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ETERNO

Mac Miller: 5 fatos que tornam o álbum póstumo "Balloonerism" tão especial

O lançamento póstumo marca mais um capítulo significativo no legado de um dos maiores rappers da história

Mac Miller
Foto: Christian Weber

O lançamento póstumo de Balloonerism, de Mac Miller, marca mais um capítulo significativo na história de um dos artistas mais multifacetados e vulneráveis da música contemporânea, além de refletir o estado de transição emocional e artística de Mac, revelando o músico no ponto crítico entre sua melancolia e sua busca por iluminação criativa.

Gravado em 2014, mas somente agora liberado pelo espólio do artista, Balloonerism é tanto um testemunho de sua genialidade quanto um retrato doloroso de seus conflitos internos. O álbum combina um senso de vulnerabilidade lírica com uma produção que oscila entre a leveza e o peso existencial.

O lançamento de Balloonerism também reflete o cuidado da família do rapper em preservar a integridade artística de Mac Miller. Ao evitar sobrecarregar o álbum com arranjos adicionais ou faixas não planejadas, a família e os colaboradores do artista garantem que ele seja ouvido exatamente como foi concebido. Essa abordagem respeitosa reforça o impacto do disco, permitindo que o ouvinte entre em contato direto com a visão de Mac.

O espírito de Mac Miller

Faixas como “Funny Papers” e “Rick’s Piano” capturam a tensão entre a jovialidade de Mac e sua crescente reflexão sobre a mortalidade. A colaboração com Thundercat, presente em todo o álbum, é um elemento essencial, adicionando camadas de complexidade instrumental que elevam o projeto a um patamar quase transcendente.

Um dos aspectos mais impactantes do álbum é sua capacidade de navegar entre as personas de Mac Miller. Faixas como “Transformations” trazem o alter ego Delusional Thomas para o centro das atenções, resultando em um diálogo consigo mesmo que revela a profundidade de suas angústias e esperanças.

Por mais doloroso que seja revisitar uma obra que ecoa tanto da angústia do artista, Balloonerism é um lembrete poderoso de sua capacidade de transformar dor em arte e de sua inesgotável fome por exploração musical.

Para entender um pouco mais sobre o álbum, que solidifica ainda mais o legado de Mac Miller como um dos artistas mais inovadores e complexos de sua geração, separamos cinco fatos e curiosidades que permeiam a elaboração dessa emocionante obra.

5 fatos que tornam Balloonerism tão especial

1. Uma década na gaveta

Gravado entre 2013 e 2014, Balloonerism é considerado o “projeto perdido” de Mac Miller. As faixas nasceram em um curto período criativo, entre o álbum Watching Movies With The Sound Off e a mixtape Faces.

De acordo com E. Dan, parceiro de Mac, muitas músicas foram criadas em sessões de improviso e, posteriormente, adaptadas para outros projetos. Ele comentou que o projeto foi concebido em menos de uma semana, fruto de sessões experimentais que capturaram a espontaneidade de Mac no estúdio. Apesar de arquivado por anos, o álbum encapsula um período essencial na evolução artística e pessoal do rapper.

Esse contexto torna o álbum um reflexo fascinante da mente criativa de Mac durante uma de suas fases mais prolíficas. Embora ele tenha abandonado o projeto, a essência de Balloonerism permaneceu viva, com algumas músicas sendo recicladas em trabalhos posteriores, como Faces.

2. O retorno de Delusional Thomas

O álbum póstumo marca o retorno oficial de Delusional Thomas, um dos alter egos mais sombrios de Mac Miller. Criado em 2013, Thomas simbolizava uma voz maligna que abordava temas sombrios, muitas vezes chocantes.

Em “Transformations”, ele é creditado oficialmente, um feito inédito em sua discografia. Inspirado em personagens como Quasimoto, Mac descrevia Thomas como uma catarse criativa e terapêutica: “Foi libertador falar sobre impulsos sombrios que todos têm, mas ninguém admite”, disse ele numa entrevista para a Vice.

Para Mac, este alter ego era mais do que apenas uma voz; era um canal para explorar os cantos mais profundos do seu espírito, incorporando temas que talvez não se sentisse à vontade para abordar diretamente em seu trabalho convencional.

3. A influência de Rick Rubin

Duas faixas do álbum, “Shangri-La” e “Rick’s Piano”, refletem a profunda conexão de Mac com o produtor Rick Rubin. Gravadas no lendário estúdio Shangri-La, em Malibu, durante um período em que Mac buscava recuperação emocional e física, essas músicas encapsulam momentos de introspecção.

Rubin desempenhou um papel importante em sua trajetória, ajudando o rapper a redescobrir sua essência artística enquanto lidava com a depressão e o abuso de substâncias. Segundo relatos, “Rick’s Piano” foi criada de maneira quase casual, a partir de uma gravação improvisada de Mac tocando o piano na casa de Rubin.

Essas sessões no Shangri-La não apenas ajudaram Mac a superar um período de crise pessoal, mas também influenciaram profundamente seu processo criativo. As músicas resultantes capturam a dualidade de sua jornada: a luta interna e a busca por redenção.

4. A gênese de “Tomorrow Will Never Know”

A faixa de encerramento, com impressionantes 11 minutos, oferece uma jornada abstrata e emocional pelos sonhos e anseios de Mac. Criada em 2013, a música era uma espécie de refúgio para o artista, que a ouvia repetidamente para dormir.

Sua estrutura combina sintetizadores etéreos e sons de crianças brincando, refletindo a nostalgia e as lutas internas de Mac enquanto enfrentava os desafios de crescer. A partir disso, a faixa se torna uma reflexão sobre a passagem do tempo e a complexidade das emoções humanas.

O tom introspectivo da faixa é amplificado por sua abordagem quase psicodélica, que mistura elementos de rap com texturas sonoras experimentais. Os longos minutos de composição oferecem um vislumbre da mente inquieta de Mac, explorando temas de renascimento e aceitação.

5. O telefonema

Ainda em “Tomorrow Will Never Know”, um som recorrente de telefone tocando permeia a faixa, evocando uma sensação de perda e despedida. Interpretado como uma alusão aos últimos momentos da vida de Mac, o telefone simboliza as tentativas frustradas de seus amigos de alcançá-lo.

Esse detalhe sombrio adiciona uma camada emocional profunda à música, destacando a luta de Mac contra seus próprios demônios e a desconexão que ele frequentemente sentia em relação ao mundo ao seu redor.

A música termina com o verso “Dê a si mesmo uma chance de recomeçar”, um eco de esperança que contrasta com o tom sombrio, deixando no ar a reflexão sobre o que poderia ter sido. Os últimos sons — um mix de sintetizadores melancólicos e vozes infantis — sugerem uma nostalgia por tempos mais simples, enquanto o telefone tocando lentamente desaparece.

A música que fecha o álbum é um possível ponto final na discografia do cantor, encapsulando o impacto duradouro de Mac Miller e seu legado na música.

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