27/05 - 01/06

Eternizados nas letras

5 músicas escritas sobre ícones do Grunge que nos deixaram

Nomes como Kurt Cobain, Layne Staley e Andrew Wood faleceram cedo demais, mas foram transformados em poesia por seus colegas

Chris Cornell e Andrew Wood

O grunge nasceu na virada dos anos 80 para os anos 90 como uma revolução musical, um som que unia o melhor do metal e do alternativo, com letras intensas e personagens marcantes — mas também se tornou um estilo carregado de dores.

Isso porque alguns dos principais ícones do gênero faleceram cedo demais, muitos deles saturados pelo peso da fama e do abuso de drogas. Foi o caso com Kurt Cobain (Nirvana), Layne Staley (Alice in Chains), Chris Cornell (Soundgarden) e Scott Weiland (Stone Temple Pilots), por exemplo.

Acontece que o grunge, assim como toda forma de arte, também se tornou um jeito de lidar com o luto, e várias canções foram escritas pelos “sobreviventes” para homenagear os colegas que se foram.

Pearl Jam, Alice in Chains e outros gigantes do Grunge

Nesta matéria, selecionamos faixas cheias de emoção como “Never Fade”, lançada pelo Alice in Chains em 2018 para celebrar Layne, e “Say Hello 2 Heaven”, do Temple of the Dog, que foi feita pelo próprio Chris Cornell para lembrar Andrew Wood, vocalista do Mother Love Bone que morreu em 1990.

De clássicos a registros mais recentes, essas canções se tornaram um “memorial” do grunge, e até hoje ajudam os fãs a processar a ausência de seus ídolos. Confira abaixo todas elas!

5 músicas dedicadas a ídolos do Grunge

Alice in Chains – “Never Fade”

A banda de Seattle ficou quase 15 anos sem lançar músicas inéditas após a morte de Layne Staley, até viver um processo de cura com o álbum Black Gives Way to Blue (2009), totalmente dedicado ao ex-vocalista.

O AiC seguiu em frente depois disso, e o novo cantor William DuVall conquistou os fãs com mais dois discos de estúdio e shows por todo o mundo. Em 2018, no álbum Rainier Fog, veio mais uma homenagem a Layne com “Never Fade”, escrita pelo guitarrista e principal parceiro dele nos anos 1990, Jerry Cantrell.

Temple of the Dog – “Say Hello 2 Heaven”

Os fãs conhecem bem a história trágica: pouco antes de estrear com o Mother Love Bone, Andrew Wood morreu por overdose, e seu amigo e colega de quarto Chris Cornell reuniu os demais integrantes da banda (que mais tarde se tornaria o Pearl Jam) para montar um projeto em sua homenagem chamado Temple of the Dog.

O único álbum do grupo foi um verdadeiro marco do grunge e trouxe pedradas como “Say Hello 2 Heaven”, faixa melódica e pesada na medida certa, com uma mensagem de otimismo sobre Wood ter ido para o céu.

Pearl Jam – “4/20/02”

Considerada uma raridade, esta faixa foi escrita por Eddie Vedder logo após ouvir a notícia da morte de Layne Staley no dia 20 de abril de 2002 (por isso o título), 15 dias após a data exata de seu falecimento, como te contamos nesta matéria.

A música ficou guardada por um ano até aparecer como faixa escondida em Lost Dogs (2003), coletânea de lados b do Pearl Jam, e mesmo assim “4/20/02” aparece apenas no final do disco, minutos depois do fim de “Bee Girl” – vale a pena esperar pra ouvir!

Foo Fighters – “Friend of a Friend”

Esta é outra música que ficou guardada por algum tempo até Dave Grohl se sentir confortável para lançá-la. Ele a escreveu em 1990, ano em que foi contratado como baterista do Nirvana, dentro do apartamento de Kurt Cobain e usando o seu violão.

A letra retrata a timidez e o talento de um “amigo de um amigo”, que hoje sabemos ser exatamente Cobain. “Friend of a Friend” foi lançada só em 2005, no álbum acústico In Your Honor, com apenas Grohl cantando e tocando.

7 Year Bitch – “M.I.A.”

Pra fechar, vamos lembrar uma história pouco conhecida do grunge envolvendo Mia Zapata, vocalista da banda The Gits. Ela foi brutalmente assassinada em Seattle em 1993, quando tinha apenas 27 anos, e o caso chocou a cena alternativa da cidade que vivia um auge naquele momento.

A cantora foi celebrada na faixa “M.I.A.”, da banda local 7 Year Bitch. O quarteto de punk, formado por quatro mulheres, lançou apenas quatro discos entre 1990 e 1997, e um deles foi ¡Viva Zapata! (1994), totalmente dedicado a Mia Zapata.