrimento se repete, criando um clima opressor e angustiante.

cena do filme koko di koko da
Koko-di Koko-da (Foto: Prime Video)

Loop temporal e trauma psicológico

Como em outras histórias com o efeito “dia da marmota”, o segredo está no subtexto emocional. Ou seja, o loop representa a dificuldade de superar um trauma marcante.

Em Koko-di Koko-da, a dor da perda impede que Tobias e Elin retomem a conexão e os mergulha em um estado de melancolia. O terror vivido na floresta simboliza essa dor: os artistas andantes que os perseguem são projeções do sofrimento causado pela morte da filha.

Sem dar muitos spoilers, o filme deixa claro que a única saída do ciclo traumático está na reconexão entre o casal. Superar o luto exige encarar o que há de mais doloroso — algo que só pode ser feito juntos.

Essa abordagem mostra como o terror psicológico pode ser uma poderosa metáfora para experiências reais. É por isso que filmes como Koko-di Koko-da nos causam tanto impacto emocional e soam… estranhos.

Assim, sendo realistas, o ideal é que os personagens buscassem ajuda psicológica desde o início. Mas, convenhamos: os filmes de terror não teriam graça se eles fossem direto para o consultório, certo?

Infelizmente, Koko-di Koko-da está disponível no Prime Video, mas ainda não chegou ao catálogo brasileiro.

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