Os 50 melhores discos internacionais de 2023 segundo o TMDQA!

O ano de 2023 está chegando ao fim e, na música, assim como em várias outras áreas, parece que vivemos dois ou três anos em um só.

Apesar de não termos tido lançamentos de tantos nomes grandes da indústria, já que muitos estavam em turnê após os álbuns que lançaram em 2022, período que ficou de certa forma mundialmente alinhado por conta da pandemia, artistas de diversos gêneros encontraram espaço para inovar e seguir contribuindo para a evolução musical geral nos últimos meses.

Bandas e artistas menores aproveitaram a oportunidade para entregar trabalhos incríveis, levando a música popular por direções novas e ousadas. Já no underground, a produção foi tão consistente quanto sempre — e mais uma vez aponta para uma ecleticidade cada vez maior no futuro.

É claro que não faltaram também lançamentos de gigantes, como o tão aguardado retorno do Foo Fighters após o súbito falecimento de Taylor Hawkins, além de trabalhos muito esperados de Olivia RodrigoLana Del Rey e o resultado da reunião de blink-182 com o vocalista e guitarrista Tom DeLonge.

Todos estes álbuns e muitos outros estão na nossa seleção de 50 melhores discos internacionais de 2023, que você confere logo abaixo!

50. Creeper – Sanguivore

Creeper - Sanguivore

A banda britânica tem um talento nato para composições teatrais, discos temáticos e uma mistura quase perfeita de Punk, Emo e música Gótica.

Em seu terceiro álbum, se inspirou no lockdown da pandemia, o retorno aos shows e vampiros (!), criando mais um capítulo interessante da sua história.

49. Yo La Tengo – This Stupid World

Yo La Tengo - This Stupid World

Fundada em 1984, a banda norte-americana Yo La Tengo nunca parou e lá no comecinho do ano, lançou seu décimo sétimo disco de estúdio.

This Stupid World nasceu a partir de sessões de improviso gravadas no próprio estúdio da banda e isso fica bem claro logo de cara, em uma primeira faixa que ultrapassa os 7 minutos.

Dali pra frente a banda apresenta uma imensidão de elementos que vão do Rock Alternativo ao Folk para, mais uma vez, mostrar que o grupo é um dos maiores representantes do Indie em todos os tempos.

48. Corinne Bailey Rae – Black Rainbows

Corinne Bailey Rae - Black Rainbows

Corinne Bailey Rae explodiu no mundo todo em 2006 por conta do single “Put Your Records On”, que apostava na abordagem “good vibes” não apenas em seu instrumental como em um clipe que aproveitou o finalzinho da influência massiva que a MTV tinha na indústria.

Em 2023, ela voltou com Black Rainbows, aquele que é apenas o seu quarto disco de estúdio, e nos presenteou com verdadeiras aulas de Jazz e R&B com pitadas interessantíssimas de Rock.

“New York Transit Queen”, por exemplo, pode ser tranquilamente chamada de Garage Rock, enquanto “Earthlings” é uma experimentação semi-psicodélica digna de uma boa viagem.

Discão!

47. Jeff Rosenstock – HELLMODE

Jeff Rosenstock - HELLMODE

Entra ano, sai ano e Jeff Rosenstock sempre aparece nas listas de melhores álbuns por aí.

Em HELLMODE, os mesmos elementos que marcaram sua carreira estão ali presentes: Ska, Punk, Indie e melodias marcantes misturadas a verdadeiros caos instrumentais para falar sobre a rotina e sobre vidas que poderiam ser a minha e a tua.

46. Nothing But Thieves – Dead Club City

Nothing But Thieves - Dead Club City

Em seu quarto disco de estúdio, a banda Nothing But Thieves trouxe elementos retrofuturistas que estavam em alta há algum tempo e, hoje, saíram um pouco de moda.

Até por isso, Dead Club City soa muito mais genuíno e acerta em cheio ao apostar em uma sonoridade mais limpa, priorizando o groove ao invés do peso e tendo um ótimo resultado.

45. Inhaler – Cuts & Bruises

Inhaler - Cuts & Bruises

Depois de uma estreia consistente em 2021, o Inhaler está de volta com um disco que estabelece a banda de vez no cenário internacional.

Hoje, dá pra dizer que o grupo tem uma identidade própria e faz sucesso com as próprias pernas — ainda que tenha contado com o “empurrãozinho” do vocalista Elijah Hewson ser filho de Bono, do U2. Só não ouça esperando algo semelhante à banda do pai!

44. City and Colour – The Love Still Held Me Near

City and Colour - The Love Still Held Me Near

Depois do retorno do Alexisonfire, muitos se preocuparam com o futuro do City and Colour.

O projeto solo de Dallas Green mostrou que vai muito bem com The Love Still Held Me Near, disco que reforça a estética confessional do trabalho anterior (A Pill for Loneliness, de 2019) e renova o estoque de composições sinceras e tocantes, apostando em uma sonoridade com mais instrumentos em oposição ao tom acústico e mais “lo-fi” do início de carreira.

43. In Flames – Foregone

In Flames - Foregone

Uma das bandas mais tradicionais do Death Metal Melódico resolveu fazer o que faz de melhor. Depois de experimentar direções diferentes em trabalhos anteriores, o In Flames decidiu apenas resgatar suas origens em Foregone e o resultado é um álbum incrível e instantaneamente reconhecível, com todas as assinaturas dos suecos.

Faixas como “State of Slow Decay” e “Meet Your Maker” entram facilmente no ranking de melhores do grupo até hoje e são verdadeiros presentes para os fãs das antigas que seguiram com a banda por tantos anos.

42. Zulu – A New Tomorrow

Zulu - A New Tomorrow

Há uma nova geração interessantíssima de hardcore dando as caras e o Zulu é um dos nomes quentes dessa cena.

Nascido como um projeto solo de Anaiah Lei, o grupo se transformou em uma banda propriamente dito e lançou seu disco de estreia em 2023 após dois EPs.

A espera valeu a pena, e A New Tomorrow mostra uma abordagem nova para estilos clássicos como Hardcore e Heavy Metal, tudo intercalado com traços de Funk e Soul.

41. GEL – Only Constant

GEL - Only Constant

Outra banda da nova geração do Hardcore é a incrível GEL, quase que repetindo a fórmula do Zulu.

Após dois EPs, o grupo lançou seu disco de estreia em 2023 e Only Constant irá te fazer viajar brutalmente por 10 faixas do mais clássico Hardcore Punk em apenas 16 minutos e 26 segundos.

“Honed Blade”, faixa de abertura do álbum, é um cartão de visitas sensacional para essa banda que resgata elementos dos Anos 90 ao mesmo tempo que os ressignifica.

40. Pierce the Veil – The Jaws of Life

Pierce the Veil - The Jaws of Life

Em um momento da carreira no qual viralizou por um sucesso antigo, o Pierce the Veil tomou uma decisão ousada.

The Jaws of Life não tem nada a ver com o hit “King for a Day”, e isso é ótimo: com pitadas de Grunge e Rock Alternativo mas sem abrir mão do Pop Punk e Metalcore, o álbum de 2023 indica a possibilidade de várias novas portas se abrirem para a banda continuar ativa e bem-sucedida.

39. Travis Scott – UTOPIA

Travis Scott - UTOPIA

Um dos lançamentos mais aguardados do ano, UTOPIA cumpriu boa parte das expectativas em torno de si e contrariou muita gente que esperava ter uma decepção com o novo disco de Travis Scott.

O álbum não é o melhor da carreira do rapper, mas tem momentos realmente ótimos, com destaque para a influência de Kanye West na produção e ousando com parcerias inesperadas, como o feat com Bad Bunny, e acertando em cheio na escolha de nomes como Beyoncé e The Weeknd para “DELRESTO (ECHOES)” e “CIRCUS MAXIMUS”, respectivamente.

38. 100 gecs – 10,000 gecs

100 gecs - 10,000 gecs

Queridinho da música experimental entre o público jovem, o 100 gecs voltou com tudo em 2023, explorando mais direções e ousando ainda mais em 10,000 gecs.

O sucessor de 1000 gecs (2019) mostra que ainda há muita lenha pra queimar no projeto — ainda mais se aparecerem outros bons momentos que conseguem aproximar o experimental do Pop, como “mememe” e “Dumbest Girl Alive”, que aposta em um belo riff de guitarra pra guiar o ouvinte.

37. Sunnbrella – Heartworn

Sunnbrella - Heartworn

Ainda pouco conhecida, a banda Sunnbrella é uma das gratas surpresas que tivemos neste ano. Apostando em uma sonoridade que navega pelo Shoegaze, Indie e Alternativo com um frescor bastante necessário em uma cena que se tornou saturada nos últimos anos, a banda chamou atenção logo com sua estreia.

Heartworn é o primeiro trabalho completo do grupo e tem destaques como “Fever Dream”, que evoca alguns elementos noventistas para ajudar a compor a identidade única de uma banda que ainda tem muito a entregar.

36. Enter Shikari – A Kiss for the Whole World

Enter Shikari - A Kiss for the Whole World

Banda veterna da cena do Metalcore, o Enter Shikari sempre se destacou por ter um estilo verdadeiramente único. Por outro lado, essa identidade tão forte criava opiniões mais divididas sobre a sonoridade dos britânicos, que pareceram encontrar a receita do equilíbrio em A Kiss for the Whole World.

Faixas como “It Hurts” ficam na cabeça desde a primeira ouvida, mas também não é difícil ser surpreendido com trechos mais experimentais em outras como “Bloodshot”.

35. Lil Uzi Vert – Pink Tape

Lil Uzi Vert - Pink Tape

Desde que surgiu, Lil Uzi Vert tem sido um artista que rompe barreiras.

Com Pink Tape, ele faz isso mais do que nunca e acerta muito mesmo quando erra; a polêmica versão de “Chop Suey!”, intitulada apenas “CS”, é uma prova de que é preciso ousar e sair da zona de conforto para conseguir algo incrível.

Se nesta o resultado não foi tão bom, as parcerias com Bring Me The Horizon e BABYMETAL são de fazer inveja em muita banda de Metal por aí. Além de tudo, trazer esses grupos ao lado de nomes como Nicki Minaj e Don Toliver tem muito mérito por si só.

O futuro é eclético!

34. Queens of the Stone Age – In Times New Roman…

Queens of the Stone Age - In Times New Roman…

Depois de muita expectativa, o retorno do Queens of the Stone Age veio de maneira bastante digna. In Times New Roman… se afasta um pouco de Villains e busca retomar a sonoridade mais clássica da banda de Josh Homme, e singles como “Paper Machete”e “Emotion Sickness” caberiam muito bem em discos anteriores do grupo.

Ainda assim, há um certo aspecto inovador que se funde muito bem com a pegada mais clássica e o resultado é um trabalho que ajudou a matar a saudade de muita gente.

33. Dogstar – Somewhere Between the Power Lines and Palm Trees

Dogstar - Somewhere Between the Power Lines and Palm Trees

Dogstar provavelmente nunca vai se livrar do estigma de ser “a banda de Keanu Reeves“, mas a verdade é que o baixista famoso consegue ser “só mais um” por aqui e isso é ótimo.

23 anos depois de seu segundo álbum, o grupo voltou com Somewhere Between the Power Lines and Palm Trees e entregou um belíssimo disco de Rock Alternativo, que vai agradar fãs de bandas como New Radicals e outras dos Anos 90 e 2000.

32. Holding Absence – The Noble Art of Self Destruction

Holding Absence - The Noble Art of Self Destruction

Um dos nomes mais interessantes do Post-Hardcore, o Holding Absence tinha uma missão difícil ao abraçar um gênero que parecia não ter mais espaço para inovação.

No entanto, a banda tira o que há de melhor das suas influências diversas e acerta ao flertar com elementos do Rock Alternativo e do Emo, mostrando ainda mais maturidade em seu terceiro disco e uma evolução constante, especialmente no que diz respeito a se conectar emocionalmente com os ouvintes.

31. Jorja Smith – falling or flying

Jorja Smith - falling or flying

Já tem algum tempo que Jorja Smith despontou com um dos principais novos nomes do R&B. Cinco anos depois de seu disco de estreia, a britânica está de volta com um segundo álbum inovador e que foi capaz de expandir o que foi construído em seu primeiro trabalho.

falling or flying flerta com uma série de novos elementos, incluindo o Indie Rock, e ainda garantiu um single de sucesso com “Little Things”. Uma pedida certa para quem busca algo que navega pelo R&B, Hip Hop, Soul e Jazz sem se prender a nenhum rótulo!

30. Metallica – 72 Seasons

Metallica - 72 Seasons

Os veteranos do Metallica geralmente demoram para lançar seus discos, mas dá pra dizer que 72 Seasons valeu a espera. A banda não ousa tanto nas composições, mas também não precisava: de forma geral, o novo álbum traz exatamente o que os fãs queriam e, depois de algumas experimentações falhas ao longo dos anos, é quase um presente poder ouvir o quarteto fazendo o que faz de melhor.

Sem dúvida alguma, 72 Seasons entra para o panteão de melhores discos do Metallica!

29. Hot Milk – A Call to the Void

Hot Milk - A Call to the Void

Parte de uma nova cena britânica que busca trazer o Rock de volta ao mainstream, o Hot Milk demorou mas finalmente lançou seu disco de estreia.

Ativo desde 2018, o grupo foi lançar A Call to the Void apenas em 2023 e a espera valeu a pena para quem quer um Pop Rock de primeira. É difícil não cantar junto com os refrães grudentos, que parecem ter sido feitos sob medida para serem tocados em grandes estádios.

É o tal do Rock de arena voltando à moda!

28. Geese – 3D Country

Geese - 3D Country

A cena alternativa do Brooklyn, em Nova York, sempre foi conhecida por boas revelações. A mais recente é o Geese, que está na ativa desde 2016 e já tinha um disco no currículo quando lançou 3D Country neste ano.

O novo trabalho é uma das coisas mais interessantes que ouvimos por aqui, podendo ser melhor descrito como Art Rock com elementos de Indie. Na prática, traz diversos elementos ousados dentro de uma roupagem mais convencional, proporcionando uma experiência pra lá de especial — e deliciosa de ouvir do começo ao fim.

27. Sufjan Stevens – Javelin

Sufjan Stevens - Javelin

Um dos mais belos e emocionantes álbuns de 2023 é Javelin, de Sufjan Stevens. Ouvi-lo mesmo sem contexto é uma experiência incrível, graças ao tom intimista e confessional adotado em meio a belas linhas de violão e piano.

No entanto, tudo que envolve o disco faz com que seja quase impossível ouvi-lo sem se emocionar. Isso porque o trabalho foi dedicado ao parceiro de Sufjan, Evans Richardson, que faleceu em Abril deste ano.

Ele era chefe da equipe do Studio Museum no Harlem, em Nova York, dedicado a exibir trabalhos de artistas negros; mais do que isso, entretanto, essa dedicatória serviu também como a primeira afirmação da sexualidade de Stevens, mantida em segredo por tantos anos.

26. Kaytraminé – Kaytraminé

Kaytraminé - Kaytraminé

O que acontece quando um rapper incrível e um produtor genial se encontram? Quase sempre, sai coisa boa. É o caso de Kaytraminé, álbum resultante da parceria de mesmo nome entre o estadunidense Aminé e o haitiano-canadense Kaytranada.

Dançante e experimental ao incluir elementos que vão do Samba ao Jazz, o disco ainda conta com parcerias de Big Sean, AmaaraeSnoop DoggFreddie GibbsPharrell Williams. Genial!

25. Kali Uchis – Red Moon in VENUS

Kali Uchis - Red Moon In VENUS

A influência da música latina nos EUA é algo que vem se estendendo cada vez mais. Não à toa, a popularidade de Kali Uchis disparou com o lançamento de Red Moon in VENUS, disco bilíngue que faz muito bem o trabalho de “digerir” essas influências para um grande público.

Músicas como os singles “Moonlight” e “I Wish You Roses” se apoiam muito mais no R&B e até no Jazz do que em elementos latinos, mas a presença destes ajuda a cantora de raízes colombianas a se firmar de vez depois de várias experimentações em anos anteriores.

24. Arlo Parks – My Soft Machine

Arlo Parks - My Soft Machine

Uma das grandes revelações dos últimos anos, Arlo Parks reforçou ainda mais sua posição nesse sentido com My Soft Machine.

Somando novos elementos às suas composições, a cantora se mostra mais confortável do que em seu primeiro álbum mas não perde a essência ousada, que faz com que sua sonoridade navegue entre diversos gêneros enquanto embala o ouvinte em uma vibe deliciosa.

23. Jessie Ware – That! Feels Good!

Jessie Ware - That! Feels Good!

O quinto disco de estúdio da cantora britânica é um recorte delicioso de uma artista que entendeu o revival da Disco Music e soube traduzi-lo para uma roupagem moderna e, mais importante, com sua assinatura.

Canções como “Free Yourself”, “Hello Love” e “Begin Again” são boas provas disso em um álbum redondinho.

22. boygenius – the record

boygenius - the record

Um dos discos de estreia mais aguardados de todos os tempos, the record não decepcionou e colocou o boygenius logo de cara como uma das bandas mais interessantes dessa nova geração do Indie/Alternativo.

Não poderia ser diferente com um supergrupo de três mulheres excepcionalmente talentosas: Phoebe BridgersJulien Baker Lucy Dacus mostram sintonia perfeita no álbum que levanta questões e reflexões sobre os mais diversos temas, sempre acompanhadas de um instrumental fenomenal.

21. Crosses – Goodnight, God Bless, I Love U, Delete.

Crosses - Goodnight, God Bless, I Love U, Delete.

Quase 10 anos depois de sua estreia, o Crosses, projeto de Chino Moreno (Deftones), lançou um belo segundo álbum.

Com direito a participações de Robert Smith (The Cure) e El-P (Run the Jewels), o disco traz a mesma essência baseada em sintetizadores do primeiro, mas reforça a evolução do tempo com belos timbres mais modernos que atendem às propostas de cada música.

O destaque, como era de se esperar, fica para a nuance sombria e sensual que acompanha Chino em praticamente todos os seus projetos.

20. Amaarae – Fountain Baby

Amaarae - Fountain Baby

Assim como é comum vermos em várias cenas que ganham muita notoriedade com o tempo, o R&B e Hip Hop têm tido algumas sonoridades saturadas nos últimos anos. Quem chegou pra bagunçar isso de vez e mostrar que há muito a explorar ainda é Amaarae, fugindo de qualquer clichê em seu segundo disco de estúdio.

Fountain Baby já garantiu um hit com “Angels in Tibet” mas, de forma geral, faz um trabalho espetacular de explorar melodias de voz impressionantes em meio a batidas que cruzam fronteiras experimentais, indo desde o que se espera de mais tradicional do estilo até a incorporação de elementos Punk, do Afropop e até do Funk brasileiro.

19. blink-182 – ONE MORE TIME…

blink-182 - ONE MORE TIME…

A tão comentada reunião do blink-182 com Tom DeLonge rendeu um novo disco e isso, por si só, já era motivo pra comemorar.

O fato de ONE MORE TIME… ter muito mais acertos do que erros é ainda mais razão para os fãs do blink sorrirem, já que aqui a banda reencontra a sonoridade de seus clássicos e tem como grande ponto positivo incorporar elementos dos projetos solo de cada integrante.

Isso dá espaço para as identidades individuais que foram desenvolvidas ao longo dos anos se mostrarem e garantirem que o álbum não soe apenas como material reciclado do passado.

18. Jon Batiste – World Music Radio

Jon Batiste - World Music Radio

Jon Batiste é um daqueles artistas que é difícil descrever sem usar a palavra gênio. O cantor tem ótimos momentos na carreira nos últimos anos, mas World Music Radio mostra que ainda há muito por vir.

Trata-se de um disco que explora limites, como fica muito claro em “Uneasy”. A faixa traz a participação de Lil Wayne, lenda do Rap, que faz um solo de guitarra — vale lembrar que ele já viralizou anteriormente por não ser tão habilidoso com o instrumento, e o mérito de Batiste vem em garantir que, mesmo com pouca técnica, a parte de Wayne soe muito bem na música.

De forma geral, o Jazz e o Soul são a base de um álbum sólido que não tem medo de arriscar e, de certa forma, modernizar os aspectos mais tradicionais da música que consagrou Batiste.

17. Tainy – DATA

Tainy - DATA

Nos últimos anos, o Reggaeton tem tido uma ascensão meteórica. Não é difícil isso gerar comentários acerca de uma suposta repetitividade do gênero, e a crítica é até válida em alguns contextos — porém, com DATA, Tainy mostra o quanto ainda é possível inovar.

Através de parcerias com nomes como Skrillex e Four Tet, o artista se afasta de vários estereótipos do gênero e busca se aproximar de outras estéticas, como a da música eletrônica e até o vaporwave, resgatado sob uma nova roupagem pelo músico depois de ficar alguns anos no ostracismo.

16. The Hives – The Death of Randy Fitzsimmons

The Hives - The Death Of Randy Fitzsimmons

Uma das bandas mais enérgicas ao vivo no planeta, o The Hives também não decepciona quando o assunto é disco de estúdio.

As versões ao vivo realmente estão um patamar acima, mas as composições de The Death of Randy Fitzsimmons são uma aula que mostra como é possível continuar apostando em uma sonoridade “raiz” do Punk e acertar em cheio.

15. El Mató a un Policía Motorizado – Súper Terror

El Mató a un Policía Motorizado - Súper Terror

Uma das bandas mais interessantes da América Latina voltou com tudo em seu novo disco de estúdio. Súper Terror mostra mais uma vez por que o El Mató a un Policía Motorizado se tornou tão querido por fãs brasileiros, como ficou claro durante o show que rolou no Primavera Sound São Paulo 2023.

Faixas como “Medalla de Oro” e “El Universo” são absolutamente deliciosas e dão o tom para o disco, que absorve elementos do Rock Psicodélico para trazer um caloroso abraço como só o povo latino é capaz de oferecer.

Súper Terror transporta o ouvinte para aquele lugar em comum que todos nós deste continente temos, como se fôssemos levados diretamente para ruas simples, com casas charmosas e crianças brincando na rua.

14. Beartooth – The Surface

Beartooth - The Surface

Veterano da cena Metalcore, o Beartooth resolveu apostar em uma mudança radical para seu novo disco.

Desde a capa rosa até os refrães Pop chiclete, The Surface traz várias mudanças e não se envergonha de colocar a banda em um lugar mais próximo do mainstream — algo que acontece sem a perda de identidade, de forma louvável e intimamente relacionada à sinceridade que envolve o trabalho de 2023.

The Surface vai te fazer bater cabeça, cantar junto e até refletir, praticamente redefinindo o conceito de Pop Rock para algo mais pesado do que nunca.

13. Carly Rae Jepsen – The Loveliest Time

Carly Rae Jepsen - The Loveliest Time

Já virou até rotina chamar Carly Rae Jepsen de subestimada, mas a verdade é que a cantora canadense tem se elevado a cada álbum. The Loveliest Time, apesar de ser o “lado B” de The Loneliest Time (2022), traz algumas das sonoridades mais experimentais e incríveis da cantora.

“Kollage”, por exemplo, é de fazer inveja em qualquer fã do Tame Impala que pode estar esperando há anos por algo tão bom. O Pop também marca forte presença, com faixas como “Psychedelic Switch” e “Shy Boy” mostrando como é possível trazer elementos diferentes sem perder o tom radiofônico.

12. Lana Del Rey – Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd

Lana Del Rey - Did You Know...

Depois de alguns anos de trabalhos mais experimentais, Lana Del Rey acertou em cheio com seu novo álbum. Did You Know That There’s a Tunnel Under Ocean Blvd dispensa grandes apresentações, mas merece todos os elogios possíveis principalmente pela habilidade de narrativa da cantora.

Envolver o ouvinte mais ligado ao Pop em uma canção como “A&W”, que tem mais de 7 minutos de duração, é um mérito incrível de Lana. Comparações à parte, Taylor Swift foi a única outra a conseguir algo do tipo recentemente com sua versão longa de “All Too Well” e só isso já diz muito sobre a capacidade de Lana Del Rey em prender a atenção com suas histórias.

Tudo isso, claro, é muito bem servido na produção de Jack Antonoff, que apresenta aqui um de seus melhores trabalhos ao entender muito bem o seu papel de simplesmente “embalar” os sentimentos da cantora da melhor forma possível.

11. DRAIN – Living Proof

Drain - Living Proof

Na ativa há quase 10 anos, o DRAIN lançou em 2023 seu segundo disco de estúdio, o ótimo Living Proof. O álbum é mais uma prova do ótimo momento vivido pelo Hardcore atualmente, com diversas bandas surgindo e conseguindo colocar o estilo mais em evidência do que nunca.

Desde seu primeiro lançamento, a banda fez um trabalho ótimo de trazer elementos do Thrash Metal para dentro do Punk.

Agora, o grupo incorpora ainda mais referências e consegue, por exemplo, fazer algo bem palatável e quase radiofônico com “Good Good Things”, enquanto “FTS (KYS)” vai resgatar aquela sensação que fãs de Suicidal Tendencies e outras bandas do tipo conhecem muito bem.

10. Mitski – The Land Is Inhospitable and So Are We

Mitski - The Land Is Inhospitable And So Are We

Em seu novo disco, Mitski conseguiu transformar uma abordagem simplista em algo grandioso.

Intimista, o álbum aposta principalmente na forma crua como a artista conversa com o ouvinte e não tem medo de falar sobre diferentes passagens de sua vida.

O álbum foi influenciado por nomes que vão de Igor Stravinsky a Caetano Veloso, e mostra que ano após ano, Mitski não apenas não tem medo de arriscar como também é prolífica em tudo que se propõe.

9. Paramore – This Is Why

Paramore - This Is Why

Desde seu disco autointitulado de 2013, o Paramore vem dando sinais bem claros de que não vai se prender a uma sonoridade. A receita deu certo em After Laughter e voltou com tudo para This Is Why, disco que certamente fez valer a espera de quase seis anos por material novo.

Com Hayley Williams mais afiada do que nunca, a banda encontra aqui mais uma direção para explorar. This Is Why tem elementos de Talking Heads tanto quanto de Bloc Party, mas acerta mesmo ao incorporar as identidades musicais de cada integrante de maneira única, mudando de estética pede.

O elemento Punk é uma constante no álbum, mas a faixa-título, por exemplo, navega mais por referências Indie e Alternativas, enquanto “The News” parece abraçar a pegada mais pesada e “C’est Comme Ça” se arrisca até pelos lados do Math Rock.

Um baita disco que só nos deixou ainda mais curiosos pelo que vem no futuro!

8. Wednesday – Rat Saw God

Wednesday - Rat Saw God

Desde que foi fundada em 2017, a banda norte-americana Wednesday praticamente não sabe o que é passar um ano sem lançar um disco cheio. E é lógico que a gente ama isso por aqui.

Rat Saw God é o quinto álbum do grupo e sua obra prima até então, misturando Rock Alternativo, Punk, Shoegaze e Grunge com uma energia incrível e as almas dos integrantes claramente entregues às canções.

Agrada fãs que vão da cena clássica de Seattle com Nirvana e Soundgarden, até os que celebram bandas como My Bloody Valentine e Slowdive.

7. Victoria Monét – Jaguar II

Victoria Monét - Jaguar II

Em meio a tantas inovações sonoras, chega a ser refrescante ouvir um disco que se propõe a fazer o que há de melhor em um gênero sem se preocupar tanto com clichês. É exatamente o que acontece em Jaguar II, de Victoria Monét.

A cantora resolveu arriscar o peso de fazer “mais do mesmo” e obteve um resultado especial ao se diferenciar não pelas experimentações, mas pela qualidade. Jaguar II soa como se fosse um clássico do R&B, como se tivesse sido lançado há vários anos e pudesse ocupar o mesmo panteão de verdadeiras lendas do gênero.

O single “On My Mama” é um grande exemplo de como essas sonoridades foram resgatadas sem pudor e de uma forma absolutamente louvável, apostando em arranjos completos e complexos, recheados de detalhes para evocar um sentimento de nostalgia mesmo em quem a ouve pela primeira vez, como fica bem claro em “Hollywood”.

6. Olivia Rodrigo – GUTS

Olivia Rodrigo - GUTS

Suceder um disco de estreia de sucesso é uma tarefa bem difícil e são poucos artistas que conseguem fazê-lo da melhor maneira. É o caso de Olivia Rodrigo, que não caiu na tentação de repetir a receita de sucesso para GUTS, que chega dois anos depois do ótimo SOUR.

Mais influenciada do que nunca pelo Rock e se mostrando disposta a aprender cada vez mais sobre o gênero, Olivia juntou influências de todos os tipos e manteve sua identidade Pop para efetivamente criar um dos melhores discos Pop Rock dos últimos anos.

Faixas como “get him back!” e “bad idea right?” remetem instantaneamente a grandes nomes do gênero em décadas passadas, especialmente por Olivia ter perdido totalmente a vergonha de incorporar guitarras e outros elementos mais orgânicos em suas músicas.

5. Sleep Token – Take Me Back to Eden

Sleep Token - Take Me Back To Eden

A misteriosa banda britânica Sleep Token é a sensação do momento na cena pesada e não é à toa. São anos e anos de fãs do gênero pedindo por novidades, pelo surgimento de alguém que esteja disposto a inovar e pensar fora da caixa em um dos estilos mais engessados da música.

Nesse sentido, Take Me Back to Eden foi um verdadeiro presente para toda a cena do Metal, com músicas ousadas que passam por diversos gêneros musicais e, mesmo tendo longas durações, estão fazendo frente a alguns nomes do Pop em questão de popularidade.

Em “The Summoning”, por exemplo, o tradicional breakdown metaleiro é substituído por uma espécie de interlúdio eletrônico que leva a uma parte com elementos de Funk e Jazz; na faixa-título, que tem mais de 8 minutos, um verso em Rap dá um contraste perfeito

4. ANOHNI and the Johnsons – My Back Was a Bridge for You to Cross

Anohni And The Johnsons - My Back Was a Bridge for You To Cross

O quinto disco de estúdio do projeto antes conhecido como Antony and the Johnsons é uma poderosa declaração de força desde a sua capa, que tem a ativisita pelos direitos LGBTQ Marsha P. Johnson.

Aqui, ANOHNI e o produtor Jimmy Hogarth (Amy Winehouse, Sia, Tina Turner) beberam nas fontes de nomes como Nina Simone e criaram 10 faixas de música Soul que são pra lá de inspiradoras.

“It Must Change”, faixa de abertura, dá o tom do trabalho e é um verdadeiro hino moderno que abre alas para uma viagem pelo que há de melhor na música dos Anos 70, 80 e 90 com toda força vocal de ANOHNI.

3. Slowdive – everything is alive

Slowdive - everything is alive

Uma das bandas mais importantes e influentes do Shoegaze, o Slowdive poderia viver de suas glórias passadas sem qualquer problema. Ao invés disso, everything is alive é a prova de que a banda quer continuar traçando novos caminhos e mostrar que, mesmo entre tantos influenciados por aí, ninguém explora o gênero como eles.

Músicas como “kisses” mostram a banda se permitindo seguir um caminho mais Pop, o que (felizmente) aumenta o alcance de um dos grupos mais lendários e subestimados da música moderna.

Por outro lado, “alife” é a prova de que quem é rei nunca perde a majestade, com belíssimas texturas de guitarra se emaranhando com uma ambientação que surge a partir de sintetizadores e garantindo a mesma proficiência em criar uma atmosfera que os fãs do Slowdive conhecem há décadas, porém com uma nova e moderna roupagem.

2. Foo Fighters – But Here We Are

Foo Fighters - But Here We Are

Depois da fatalidade com Taylor Hawkins, todos os olhares estavam voltados para o Foo Fighters. Ninguém sabia sequer se a banda continuaria ativa depois de mais um trauma para Dave Grohl, mas isso aconteceu através de um verdadeiro atestado ao poder da música chamado But Here We Are.

Visceral, emotivo, sincero e genial, o novo disco soa como uma sessão de terapia após Dave perder um de seus melhores amigos e também sua mãe, que faleceu pouco tempo depois. Músicas como “Show Me How” e “Rest” mostram os lados mais vulneráveis que já vimos do vocalista e guitarrista, que se coloca em uma posição de igualdade com o ouvinte e desperta sentimentos até em quem não tem motivo para tê-los.

Ao mesmo tempo, faixas como “Rescued” resgatam o que há de melhor na essência dos Foos, enquanto outras como “The Teacher” exploram mais do que nunca a veia experimental de Dave, que pareceu sempre gostar de coisas mais diferentes do que deixava transparecer em suas composições.

O futuro segue incerto para o Foo Fighters e seus fãs, mas But Here We Are serve, ao menos temporariamente, como uma verdadeira âncora para processarmos tudo que aconteceu nos últimos anos.

 

1. Caroline Polachek – Desire, I Want to Turn Into You

Caroline Polachek - Desire, I Want to Turn Into You

O modelo Pop atual, regido pelo streaming e pelas redes sociais e seus algoritmos, definitivamente não favorece experimentações. Não é segredo que lançamentos rápidos e constantes fazem mais o tipo da indústria nos dias de hoje, e Caroline Polachek ousou em absolutamente tudo que pôde para ter o disco do ano.

O ciclo de lançamento de Desire, I Want to Turn Into You começou lá em 2021, com o single “Bunny Is a Rider”. Depois, Polachek lançou mais alguns singles em 2022, incluindo “Billions” — faixa que, segundo ela própria, levou 19 meses para ser finalizada.

Algo que beira o surreal com as pressões do mercado hoje em dia é tratado com naturalidade por ela, e portanto não é de se surpreender que, de forma geral, o álbum tenha diversas movimentações absurdas, no melhor sentido da palavra, e fantásticas.

O instinto Pop está presente em tudo, especialmente nas grudentas melodias vocais de Caroline em faixas como “Welcome to My Island”, que introduz o disco com 20 segundos completamente malucos que sintetizam a influência de todo o álbum, indo desde o New Age até a PC Music, representada pelo produtor Danny L Harle e seu trabalho fenomenal por aqui.

Durante os 45 minutos do disco, Caroline Polachek explora sonoridades que vão desde a gaita de fole até o Pop dos Anos 2000, incluindo uma parceira com Grimes Dido em “Fly to You” que parece como um encontro entre todas as artistas em um túnel do tempo que referencia a era Ray of Light de Madonna tanto quanto os trabalhos mais recentes e ousados de Grimes.

A ousadia de Caroline Polachek foi muito recompensada em Desire, I Want to Turn Into You, que é o disco do ano internacional de 2023 no TMDQA! com muito mérito. O Pop pode ir além e, neste caso, isso ficou mais claro do que nunca!

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