Na véspera do Dia Internacional da Mulher, o rap brasileiro ganhou um novo marco com o lançamento de “Poetisas no Topo 4”. A nova edição do projeto, produzido pela Pineapple Storm, chega mais forte e inclusiva do que nunca, reunindo algumas das vozes mais poderosas da cena para reafirmar a importância das mulheres no Hip Hop.
As rappers Negra Li, Duquesa, Boombeat, Azzy, Cynthia Luz e Clara Lima, além da cantora Luedji Luna, unem forças em uma colaboração inédita que mistura diferentes estilos e gerações, entregando uma mensagem de empoderamento, crítica social e resistência
Diferente das edições anteriores, “Poetisas no Topo 4” aposta na diversidade como força motriz. A escolha das intérpretes busca ampliar os horizontes do rap feminino, incluindo artistas que transitam por diferentes estilos musicais.
Luedji Luna, por exemplo, leva sua sonoridade que mescla MPB e rap, enquanto Boombeat, mulher trans, traz uma visão única sobre a mulheridade dentro da música. Clara Lima, por sua vez, representa as mulheres lésbicas e desfem, ampliando ainda mais a pluralidade do projeto. Ao lado delas, veteranas do rap como Negra Li, Cynthia Luz e Azzy conectam gerações e reafirmam a força do rap feminino desde os anos 90 até os dias de hoje.
Manifesto feminino
Mais do que uma colaboração musical, “Poetisas no Topo 4” é um manifesto. Cada artista carrega em seu verso um recado potente, refletindo diferentes vivências e lutas.
Boombeat, por exemplo, destaca a sua travestilidade e a importância de sua representatividade no rap. “Eu quis trazer a minha mulheridade, mas do ponto de vista travesti”, explica. “Então, tô ali falando sobre a minha travestilidade como rapper, compositora, com minhas particularidades.”
Luedji Luna, por sua vez, exalta a ancestralidade e as mulheres negras que pavimentaram o caminho para as artistas de hoje.
“Eu evoco as rainhas e guerreiras negras, como Zeferina, uma guerreira quilombola, Aqualtune, que foi avó de Zumbi dos Palmares. Trouxe nomes que me empoderam, me inspiram e abriram os caminhos para que eu pudesse existir.”
Clara Lima reforça a luta e a força coletiva das mulheres em seu verso. “Quis mostrar o nosso exército de guerreiras que estão na luta. Cada uma na sua batalha e o nosso time dessa música representa isso.” Enquanto isso, Duquesa traz uma visão sobre persistência e superação:
“É sobre as pessoas que não fortalecem o seu trabalho, desdenham do seu sonho e fingem que nada aconteceu. Agora, a realidade é outra e vão ter que aceitar que deu certo.”
O lançamento de “Poetisas No Topo 4” reforça a relevância do projeto como um espaço de visibilidade para o rap feminino. Em um cenário onde as mulheres ainda enfrentam desafios para conquistar seu devido reconhecimento, a música chega como um grito de resistência e um convite à reflexão sobre inclusão, equidade e respeito dentro da cultura Hip Hop.
Ouça “Poetisas no Topo 4”
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