Foto por Marcos Hermes

Nesta vida você tem que ser um pouco louco”. Foi com esse conselho da própria Madonna, historicamente a maior artista feminina da cultura pop, que seus fãs enfrentaram o calor do Rio de Janeiro e, por dias, tomaram conta das areias da praia mais famosa do mundo, Copacabana, para prestigiarem o tão aguardado final da The Celebration Tour no sábado, 04 de Maio.

De acordo com dados oficiais liberados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, foram mais de 1,6 milhão de pessoas atraídas para o local, que se transformou tanto na maior concentração de leques por metro quadrado quanto na maior pista de dança do mundo, como já era esperado e anunciado em diversas publicidades espalhadas pela cidade maravilhosa. 

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Foto por Fernando Maia/Riotur

A magnitude do evento, que superou as expectativas, não se aplicou somente em número de pessoas reunidas para o maior show da carreira da diva: os grandes números foram também refletidos em todos os bastidores da turnê produzida pela experiente Bonus Track, desde os detalhes do impressionante palco de 812 metros quadrados aos 45 baús de figurinos trazidos pela artista.

Anunciando que aquela seria uma noite de pura celebração e história sendo cantada, a afiada e extraordinária Bob the Drag Queen, vencedora da 8ª temporada do reality show RuPaul’s Drag Race, teve o papel de ser cerimonialista do evento e, antes da grande atração da noite pisar no palco, relembrou momentos marcantes na carreira de Madonna.

Então, como uma verdadeira divindade, Madonna surgiu ao palco com o seu primeiro figurino fabuloso para cantar “Nothing Really Matters”, deixando seus fãs em estado hipnótico nos primeiros minutos do show que durou cerca de 2h e contou com 7 atos totalmente conectados.

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Foto por Marcos Hermes

A sensação de não crer no que estava acontecendo era compartilhada pela própria Madonna. Depois de abrir a pista de dança com os hits “Everybody” e “Into the Groove”, a norte-americana falou ao público pela primeira vez:

Uau! Nós conseguimos! Finalmente conseguimos vir ao Rio! Muito obrigada por esperarem, obrigada por me receberem. Eu estou muito feliz de estar aqui, eu não acho que vocês me entendem. Vocês me entendem neste momento? Por favor, deixe-me falar inglês, meu portugues é horrível. […] Rio, aqui estamos, no lugar mais bonito do mundo — o oceano, as montanhas, Jesus (Cristo Redentor)… Isso é mágico. Obrigada!

Logo em seguida, a artista anunciou, em um de seus discursos inspiradores, que contaria a história real da sua vida, incluindo segredos, sonhos e detalhes que só o público presente no Rio ficaria sabendo:

Eu quero apresentá-los a mim. Eu sei que é bizarro, mas essa sou eu há 40 anos. 40 anos, p***a! […] Essa garota, essa mulher, esse ser humano sou eu quando estava começando a minha carreira e ela nunca saiu do meu lado. Ela é guerreira, ela é corajosa, ela é ingênua, ela é idealista, ela é ridícula. Mas adivinhem só: ela tem um sonho. E se você não tem um sonho, você não pode fazer o impossível possível. Então, lembre-se disso. E, mais importante, lembre-se de onde você veio. Lembre do passado, do presente e do que está por vir.

Continuando sua viagem por onde tudo começou, Madonna transportou o público ao famoso clube CBGB, lugar em Nova York que deu notoriedade a nomes como The Ramones, Blondie e Patti Smith, empunhando sua guitarra para uma versão autêntica do hit “Burning Up”.  

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Foto por Marcos Hermes

O clima de festa se fez com “Open Your Heart” e “Holiday”, até a chegada de um dos momentos mais emocionantes da noite, onde Madonna relembrou pessoas que morreram em decorrência da AIDS, como foi o caso de Freddie Mercury, Renato Russo e Cazuza, durante “Live to Tell”.

Em uma transição super aplaudida e cheia de simbologia, a rainha apresentou um dos seus maiores sucessos, “Like a Prayer”, em uma releitura que contou com elementos de músicas como “Unholy”, de Sam Smith.

Logo depois, veio a tríade mais quente da noite, com as apresentações impactantes e empoderadas de “Erotica”, “Justify My Love” e “Hung Up”, onde Madonna deixou claro seu apoio total à liberdade sexual e que continua polemizando em seus plenos 65 anos de idade.

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Foto por Marcos Hermes

A presença e o talento de seus filhos no palco também foi um ponto comentado da festa. Depois de Mercy James tocar piano em “Bad Girl“, as gêmeas Stella e Estere arrasaram respectivamente em “Vogue” e “Don’t Tell Me”, enquanto David Banda tocou violão na última faixa citada e em um dos maiores sucessos da mãe, “La Isla Bonita“.

Não bastando estar com unhas decoradas com a cor da bandeira do Brasil e figurinos especiais para o show homenageando o país, as participações de Anitta (convidada para ser jurada durante o desfile em “Vogue”), de Pabllo Vittar e da bateria de ritmistas liderada por Pretinho da Serrinha (em “Music”) tornou o evento ainda mais memorável.

Além disso, foram exibidas imagens de ícones do esporte, da política e da cultura do país, como Marta, Erika Hilton, Marielle, Marina Silva, Gilberto Gil, Daniela Mercury e Mano Brown.

Radiante com tudo que estava acontecendo, antes de tocar “Express Yourself” em uma versão acústica, Madonna parou novamente o show para expressar sua gratidão e seu amor ao público brasileiro – que pulou, cantou, se emocionou e, mais que tudo, se libertou em mais sucessos apresentados ao longo da noite, como “Ray of Light”, “Bitch I’m Madonna” e, claro, “Celebration”.

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Além de ter sido uma celebração de sua história, de sua potência, de sua luta pela visibilidade da comunidade LGBTQIAPN+ e pela normalização de desejos, essa quarta passagem de Madonna pelo Brasil foi, indiscutivelmente, um presente tanto para a artista quanto para seus fãs de todas as regiões e gerações. 

Ao lado do oceano, com tanta beleza, diversidade, amor e vida em uma celebração revitalizante a um legado artístico inigualável, Madonna: The Celebration Tour in Rio foi, sem dúvidas, o mais próximo do que conseguimos descrever que pode ser o paraíso. Foi ver com os próprios olhos um sonho se tornar real e o impossível possível.

Vida longa à Rainha!

Madonna: The Celebration Tour in Rio em números

Em uma gigantesca produção da Bonus Track, que trouxe recentemente a turnê Got Back de Paul McCartney para o Brasil, a apresentação inesquecível de Madonna contou com um palco de 812 metros quadrados, com 24 metros de frente e pé direito de 18 metros até o teto, construído com 2,40 metros de altura do chão.

Madonna ainda contou com 3 passarelas: uma central com 22 metros de extensão e as laterais com 20 metros cada. 

Setlist e melhores momentos

Confira aqui o setlist completo apresentado pela rainha do pop, Madonna, em seu maior show da carreira.

Abaixo, confira os melhores momentos da festa, separados pelo Multishow!

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