27/05 - 01/06

Inclusão feminina no mercado de vinil

Pesquisa inédita traça panorama da presença feminina no mercado de vinil brasileiro

Novo levantamento apresenta análises sobre lojas comandadas por mulheres e discos de artistas femininas em coleções particulares

Pesquisa inédita traça panorama da presença feminina no mercado de vinil brasileiro
Imagem: Unsplash

Com o mercado do vinil passando por uma nova ascensão nos últimos anos, é válido ampliar o conhecimento sobre as pessoas que integram a cadeia que fazem com que os discos cheguem até o seu consumidor final.

Pensando especificamente nas mulheres que integram este processo no Brasil, a pesquisadora, jornalista e DJ paulistana Daniella Pimenta comandou, através da comunidade Her Vinyl Brasil e em parceria com a Noize Record Club e Revista Noize, uma pesquisa sobre a representatividade feminina no mercado de discos de vinil.

O levantamento divulgado recentemente apresentou reflexões relevantes a partir de questões como o número de lojas comandadas por mulheres conhecidas pelos colecionadores e a presença de artistas mulheres nas coleções particulares.

Os dados do novo estudo referem-se ao ano de 2024 e foram obtidos por meio de um questionário aplicado entre os assinantes do clube de discos Noize Record Club. Entre os respondentes, 54,1% se identificam como homens, enquanto 43,7% se identificam como mulheres, já mostrando um certo desequilíbrio de gênero, mesmo com o crescimento da participação feminina no consumo de vinil nos últimos anos.

A maior parte dos entrevistados (41,8%) está na faixa etária de 26 a 35 anos e vive nas regiões Sudeste e Sul do país. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul concentram 76% do público da pesquisa.

Panorama da presença feminina no mercado de vinil brasileiro

Em relação aos discos adquiridos pelos colecionadores, os números apontam que, na maioria dos casos (36,9%), os álbuns de artistas mulheres ocupam entre 10 e 50 espaços nas coleções — que, em geral, podem somar até 200 álbuns. Apesar disso, 60,6% afirmam comprar regularmente lançamentos de artistas femininas.

Entre os principais fatores indicados para a decisão de comprar discos de artistas mulheres estão: gosto musical (92,3%); valorização da diversidade na coleção (35%); apoio à igualdade de gênero na indústria musical (29,5%); experiências em shows e evento, ccomo a compra de merchandising (16,5%) e recomendações de amigos e familiares (10,3%).

A pesquisa também chama atenção para um cenário com pouca visibilidade para os empreendimentos liderados por mulheres. Um total de 69,6% dos participantes afirmaram não conhecer lojas de vinil geridas por mulheres, e 65,5% disseram nunca ter comprado discos nesses espaços.

Esse dado se conecta com uma percepção mais ampla, em que 64% dos respondentes não acreditam que as mulheres tenham representatividade suficiente no mercado do vinil. O levantamento reforça a importância de incentivar iniciativas femininas nesse setor — seja como lojistas, fabricantes, executivas, artistas ou consumidoras.

De acordo com Daniella, o intuito dela e das empresas parceiras é “no futuro, expandir a pesquisa em novas frentes, novos recortes, para entender de forma cada vez mais aprofundada quais são as problemáticas e, por outro lado, as alternativas para diminuir esse desequilíbrio”. Vale a reflexão!

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