Se você era um adolescente ou um jovem adulto em 2013, provavelmente tem ótimas memória sobre o ano, seja por sua estética tumblrcore ou trabalhos de artistas como Vampire Weekend e The Strokes. Acima de tudo, no entanto, é impossível não falar sobre AM, disco que pautou o Arctic Monkeys como “a maior banda de rock do momento”.
Onze anos depois, é quase uma questão de bom-senso global afirmar que o quinto álbum dos Monkeys fez o grupo alcançar o seu ápice creativo. Depois de bons anos de carreira atingindo uma notoriedade mundial “passo a passo”, a grandiosidade do projeto conquistou lugares que eles ainda não haviam alcançado – o status de Rock de arena.
Sempre mostrando maturidade no que diz respeito a mudanças, AM é uma revolução para o grupo e, surpreendentemente, também para a indústria musical como um todo. Se antes tivemos a oportunidade de abraçar um alt rock de garagem que foi moldado para o psicodelismo e posteriormente para baladas pop-rock, dessa vez foi a hora de abraçar influências do hip-hop, R&B e blues.
Em setembro de 2023, aliás, em meio às comemorações dos 10 anos, o disco se tornou 3x Platina pela RIAA. Agora, nos seus 11 anos, o disco ultrapassou 10 bilhões de reproduções no Spotify!
Se aconchega, pega um fone de ouvido, bota o álbum pra tocar. Nesse especial, iremos nos aprofundar nos detalhes que rodeiam esse clássico da atualidade e conhecer mais histórias envolvendo o disco. Bora lá?
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Ousadia e Arctic Monkeys no topo das paradas
Gravado no Rancho de La Luna – considerado um templo para muitas bandas -, AM viu a banda conquistar um feito que nunca havia sido alcançado antes. Com ele, a banda colocou cinco álbuns lançados através de uma gravadora independente no topo das paradas do Reino Unido.
Apesar de sua aclamação e aprovação desde o primeiro momento, nem tudo são rosas. Se vimos críticos e fãs apaixonados, também acompanhamos reclamações de quem já acompanhava os ingleses há anos, dizendo que “a sonoridade não parecia com o som do Arctic Monkeys”.
Alex Turner, Jamie Cook, Matt Helders e Nick O’Malley nunca esconderam esses grooves e atmosferas vindas de outros gêneros. Em julho de 2013, aliás, Turner disse em entrevista:
“[O disco] parece uma batida do Dr. Dre, mas demos a ele um ‘corte-tigela’ tipo Ike Turner e o demos um ar de estar ‘galopando pelo deserto em uma Stratocaster’.”
Explorando a sensibilidade anterior de seus trabalhos e fluindo entre diferentes influências – não é exagero afirmar que o sucesso de AM se dá pelo êxito em transitar entre gêneros com maestria. Aliás, essa é uma coisa que muitas outras bandas passaram a fazer graças aos Monkeys.
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Estética e impacto de AM
Topete com gel, jaqueta de couro, óculos escuros e cigarro na mão. Admita: ao pensar nos visuais que marcam o Arctic Monkeys, o estilo adotado por Alex e seus parceiros ou a capa desse álbum aparecem em primeiro plano na sua mente.
Conectado principalmente com o fenômeno do Tumblr, que também abraça artistas e bandas como Lana Del Rey, The 1975, The Neighbourhood e outras, o disco prosperou por meio das letras de Turner que ali encontraram um lar. A apropriação feita com o disco supriu o material e o emocional, usando-o como uma projeção de suas próprias experiências junto com as famosas composições do lead dos Monkeys.
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Todos tiveram suas fases durante a adolescência, não é mesmo? Entretanto, se você tem seus 20 e poucos anos por aí, provavelmente se lembra bem dessa excêntrica estética que aflorou a cultura Indie!
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Influências e origens
De acordo com Alex, o nome AM foi “roubado” do Velvet Underground, que lançou uma coletânea chamada VU, em 1985:
“Eu roubei do Velvet Underground, vou confessar agora para já esclarecer. Do disco ‘VU’, obviamente. Algo me diz que esse disco é exatamente onde deveríamos estar agora, então senti que era a coisa certa colocar as iniciais da banda em seu título.”
AM, de forma geral, significa “Modulação em Amplitude” – forma de transmissão de ondas de rádio, conforme muitos já devem saber. Aliás, em sua capa, podemos observar exatamente a representação gráfica do fenômeno: ondas sonoras que formam discretamente as letras A e M em meio às ondulações. Turner também afirma:
“Eu lembro a primeira vez que fizemos uma gravação, e eu vi isso indo e voltando. Havia algo muito de especial sobre isso, é bem sexy. E o vídeo para ‘Do I Wanna Know?’ meio que subscreve essa ideia, assim como a capa do álbum – é o som que faz o visual. Eu fiz um rascunho disso e se tornou a capa.”
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O papel de AM para o Arctic Monkeys e para o público
Com 12 faixas e 4 singles, o disco reflete – mais uma vez – as dúvidas e incertezas de uma geração alimentada pelo anseio e pelo amor, característicos nos trabalhos da banda. Entre a conexão de experiências pessoais e relacionamentos românticos, o trabalho é um retrato sonoro da época e existem muitas histórias associadas com o projeto.
Atemporal, AM trouxe uma legião de novos fãs e sofisticou todo um movimento social e artístico. Consagrado como o mais famoso da banda até hoje, AM comprova que o rock de Black Sabbath pode andar de mãos dadas com o R&B de Outkast e com o rap de Drake.
O Arctic Monkeys viu seu público crescer, sendo agora formado por adultos expressivos – e muitas vezes saudosos de sua juventude. AM é o disco que mudou tudo para muita gente e revisitá-lo é uma verdadeira viagem no tempo, envolvida em uma aura sexy e misteriosa.
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