Luis Miguel
Luis Miguel (Crédito: Claudio Poblete)

Quando se pensa em música latina lotando estádios, é natural que surjam nomes como Bad Bunny e Karol G. Embora eles sejam bem-sucedidos nesse departamento, os últimos meses têm sido do cantor Luis Miguel. Em sua primeira turnê depois de cinco anos longe dos palcos, o astro está colhendo a receptividade dos fãs. 

Miguel, que passa por São Paulo neste sábado (23/03), vem superando não só nomes da música em espanhol atualmente em turnê, como Ricky Martin e Enrique Iglesias, como até mesmo gigantes da música global. 

É o caso do U2, sempre recorrente nas listas de turnês mais lucrativas, e até mesmo dos retornos triunfais de Madonna e Billy Joel. Os fãs mais jovens também não estão conseguindo acompanhar, com os Jonas Brothers comendo poeira atrás do “Sol do México”.

Muita gente ficou surpresa com um cantor latino romântico tomando a frente no ranking de ingressos. Mas a verdade é que muita gente não presta atenção na força do público de música em espanhol ao redor do mundo.

Pop romântico em alta

Embora as batidas do Reggaeton tenham dominado a música latina, as baladas românticas e gêneros mais tradicionais seguem fortes. É o caso do regional mexicano, que agora atrai nomes como Shakira e Bad Bunny – uma colombiana e um porto-riquenho. 

Quem contava com nomes como o de Luis Miguel como cartas fora do baralho pode se surpreender. Com números impressionantes e uma agenda cheia, o cantor conquistou o título de artista latino de maior sucesso mundialmente.

Os números não mentem

De acordo com dados da Bloomberg, Luis Miguel alcançou um feito notável ao arrecadar um total bruto de US$73,6 milhões e vender mais de 248 mil ingressos apenas no último mês de fevereiro. Esses números o colocaram no topo da lista Pop Star Power Rankings, superando uma série de artistas de renome internacional.

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Já o ranking Live 75, da Pollstar, calcula a média de ingressos vendidos ao longo dos últimos 30 dias. Miguel também aparece no topo dos dois últimos levantamentos. Não é para pouco. 

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Luis Miguel Pollstar Live 75

Sua turnê tem sido marcada por recordes e conquistas. Um dos destaques foi o show histórico em Caracas (Venezuela), onde arrecadou mais de US$6,8 milhões em uma única noite, estabelecendo-se como o evento musical mais lucrativo da história do país.

Com mais de 65 shows esgotados em 2023, Luis Miguel decidiu estender sua turnê até o final de 2024, com mais de 50 datas já confirmadas. 

Chama o INSS!

Luis Miguel já está fazendo hora extra. Isso porque o cantor de 53 anos começou a carreira aos 11, o que lhe dá mais do que 40 anos de contribuição – se não à previdência social, certamente à música.

Com mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o mundo, ele se destaca como o artista latino de maior sucesso comercial na história da Sony Music e o 15º artista latino mais vendido de todos os tempos. Entre seus prêmios estão nada menos que cinco Grammys, quatro Grammys Latinos, um prêmio Lo Nuestro, um prêmio Billboard e uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood.

Mesmo durante a “Explosão Latina” dos anos 90, que logo depois colocou Ricky Martin e Shakira pra cantarem em inglês, Luis Miguel se manteve fiel à sua língua natal, tornando-se o artista latino mais visto ao vivo da época. Aos 29 anos, ele já havia realizado turnês por todo o mundo e quebrado recordes, como ao se tornar o primeiro artista latino a ter um álbum com mais de 10 milhões de vendas nos Estados Unidos e o primeiro a alcançar o topo da parada Billboard 200.

Com sucessos como “La Incondicional”, “No Me Platiques Más” e “Suave”, Luis Miguel conquistou o título de um dos maiores cantores latinos de todos os tempos. Sua vida pessoal, cercada de mistérios, como o desaparecimento de sua mãe em 1986, contribuiu para a aura de fascinação que o rodeia. A série biográfica Luis Miguel: La Serie, lançada em 2018 pela Netflix, apenas reforçou o interesse do público por sua história.

A nostalgia compensa

Luis Miguel viveu o auge da sua popularidade nos anos 90, com a ajuda de novelas mexicanas e de prêmios como o Grammy. A nostalgia noventista explica parte do sucesso da turnê, mas não todo.

O Brasil se mostra cada vez mais conectado com os sons do continente – para além do inglês já amplamente difundido. Nos últimos anos, o país tem entrado na rota de turnês de nomes variados, do Rock das argentinas do Fin Del Mundo até o instrumental de Rodrigo y Gabriela. O RBD, então, causou alvoroço em todas as noites que se apresentou no país. Karol G, que encerrou 2023 lotando estádios nos EUA, chega a São Paulo em maio.

Será uma nova era para a música latina em solo brasileiro? 

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