27/05 - 01/06

Clássicos do Pantera, At the Gates e mais

Os 10 discos mais importantes do Metal segundo M. Shadows, do Avenged Sevenfold

Confira o que o vocalista teve a dizer sobre as obras escolhidas

M. Shadows, vocalista do Avenged Sevenfold, em 2023
Foto de M. Shadows via Shutterstock

Descobrir o que nossos ídolos apreciam musicalmente nos faz ter uma outra percepção do que realmente está por trás das obras desses artistas. Há alguns anos, o talentoso cantor M. Shadows encarou o desafio de revelar à Rolling Stone dos EUA quais trabalhos integrariam sua lista de melhores discos de Metal de todos os tempos.

Sabemos que o Avenged Sevenfold, banda da qual Shadows é vocalista, amadureceu e fez algumas mudanças em sua sonoridade ao longo de sua trajetória. Mas desde o início, quando o grupo explorava o Metalcore mais tradicional, já era possível observar que seus integrantes eram influenciados por diferentes estilos, o que tornou ainda mais interessante descobrir quais obras marcaram a vida do músico.

Ao falar sobre os discos que ele escolheu para sua seleção, M. Shadows apontou:

“Quando fiz esta lista, estava tentando pensar em discos que realmente me impactaram estilísticamente, tipo, ‘Uau, dá para fazer isso com Heavy Metal’. Então, tentei pensar naqueles momentos marcantes da minha vida em que ouvi um som diferente que me inspirou.”

Confira abaixo a lista completa do vocalista do Avenged Sevenfold e seus comentários sobre os discos!

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Os 10 melhores discos de Metal segundo M. Shadows, do Avenged Sevenfold

At the Gates – Slaughter of the Soul (1995)

“Os riffs eram ótimos, a composição era ótima, a gravação soava bem. Tinha seus momentos suaves, mas quando isso acontecia, voltava e te dava um chute no estômago de novo. Então, para mim, aquele disco mudou tudo porque percebi que existem bandas por aí que estão fazendo algo mais pesado, mais forte e melhor do que todo mundo, mas também estão compondo ótimas músicas e também é muito melódico de certa forma.

Em muito do Black Metal para mim, pessoalmente, os riffs não eram ótimos, mas com o At the Gates descobri que o disco ficou no meu carro por um ano inteiro, e eu o mostrei para todo mundo que pude. Acho que usamos muito disso no Avenged, onde é só aquela batida Thrash de um-dois. Foi um grande momento para mim.”

Dream Theater – Metropolis Pt. 2: Scenes from a Memory (1999)

“Adorei a história. Adorei tudo sobre o Dream Theater naquele disco. Depois, pude voltar e agora estou muito familiarizado com toda a discografia deles, mas aquele disco mudou tudo para mim, porque foi a primeira vez que realmente ouvi uma história em um álbum. Eu nem tinha ouvido ‘Operation: Mindcrime’ [do Queensrÿche] ainda. Este é o primeiro álbum conceitual de verdade que realmente me conquistou, e me fez pensar nas coisas de forma diferente. Achei que foi muito bem construído, com sua natureza progressiva, e as melodias eram brilhantes.

[…] Este disco me mostrou que é possível contar uma grande história com Heavy Metal. Você pode colocar muita coisa em um CD e nem sempre precisam ser essas músicas prontas. Você pode fazer uma aventura com tudo isso. E isso realmente abriu meus olhos para isso.”

Helloween – Keeper of the Seven Keys: Part II (1988)

“Este disco realmente me mostrou o que era possível no lado melódico do Metal. Você não precisava ser sempre impetuoso ou vulnerável como o Korn ou insano como o System [of a Down]. É direto, quase parece Punk Rock em alguns momentos. Mas é super suave e, para mim, é uma composição incrível.

Dá para sentir a influência deste disco em ‘Beast and the Harlot’. Tem várias músicas lá das quais a gente meio que tirou ideias, tipo, ‘Ok, aqui tem um pianozinho ótimo onde eles fazem uma progressão de acordes ou modulação enorme aqui. Faz isso’. É um daqueles discos que, para mim, foi um marco na minha infância, mas quando você toca no carro para as pessoas, elas ficam tipo: ‘Que diabos é isso? Quem é esse cara cantando?’. E eu sempre achei isso divertido.”

Iron Maiden – The Number of the Beast (1982)

“Quando voltei e comecei a comprar mais discos, encontrei o ‘Number of the Beast’, e esse disco foi o que simplesmente me tocou e me tornou um fã para a vida toda. Foi a composição que me conquistou. Era concisa, tinha tantos elementos legais, todas as guitarras em duelo. E eu ouvia In Flames e coisas do tipo, mas nunca tinha realmente ouvido de onde eles tiravam tanta influência.

Aquele disco mudou tudo para mim, e eu lembro de apresentá-lo ao Brian [guitarrista do Avenged Sevenfold, Synyster Gates] e ao Zach [guitarrista do Avenged, Zacky Vengeance] e então dizer: ‘Cara, essas guitarras duelando são tão legais. Ouça o que eles estão fazendo aqui. O In Flames faz isso, mas isso é diferente. Isso simplesmente parece diferente. Tipo, a maneira como eles estão incorporando isso é tão legal.’ E eu lembro que aquele disco mudou muito para nós. Ele nos mostrou que não há problema em ter vários solos em uma música e, em seguida, simplesmente mudar de marcha tão rapidamente. Então isso foi uma grande influência para o Avenge Sevenfold, com certeza.”

Korn – Korn (1994)

“Foi um grande momento para mim, porque quando coloquei aquele disco para tocar, eu nunca tinha ouvido nada parecido. Acho que as pessoas o chamavam de Nu Metal ou algo assim, mas soava diferente para mim. Soava funky. Soava torturado. Tinha todos aqueles elementos que eu nunca tinha ouvido antes. Então, aquele disco foi um grande momento para mim.

Jonathan Davis tinha uma vulnerabilidade que Phil [Anselmo, do Pantera] não tinha. Phil era mais como um ‘alfa’, muito direto na maior parte do tempo. E então você tinha esse cara Jonathan que ainda fazia aquele negócio de cantar gritando, ou ele estava atingindo notas, mas não estava apenas gritando por causa disso, mas simplesmente parecia muito vulnerável.”

Megadeth – Countdown to Extinction (1992)

“Lembro-me de ouvir [a rádio] KNAC, e eles tocaram “Sweating Bullets”. Era tipo, você não sabia o que te atingiu. Tipo, ‘O que é isso? Esse cara está narrando essa coisa com uma música assustadora’. Então, no dia seguinte, fui lá e comprei ‘Countdown to Extinction’.

É engraçado. Eu guardei numa capa do Pantera, que tinha, tipo, ‘Fucking Hostile’ e todas essas outras coisas. E meu pai chegou e disse: ‘Você não vai ouvir isso. Está escrito ‘Fucking Hostile’.’ E eu disse: ‘Não, não é. É uma fita do Megadeth. Você tem que ouvir.’ Ele disse: ‘Eu vou ouvir. Se houver algum palavrão, você não vai ouvir.’ ‘Ok, tudo bem.’ No dia seguinte, meu pai voltou e disse: ‘Esse disco é inacreditável.’ E ele voltou e começou a comprar discos do Megadeth. Era tão acessível, tão bom, mas também a voz do Dave Mustaine era tão sinistra e a gravação soava tão polida e perfeita. Simplesmente soava tão legal.

Conforme fui crescendo, comecei a perceber o quão incrível o Marty Friedman estava naquele disco. Mas, por outro lado, tudo se resume à composição e a ser um jovem garoto e dizer: ‘Isso me conecta. Eu entendo isso. Eu entendo essa coisa de Heavy Metal.’ Toda aquela era simplesmente me trouxe para dentro. Havia tantas músicas e discos incríveis naquela época.”

Metallica – Master of Puppets (1986)

“‘Master of Puppets’ foi o que me marcou pela composição. Eu nunca tinha ouvido o elemento Thrash usado daquela forma. Eu estava ouvindo, tipo, ‘Divine Intervention’ do Slayer e alguns discos do Slayer na época, e esses discos eram muito bons para mim, mas não chegaram a esse ponto. ‘Master of Puppets’ tinha a composição com o elemento Thrash que eu nunca tinha ouvido antes.

Se eu fosse tocar qualquer música para alguém perguntando ‘Do que se trata o Metal?’, eu simplesmente tocaria ‘Master of Puppets’. As progressões e a ponte são brilhantes. Quantas vezes as pessoas tentaram copiar aquela ponte onde tudo se desfaz e você entra em tons diferentes e tenta voltar, mas ninguém consegue fazer tão bem quanto essa música? É composição Metal/Thrash básica em toda a música, e tem diversidade suficiente para prender o seu interesse, que é… É inacreditável. Um disco inacreditável. Do começo ao fim, é simplesmente brilhante.”

Pantera – Far Beyond Driven (1994)

“Eu sempre gostei mais desse disco do que dos anteriores, mesmo com músicas brilhantes em ‘Cowboys’ e ‘Vulgar’. Para mim, ‘Far Beyond Driven’ tinha um impacto que o levava ao limite e pura agressividade. E eu sempre apreciei isso. E sempre achei que era bem ousado, e sempre foi meu disco favorito do Pantera.

A metade da frente do disco tem grooves incríveis e a de trás tem algumas coisas interessantes. Sempre gostei mais de ‘Slaughtered’. Não tem melodia nessa música; é pura agressividade. Sempre adorei essa música e também ‘[Hard Lines,] Sunken Cheeks’. Acho que esse solo é provavelmente o melhor solo que o Dimebag já fez. Aquele solo do meio, na ponte, soa como se ele estivesse debaixo d’água e usando o feedback o tempo todo, mas ele está tocando todas essas notas brilhantes. Mas pode colocar ‘Slaughtered’ como música favorita.”

Queensrÿche – Operation: Mindcrime (1988)

“Eu estava conversando com meu pai sobre as coisas que ele cresceu ouvindo, e ‘Operation: Mindcrime’ é um disco sobre o qual ele sempre falava em casa. Ele sempre o chamava de ‘o melhor álbum conceitual de todos os tempos’. Um dia, comecei a ouvi-lo e a ficha caiu. Pensei: ‘Essas músicas são todas sucessos. São todas músicas incríveis.’ Tem uma história incrível e entrelaçada, e foi a primeira vez que conheci Geoff Tate, e pensei: ‘Esse cara é um vocalista incrível. A voz dele é tão suave e tem tantas texturas legais’. Fiquei obcecado por aquele disco.

Eu colocaria ‘Operation: Mindcrime’ e ‘Scenes From a Memory’ [do Dream Theater] na minha lista dos melhores álbuns conceituais de Metal. Alguns discos de Rock se juntaram a eles, como os do Pink Floyd, mas, para mim, esses dois discos se destacam no Metal. Você poderia mostrá-los a qualquer um, e qualquer um que não goste de Metal vai gostar desse disco – é muito bom. É simplesmente incrível.”

System of a Down – Toxicity (2001)

“Eu ia muito a São Francisco para fazer tatuagens e ouvi o primeiro disco do System of a Down no estúdio de tatuagem, mas nunca me marcou. Mas um dia recebi uma ligação do Brian Haner, que por acaso era o Synyster Gates [guitarrista do Avenged Sevenfold], e ele disse: ‘Cara, acabei de gravar uma música do System of a Down na [rádio] K-Rock, chamada ‘Chop Suey!”, e ele disse: ‘É inacreditável’.

E quando ele a trouxe para minha casa, fiquei impressionado como ela pode ser tão melódica, esquizofrênica e intensa ao mesmo tempo. Lembro-me de pensar: ‘Bem, não pode haver nenhuma música neste disco tão boa quanto esta’. Aí acabamos comprando o disco e você ouvia ‘Prison Song’ e ouvia todas essas músicas lá, e o disco inteiro me impressionava porque eu nunca tinha ouvido nada tão esquizofrênico.

Anos depois, percebi que eles eram grandes ouvintes do Mr. Bungle. O Mr. Bungle os influenciou muito e eles simplesmente adicionaram um toque de peso. Tornaram a banda muito mais atraente para o grande público. E então eles tinham uma pegada do Oriente Médio que eu nunca tinha ouvido antes. Então foi um grande divisor de águas para nós; só de ouvi-los fazer aquele tipo de coisa com Metal e Rock misturados era uma loucura.”

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