O trio de Rap irlandês KNEECAP está impedido de se apresentar nos Estados Unidos no momento após o visto do grupo ter sido invalidado, uma vez que seu sponsor – pessoa ou entidade responsável por “apadrinhar” o visto de alguém – retirou seu “patrocínio”.
A atitude foi tomada após a polêmica causada pelos shows do trio no Coachella, onde o grupo divulgou em seus telões slogans em apoio à Palestina, incluindo a frase “Foda-se Israel, Libertem a Palestina” e “Israel está cometendo genocídio contra o povo palestino”.
Depois da apresentação, celebridades e figuras políticas fizeram críticas ao KNEECAP, com Sharon Osbourne pedindo justamente a cassação do visto de trabalho dos integrantes da banda e apontando que suas ações apresentavam “discursos de ódio” e “apoio aberto a organizações terroristas”.
O Departamento de Estado dos EUA informou em uma declaração à BBC News NI (via mixmag) que não poderia falar sobre casos individuais, mas apontou que a revogação é considerada se um requerente “representasse uma ameaça à segurança pública ou outras situações em que a revogação fosse justificada”.
“Isso pode incluir tudo, desde prisões, condenações criminais e envolvimento em conduta inconsistente com a classificação do visto, até permanência excessiva”, continua a declaração.
Shows cancelados e investigações contra o KNEECAP
Com a repercussão do show do KNEECAP, o agente americano e sponsor do visto do grupo confirmou na semana passada ao The Hollywood Reporter que “não estava mais trabalhando” com o trio.
Para garantir a realização de seus shows nos EUA, a banda precisa agora encontrar um novo patrocinador de visto. O grupo já esgotou a maioria das datas de sua próxima turnê pelos EUA, marcada para outubro.
Diferente das datas da turnê dos EUA que ainda estão confirmadas, os festivais Hurricane e Southside — considerados alguns dos “maiores festivais” da Alemanha, com programação dividida semelhante à dos festivais de Reading e Leeds, no Reino Unido — removeram o KNEECAP de sua programação sem compartilhar os detalhes do cancelamento.
Segundo o Belfast News Letter relata, o presidente do Fórum Jovem da Sociedade Alemã-Israelense, Lasse Schauder, respondeu à decisão oferecendo o que parece ser uma explicação sobre os cancelamentos:
“Qualquer um que apoie ou glorifique organizações terroristas como o Hezbollah ou o Hamas não deve ter permissão para subir nos palcos de shows”.
KNEECAP também será investigado no Reino Unido
Em meio a tudo isso, o KNEECAP também se tornou alvo de investigações da polícia antiterrorista do Reino Unido após a apresentação do Coachella por conta de imagens de dois shows da banda em 2023 e 2024.
O primeiro é um registro do grupo no Kentish Town Forum, em Londres, em novembro do ano passado, onde um membro do grupo pode ser visto gritando “alcance o Hamas, alcance o Hezbollah”.
Neste domingo (27), a Polícia Metropolitana relatou que está sendo investigado outro vídeo no qual um membro da banda teria dito:
“O único conservador bom é um conservador morto. Mate seu parlamentar local”.
O que diz o grupo?
Na semana passada, os membros do KNEECAP rebateram as “falsas alegações de antissemitismo” contra eles, e apontaram que isso está sendo “usado para distrair, confundir e fornecer cobertura para genocídio”.
A banda compartilhou um texto em sua conta do Instagram falando sobre o assunto. Leia na íntegra abaixo e, depois, veja alguns registros da apresentação que gerou toda essa polêmica:
“Desde nossas declarações no Coachella — expondo o genocídio em curso contra o povo palestino — enfrentamos uma campanha coordenada de difamação. Por mais de um ano, usamos nossos shows para denunciar a cumplicidade dos governos britânico e irlandês em crimes de guerra. Os ataques recentes contra nós, em grande parte vindos dos EUA, baseiam-se em distorções e falsidades deliberadas. Estamos tomando medidas contra várias dessas tentativas maliciosas.
O motivo pelo qual o KNEECAP está sendo alvo é simples: estamos dizendo a verdade e nosso público está crescendo. Aqueles que nos atacam querem silenciar as críticas a um massacre em massa. Eles usam falsas acusações de antissemitismo como arma para distrair, confundir e dar cobertura ao genocídio.
Não nos importamos com a religião que cada um pratica. Sabemos que há um número enorme de judeus indignados com este genocídio, assim como nós. O que nos importa é que os governos dos países em que atuamos estejam permitindo alguns dos crimes mais horríveis de nossas vidas — e não ficaremos em silêncio.
Nenhuma manipulação da mídia mudará isso. Nossa única preocupação é o povo palestino. As 20.000 crianças assassinadas e o número continua aumentando. Os jovens em nossos shows enxergam através das mentiras. Eles estão do lado da Humanidade e da Justiça. E isso nos dá muita esperança.”
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