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Teto, artista que tem ganhado cada vez mais destaque na cena do Trap nacional, fará sua estreia na edição de 25 anos do Festival de Verão, que promete ser histórica.
O trapper baiano, natural de Jacobina e radicado em São Paulo, irá fechar a programação do evento que este ano acontece nos dias 27 e 28 de Janeiro, no Parque de Exposições da capital baiana.
Tornando sua apresentação ainda mais especial, Teto irá receber no palco Matuê, um dos seus grandes ídolos e responsável por lançá-lo na cena nacional do Trap através de sua produtora e selo musical 30PRAUM. Em conversa exclusiva com o TMDQA!, o músico apontou que está ansioso para a performance e para receber Tuê em um evento tão importante para ele.
O público do Festival de Verão terá a oportunidade de conferir um show completamente repaginado do Teto. Sobre a preparação ao lado de Matuê para a performance que contará com arranjos percussivos pela primeira vez em suas canções e uma banda formada apenas por músicos baianos, Teto comentou:
[…] E aí nesse show inclusive foi um momento onde a gente [Teto e Matuê] está voltando de uma renovação artística, digamos assim, no estúdio, né? A gente estava um bom tempo sem se ver, tanto ele quanto eu imersos, fazendo muito show e as ideias foram muito explosivas assim na hora. A gente já sentou, já ouviu os arranjos, pensou bora fazer assim, foi escrevendo tudo, cenário, tudo mais.
Então assim, é muito massa ver a evolução que eu tive junto a esse mano, sabe? E hoje em dia poder sentar ao lado dele com uma visão artística, diria que a altura, sabe depois de todo tempo que a gente enriqueceu na estrada, é muito positivo. Então gratidão ao Tuê por tudo que ele me ensina, tudo o que a gente tem aprendido no estúdio. Eu tenho a dizer que esse show vai ser uma conquista pra nós dois, pra Salvador, pro Trap, pro Rap dentro do Festival de Verão.
Na conversa, Teto revelou que está preparando uma homenagem a Bahia e sem entrar em muitos detalhes confessou que esse é um dos momentos que ele está mais ansioso para presenciar. Ele disse:
Dentro do show a gente tem um momento, uma homenagem a Bahia que eu não quero muito intensificar o que vai acontecer mas também é um dos momentos mais aguardados por mim porque tem sido incrível poder no estúdio ver o quanto a minha música dependia da sonoridade percussiva sabe mano? Foi tipo uma soma que bateu muito e de acordo com que a gente viu isso, já pensamos em criar mais e mais coisas e ir pra cima.
E pô está sendo renovador assim poder retrabalhar a minha música que dois anos atrás eu fiz com uma visão talvez diferente sabe? Pra um guri dentro do quarto que não sabe muito sobre música e por ver tudo isso que eu consegui fazer ricamente mesmo sem saber, é surpreendente até pra mim, sabe?
Confira a entrevista na íntegra a seguir e descubra mais alguns detalhes da preparação de Teto para o show no Festival de Verão Salvador e como está o andamento do seu aguardado disco de estreia.
TMDQA!: Oi Teto, tudo bem? Boa tarde. Para gente começar, queria saber como foi para você receber esse convite para tocar no Festival de Verão num período tão ativo de sua carreira, em que você é considerado um dos destaques da cena do Trap nacional?
Teto: Olá, boa tarde! É o seguinte, eu fico muito feliz, mano, de tão novo receber uma proposta como essa, que pra mim é muito importante como artista baiano, como artista do interior da Bahia que cresci, vendo esse festival que é o Festival de Verão, como um festival de palco pra muitos artistas que eu admiro, que eu cresci ouvindo, que me inspiram musicalmente. Então assim, gratidão a Deus demais por essa responsabilidade e desde já também muito atento pra não cometer nenhum erro, pra fazer um show incrível, que é um dia especial demais pra mim, então a flor da pele está o sentimento, mano.
TMDQA!: Me conta um pouco de como surgiu a ideia de fazer esse show com novos arranjos, acrescentado instrumentos percussivos, algo que a gente não observa muito nos sons derivados do Rap.
Teto: Eu sou um artista, um cara, que sempre quis trabalhar com música independente, queria conseguir expandir a minha sonoridade pra uma banda. E eu conheci nessa trajetória, fazendo show e tudo mais, um irmão mesmo que mora em Salvador que é o Matheus, que hoje em dia é meu guitarrista, né? E junto a ele a gente construiu esse show digamos assim. Foi uma experiência musical muito interessante.
Tivemos a oportunidade de reunir uma banda que foi uma banda unida há quatro anos, hoje em dia todos os meus músicos são de Salvador, só pra eu chegar no ponto e foi o Matheus que fez esse resgate. Então a gente está com o tecla que é o Scooby, que também é o tecla do Matuê, vai estar junto a nós. A gente está com o Matheus que é meu guitarrista, a gente tem o Ricardo que é o nosso percussionista e a gente que o Tauã e o Daniel que são contrabaixo e bateria.
Então assim, reuni todos esses músicos de uma região que respira a mesma sonoridade, uma região que fala a mesma linguagem, está sendo muito muito muito massa mesmo. E junto com o Tuê e dirigir esse show é uma experiência que a gente sempre quis mano. Eu sempre quis ter esse palco de poder convidar uma pessoa tão importante pra mim que é o Tuê. Então, pô mano, é incrível a gente poder enriquecer a nossa música cada vez mais e mais porque a gente está num processo de evolução tanto eu quanto o Tuê então nossa música está bem bem bem redonda pra ser entregue no festival. Vai ser incrível.
TMDQA!: Quais bandas e artistas mais voltados ao pagodão, ao som de percussão, você poderia citar como inspiração para você? E também do afrobeat, que é um ritmo que aparece também em “Minha Vida é um Filme”.
Teto: Mano, como eu te disse eu cresci ouvindo muita coisa, então estar ao lado hoje por exemplo de Carlinhos Brown, de Seu Jorge, de Racionais, de Baco, né? Poder estar ao lado dessa rapaziada pra mim, sendo novo assim, dois anos de carreira, é muito louco mano. Tipo eu estou nervoso, sendo sincero, mas a responsabilidade está aqui, eu vou assumir, eu vou chegar lá e fazer um show incrível.
Mas assim, eu cresci ouvindo esses caras, né mano? Máximo respeito, hoje em dia eu quero ter a oportunidade inclusive de poder assistir o show deles no Festival de Verão um dia antes. E são caras que me inspiram diretamente e indiretamente na musicalidade porque assim, às vezes eu estou gravando no estúdio, eu estou criando alguma coisa em cima do trap ou do rap e eu lembro alguma melodia ou de algo que soava percussivamente. Em algum som antigo, sabe? Que são sons que inspiram muito a minha música atual, digamos assim. Eu fiz também um som recentemente com o [Igor] Kanário, que é um artista do pagodão baiano. Então é uma honra pra mim, como artista baiano, poder me conectar com a minha rapaziada, né?
E foi também o meu intuito em “Minha Vida é um Filme” no ano passado, lançar um som com as raízes baianas, o som que tem a raiz do axé, a raiz do afrobeat, que digamos que é um transformação do axé, se assim posso dizer, né? E hoje em dia, pô, em Salvador, por exemplo, eu vejo vários nomes importantíssimos pro Afrobeat, pro surgimento dele. Eu não posso deixar de citar aqui o Rafa Chagas que está fazendo um trabalho lindo do caramba, mano. Máximo respeito. E um cara que eu já ouço desde 2015, que inspiro a minha música desde que eu era pivetinho. Então, a gente tem vários nomes aí importantes que fazem parte da minha caminhada que não pode deixar de ser citado mano.
TMDQA!: Depois de ensaiar com esses novos arranjos, tem alguma faixa que você está mais ansioso para tocar ao vivo?
Teto: Pô, pra falar a verdade, o desafio desse show foi encaixar o tuê de uma forma divertida, digamos assim, dentro do show, sabe? Porque a gente já fez muito show junto, eu e Tuê. Então, a gente teve que sentar novamente e reconstruir uma ideia nova, uma entrega nova, o fato dele entrar no meu show e participar e pra falar a verdade, o que está me deixando mais ansioso dentro desse show é poder convidar o meu irmão pra poder subir no palco comigo ali na minha terra, sabe? Coisa que nunca aconteceu da minha parte, né?
O show ser meu e eu poder convidar quem me colocou na cena por assim dizer mas também pô, isso foi um show muito rico em coisa mano, dentro dele a gente tem um momento, uma homenagem a Bahia que eu não quero muito intensificar o que vai acontecer mas também é um dos momentos mais aguardados por mim porque tem sido incrível poder no estúdio ver o quanto a minha música dependia da sonoridade percussiva sabe mano? Foi tipo uma soma que bateu muito e de acordo com que a gente viu isso, já pensamos em criar mais e mais coisas e ir pra cima. E pô está sendo renovador assim poder retrabalhar a minha música que dois anos atrás eu fiz com uma visão talvez diferente sabe? Pra um guri dentro do quarto que não sabe muito sobre música e por ver tudo isso que eu consegui fazer ricamente mesmo sem saber é surpreendente até pra mim sabe?
TMDQA!: E como você já falou, o show vai contar com a participação do Matuê, que é um grande companheiro da sua trajetória na música. Como você está se sentindo em tocar, especificamente no Festival de Verão, ao lado dele?
Teto: Total, mano. Tuê ele é um cara que pra mim é uma incógnita, está ligado? A todo momento eu aprendo muito com ele, comportamento, artisticamente, musicalmente, ele é um parceiro da vida mesmo assim, mas é um cara que… na verdade não só ele, todos nós somos muito ocupados e brisados com nossas coisas interiores né? Porque a gente faz uma coisa que é sobre a arte, uma coisa que vai tocar as pessoas, então muitas vezes a gente se dedica por exemplo a um show como esse e tira duas semanas pra se encontrar e a gente pode ver o quanto a nossa soma, mesmo distante, é rica pras pessoas.
Porque assim, ele passa um tempo estudando o projeto de criação do álbum dele, eu passo estudando o meu, daí no estúdio a gente resume tudo que a gente conseguiu aprender todo esse tempo. O que ele buscou de referência, o que ele buscou de aprendizado de mixagem, enfim. E aí nesse show inclusive foi um momento onde a gente está voltando de uma renovação artística, digamos assim, no estúdio, né? A gente estava um bom tempo sem se ver, tanto ele quanto eu imersos, fazendo muito show e as ideias foram muito explosivas assim na hora. A gente já sentou, já ouviu os arranjos, pensou bora fazer assim, foi escrevendo tudo, cenário, tudo mais. Então assim, é muito massa ver a evolução que eu tive junto a esse mano, sabe? E hoje em dia poder sentar ao lado dele com uma visão artística, diria que a altura, sabe depois de todo tempo que a gente enriqueceu na estrada, é muito positivo. Então gratidão ao Tuê por tudo que ele me ensina, tudo o que a gente tem aprendido no estúdio. Eu tenho a dizer que esse show vai ser uma conquista pra nós dois, pra Salvador, pro Trap, pro Rap dentro do Festival de Verão.
TMDQA!: E Teto, como é pra você ver o Trap presente neste festival tão tradicional da região, sendo representado justamente por artistas que também são do nordeste? O quão importante é ter a presença de vocês ali?
Teto: Totalmente mano, é um gênero que está em notoriedade e em alta no país agora, né? Então a gente mais do que nunca, sendo do Nordeste, sendo do segmento, eu, pelo menos, tenho uma responsabilidade máxima de levar esse nome com profissionalismo, a altura dos caras que eu cresci ouvindo, que eu vi fazendo shows incríveis. A gente não vai ficar pra trás não mano, o Trap está aí pra provar que a gente pode também, que vale a pena.
TMDQA!: No ano passado você contou que apagou o conceito do álbum que você estava trabalhando, e decidiu tomar um novo rumo. Eu queria saber se esse show do Festival de Verão com os novos arranjos para suas músicas, serve como um spoiler do que o público pode esperar do seu aguardado disco?
Teto: Eu diria que a gente sentou no fim do ano e no começo desse ano anotando tudo assim, sabe? O que a gente já fez até aqui na nossa carreira e o que a gente pretende fazer no ano de 2024 e em diante. E a gente está com um plano muito positivo, muito legal assim, que eu tenho certeza que os fãs vão se identificar muito com o que a gente está querendo passar através dessa mensagem. E todos os passos eu diria que, desde que eu falei que eu apaguei e estou fazendo tudo de novo, é em direção a esse meu projeto, sabe? Tipo assim, cem por cento, cento e vinte por cento encaminhando em direção a esse projeto. Tanto a comunicação dos meus lançamentos, quanto os temas que eu estou abordando dentro dos lançamentos de agora em diante.
Quanto a sonoridade que eu vou trazer, quanto a minha evolução estética no estúdio e de pessoa mesmo. Tudo isso está se encaminhando em direção ao álbum e eu estou muito feliz, mano. Sabe? Agora eu consigo enxergar muito mais do que eu diria que no meio do ano passado, que eu estava muito confuso com tudo o que estava acontecendo em relação ao que eu lancei né? Porque foi uma transformação muito louca. Jogar tudo pro ar e fazer Afrobeat e música diversa no meio da minha carreira que é uma carreira tipo na direção do Trap cem por cento. Então hoje eu estou liberto eu diria pra falar sobre esses assuntos, pra abordar sobre esses assuntos dentro do meu projeto e isso é uma coisa que eu conquistei, sabe? Poder fazer o que eu quiser, poder ser quem eu quiser para os meus fãs. Eu acho que eu tô comunicando isso, isso é uma coisa ainda a se escrever, mas eles já entenderam que eu quero essa liberdade, que ela faz parte de mim, sabe?
TMDQA!: Com certeza é nessa vivência que você vai tendo clareza mesmo, né? Do que você quer seguir, do que você quer trabalhar e levar pro seu público. Então é tempo ao tempo mesmo.
Teto: Eu sou um cara muito novo né mano? Sou um cara muito novo. Tipo, 22 agora, na carreira de música eu tenho três anos diria assim. Então muita coisa sobre meu próximo passo, sobre meu futuro, a gente planeja e constrói mas muitas das vezes ela acaba acontecendo assim, sabe? A gente planeja aqui e acontece mais ainda, então tudo é reformulando, tudo é tipo retrabalhando e aprendendo porque é um desafio mano. Você ser tudo isso, viu?
TMDQA!: E você até citou antes a versão de “Minha Vida é um Filme” em parceria com o Igor Kannário, que foi um verdadeiro sucesso no Salvador Fest do ano passado, principalmente com o público baiano. Quero saber se você vai dar esse presente para os fãs de novo no Festival de Verão? E como você se sentiu com a resposta do público naquele dia?
Teto: Pô, eu gosto sempre nos meus shows, sejam eles em festivais grandes ou pequenos, levar algo pro meu fã que seja novo, sabe? De atividade ou de interação comigo ali ao vivo ou na sonoridade. Então assim, eu diria que aquela participação do Kannário foi uma homenagem a Salvador, né? Mas eu não gosto de repetir as coisas que eu faço. Então agora no Festival de Verão vai ser uma coisa nova, pra homenagear a minha terra, pra homenagear a nossa história.
Mas assim, sobre a participação, mano, foi uma coisa muito importante pra mim, porque eu cresci vendo aquele cara ali nos maiores trios de Salvador, puxando os maiores carnavais, e ele é um cara que é referência pra muita gente da quebrada, pra muito artista favelado e humilde. Então assim, conhecer o Kannário, ver o quão ele é real, mano. Ele é o mesmo cara que ele é na rede social, ele é o mesmo cara que ele fala que ele é, sincero e transparente. E pô, aprendo muito com aquele cara. É um paizão pra mim mesmo assim.
TMDQA!: E Teto, pra gente encerrar, eu queria saber qual a mensagem que você mandaria para o Teto de 12 anos que começou a escrever suas primeiras rimas e agora está tocando em eventos do porto do Festival de Verão, The Town e Rock in Rio?
Teto: Pô mano, se eu pudesse olhar pra mim assim desde os 12 anos de idade até aqui eu diria que eu não faria nada diferente, sabe? Mas eu teria mais calma, eu pediria pra ele ter mais calma assim, sabe? Porque eu diria que eu pulei muitos momentos importantes que eu deveria ter vivido, deixei de dizer que eu amo pra quem eu amo quando eu gostaria e hoje eu estou longe da rapaziada. Então, eu diria pra ele ter calma acima de tudo, mas sou muito grato pelo caminho que eu escrevi, que eu escolhi seguir, eu não mudaria nem um pouquinho dele assim, sabe?
TMDQA!: Que massa, Teto. Super obrigada pelo papo. Estou ansiosa pelo show!
Teto: Estou feliz pra caramba, vou entregar um showzão vai ser massa, valeu.