Muito conhecida por hits como “Hall of Fame”, “Breakeven” e “The Man Who Can’t Be Moved”, o The Script está prestes a se reinventar em seu novo álbum. A banda irlandesa lançará no dia 16 de Agosto o álbum Satellites, o primeiro após o falecimento do guitarrista e membro fundador Mark Sheehan.
Continuando com uma formação que conta com Danny O’Donoghue nos vocais, Glen Power na bateria e Ben Sargeant no baixo, o The Script traz experimentações com 808s e sons inspirados no R&B para seu novo trabalho, que já ganhou como prévias as músicas “Both Ways” e “At Your Feet”.
Em turnê com P!nk pelos Estados Unidos e Europa, o grupo tem muita vontade de voltar ao Brasil em breve e provou isso em um papo bem-humorado com o TMDQA!, que você confere na íntegra logo abaixo!
TMDQA! Entrevista Danny O’Donoghue (The Script)
TMDQA!: Olá Danny, que prazer estar falando contigo! Por onde você está agora?
Danny O’Donoghue: Olá! Tudo bem? (em português) Sei um pouco de português!
Agora estou falando diretamente do meu estúdio, minha segunda casa, onde criamos todas as nossas músicas. E por aqui eu tenho mais botões brilhantes do que amigos! É um lugar que eu gosto muito de estar, tem uma atmosfera criativa por aqui.
TMDQA!: Já que estamos falando de criatividade, vamos falar de uma nova criação que está chegando no próximo mês! Satellites, o novo álbum do The Script, vai ser lançado em 16 de agosto, certo? Já ouvi “Both Ways” e é uma ótima música, é mais dançante, com referências do pop… E eu queria entender o que vocês estão trazendo para esse novo projeto. Pode me dizer mais?
Danny: Sim! Olha, a gente não necessariamente pensou em uma referência, sabe? Eu e Glenn (Power) entramos no estúdio e escrevemos o refrão (de “Both Ways”) juntos e eu simplesmente senti: “tem algo de especial nisso aí”.
Em uma época em que estávamos escrevendo músicas tristes, esse refrão não parecia comum e não parecia certo pro projeto. Nada parecia comum, nem parecia certo. Mas é uma música divertida, mais otimista. Eu sinto que nessa fase que o The Script está, quando você já tem 7 álbuns, é muito difícil surpreender o público com algo. Algumas pessoas querem ser surpreendidas com novas músicas e outras têm mais resistência e nos dizem, “Não mudem! Nós não queremos mudanças, porque sempre foi assim!”.
Mas um bom termômetro pra gente é quando a gente se apresenta pessoalmente e vê as reações das pessoas. Nós fomos convidados pela P!nk para sair em turnê, abrindo os shows para ela e a gente tem tocado essa música todas as noites e a gente sente que só vai ficando melhor a recepção da audiência. É super divertido e enérgico.
TMDQA!: Você falou de um assunto que era uma das minhas perguntas. Como tá sendo para vocês abrir a turnê da P!nk pela Europa? Como essa amizade começa? Existe alguma chance de um feat com ela vir? (risos)
Danny: Sim, ela é fantástica! Nós temos a mesma idade e é incrível ver alguém que chegou ao nível que ela chegou. Ela é uma das maiores artistas do planeta, e ver como ela lida com isso é muito bonito!
Ela tem uma linda família, a família é super importante pra ela, a vibe que ela tem nos shows com seus músicos e dançarinos, toda a equipe, os bastidores, é algo que nós estamos felizes de estar juntos.
Nós jantamos juntos, a gente faz alguns churrascos juntos e nós estamos lá como amigos, sabe? Quando você encontra um músico que faz algo como você, 9 em cada 10 vezes vocês passaram pelas mesmas coisas.
A gente ainda está conversando sobre fazer algo juntos, mas eu acho que talvez ela esteja brincando mas eu estou falando realmente sério pra gente gravar algo! (risos)
TMDQA!: Olha, você sabe que eu sou do Brasil e eu estou agora imaginando um churrasco com vocês e a P!nk… Eu quero ser convidado para isso algum dia! Nós fazemos bons churrascos por aqui! (risos)
Danny: Uau, sim! Eu conheço aipim, mandioca, sabe? Guaraná? Eu fiquei viciado em Guaraná durante algumas semanas! Eu passei muito tempo no Brasil, eu amo o país! Estivemos em Copacabana, fui pra praia em Niterói, muitos lugares bonitos! E sempre que você me chamar para um churrasco, eu vou aceitar e posso levar o “aipim” (em português).
TMDQA!: Olha, com certeza! A gente pode esperar uma turnê solo do The Script por aqui? Você sabe que os fãs brasileiros esperam por vocês! Vocês estiveram aqui no Rock in Rio em 2015 e eu infelizmente não estava nesse show. Eu estou em São Paulo e era um dos jovens que ouviram muito “Breakeven”, muitas e muitas vezes. Qual a chance da gente ver vocês por aqui em breve?
Danny: Sim, sim, sim! Eu disse isso para o nosso agente recentemente. Com esse álbum eu quero ir para lugares que ainda não estivemos. Quando se planeja uma turnê mundial, a gente precisa organizar bem a logística e os destinos no mapa. Por enquanto, montamos Ásia e Austrália e ainda não falamos se podemos ir para o Brasil. Eu tenho muitas boas lembranças do Rock in Rio e do Brasil, de estar no palco e ver as pessoas pulando. Eu já passei uma virada de ano no Brasil, em Copacabana. Eu assisti àqueles milhões de pessoas na praia, vendo os fogos de artifício e vestidos de branco.
TMDQA!: A gente realmente espera te ver em breve por aqui! Que bom que você tem boas lembranças do Brasil. Agora, vamos voltar pro novo álbum? Me explica de onde saiu o nome Satellites?
Danny: Sim! Vamos… Tem alguns motivos!
Foi a última música que trabalhei com o Mark (Sheehan) no álbum, antes dele morrer. E quanto mais eu pensava nessa música, mais eu pensava em um satélite e sobre o que somos no final do dia. Somos pedaços de poeira voando pelo espaço. O que é um planeta? Um planeta é um pouquinho de poeira se comparado com o tamanho do universo. E o satélite é um pouquinho de poeira em comparação com o planeta, você entende onde eu quero chegar?
Nós não somos nada, somos pequenos no universo.
Mas toda a comunicação existe por conta de satélites, você pode conversar com pessoas do outro lado do mundo, através da tecnologia de um satélite.
Imagina agora um satélite emocional, onde eu estou derramando a minha mensagem e estou transmitindo isso para todo o mundo. Isso fez muito sentido pra mim! Quanto mais eu pensava, mais sentido fazia e eu fiquei super orgulhoso desse título e desse álbum.
TMDQA!: Sim, bem interessante essa relação que você fez e por aqui eu estou bastante na expectativa de ouvir esse álbum completo, porque ele é muito emocional e tem um significado bem grande. Considero também uma grande homenagem pro Mark, eu admiro...
Danny: Sim, eu queria que a gente transmitisse sinceramente o que nós estamos passando como banda. Não só como uma banda, mas como a família dele também. Nós não estamos curados, mas estamos de volta e felizes novamente. Eu quero passar por isso da melhor forma possível e do melhor jeito que eu puder. E é uma forma de dizer para as pessoas que temos dias bons e dias realmente terríveis que a dor não vai embora de jeito nenhum. E você aprende a crescer em torno dela…
E pode ser a dor de perder um amigo, a dor da tristeza do término de um relacionamento, pode ser muitas coisas. O The Script sempre tentou escrever para as gerações se sentirem melhor.
TMDQA!: Sim, acredito que vocês fazem isso bem e com certeza o resultado do novo álbum está incrível. Vocês fazem isso muito bem, vocês tocam muitas pessoas!
Danny: Obrigado por isso!
TMDQA!: Pra gente finalizar, muitas pessoas têm a música como bons amigos! Me fala uma música que você escuta em bons momentos e uma para momentos não tão felizes? Pode ser do The Script ou de quem você quiser.
Danny: Para momentos felizes eu tenho dificuldade, porque eu sou um cara triste, eu gosto de músicas tristes! (risos) Eu escrevo coisas emocionais. Crescendo numa casa bem musical, uma lembrança que eu tenho, a primeira vez que eu ouvi uma música e li a letra, foi a música de um cara chamado James Taylor e a música se chama “Fire and Rain”. Ali foi a primeira vez que eu percebi que dá pra colocar sua dor e energia em uma música e isso pode ajudar outras pessoas.
Eu me lembro claramente de estar ouvindo essa música e sentindo pena do sentimento do cantor, eu sentia a dor que ele estava sentindo. É uma música que fala sobre ele perder o amor da sua vida. Eu lembro que essa música me fez querer pegar num violão e tocar. Teve esse efeito em mim. Esse dia eu me apaixonei e senti o poder da música.
TMDQA!: É realmente interessante se colocar na posição do autor e imaginar o que ele estava sentindo na hora daquela música, né? Mas você me falou a música para um momento triste…
Danny: Ok, ok, vou te dar mais uma! Só te falei uma música de momento triste! Para bons momentos, ou quando eu sinto que quero correr muito rápido, ou estou em cima de uma moto numa descida, quando quero correr, eu sempre escuto “Paperback Writer”, dos Beatles! É algo muito empolgante…
TMDQA!: Algo como o personagem principal de um filme…
Danny: Sim! É muito legal!
TMDQA!: E pra fechar, uma música que mudou sua vida?
Danny: “The Man Who Can’t Be Moved”, música nossa. Aquela música mudou nossa vida. Eu fico pensando nessa letra, imaginando um cara esperando por uma garota. Eu acho que hoje em dia isso não aconteceria, porque essa geração de Tik Tok e redes sociais não faria isso. Não sentaria na esquina e esperaria, sabe? Esse gesto de amor dessa música.
TMDQA!: Danny, nosso tempo está acabando! É muito legal conhecer um pouco mais você e adorei nossa conversa!
Danny: Obrigado, eu realmente gosto do Brasil! Eu gostaria de agradecer a todos os fãs brasileiros, por todo amor e suporte em todos os momentos e espero que logo a gente volte para tocar em lugares pelo país. Obrigado pelo amor e apoio!
TMDQA!: Muito obrigado, estamos esperando vocês aqui! E quando estiverem por aqui, eu quero estar no churrasco,ok?
Danny: Sim!! (risos) Eu, você, P!nk! Vamos nessa! Você leva o Guaraná e não precisa pagar mais nada!
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