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10 discos essenciais para entender a evolução do Metal Moderno

Desde que surgiu, o Heavy Metal está em constante evolução. Ele, por si só, é um resultado do Rock chegando a novos níveis de peso, além de abrir espaço para uma série de outras influências de todos os tipos que moldaram sonoridades únicas.

O Nu Metal, por exemplo, puxou referências do Rap; o Metalcore, como o nome diz, se apoiou em elementos do Hardcore, e assim por diante. Por isso, pensar em Metal Moderno é pensar em um dos termos mais amplos possíveis no que diz respeito a gêneros musicais, já que ele pode abrigar desde uma pesadíssima banda de Death Metal até alguém que flerte mais com o Pop.

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Olhar a evolução do Metal ao logo dos anos, no entanto, é uma viagem interessante. Desde o início dos Anos 2000, o gênero passou por altos e baixos e teve constantes mudanças no sentido daquilo que está “em alta”.

Com base em uma lista enviada pela newsletter Stream n’ Destroy com a história do Metal Moderno, o TMDQA! separou 10 discos que te ajudam a entender como a sonoridade chegou ao lugar em que está hoje, conversando com novas multidões e sendo abraçado pelos jovens. Veja a seguir!

Linkin Park – Hybrid Theory (2000)

É óbvio que essa lista precisa começar com o Linkin Park, virtualmente o “pai” do Metal Moderno. Com Hybrid Theory, a banda criou uma ponte entre o Nu Metal e uma série de outros gêneros, a começar pelo Metalcore, que foi a base da cena mais pesada nos anos seguintes.

Músicas como “One Step Closer” ajudaram a acostumar alguns ouvintes com riffs pesados e até alguns gritos. Além de ter servido como inspiração para inúmeras outras bandas, o Linkin Park também foi fundamental para que houvesse uma base de ouvintes interessada em sair do lugar comum no que diz respeito ao Metal, promovendo a criação de pontes entre gêneros e a fuga de rótulos.

Converge – Jane Doe (2001)

Quase que simultaneamente ao Linkin Park, o underground tinha um outro lançamento que impactava muita gente: Jane Doe, do Converge, chegou em 2001 para mostrar toda a potência que poderia ser alcançada ao unir o Metal Extremo ao Hardcore.

O pesadíssimo álbum somava riffs e vocais extremos com um certo groove que lembra o Nu Metal, criando uma pegada que serve como referência para muita gente até hoje.

Lamb of God – As the Palaces Burn (2003)

Incorporando ainda mais elementos de groove, o Lamb of God lançou em 2003 um dos discos fundamentais para entendermos a evolução do Metalcore. As the Palaces Burn tem clássicos como “Ruin”, que apostam em riffs tão pesados quanto groovados enquanto a influência do Hardcore continua brilhando.

As the Palaces Burn foi o ponto de partida para inúmeras bandas da época começarem a definir a sonoridade que viria a ser conhecida como Metalcore, hoje a base do Metal Moderno.

Avenged Sevenfold – City of Evil (2005)

O grande salto do Metal Moderno veio em 2005, com o Avenged Sevenfold. A banda furou bolhas como nenhuma de suas antecessoras havia conseguido, novamente incorporando elementos do Punk e Hardcore mas substituindo os vocais guturais do Metal Extremo por uma influência mais forte do Hard Rock e Heavy Metal tradicional.

City of Evil foi um marco contemporâneo, com hits como “Bat Country” conseguindo exposição nas rádios e mostrando que esta era a tendência que daria sequência ao sucesso do Nu Metal.

Asking Alexandria – Stand Up and Scream (2009)

Dando sequência ao que fez o Avenged Sevenfold, as bandas do final dos Anos 2000 elevaram ainda mais o status do Metal Moderno ao mainstream. A banda californiana já havia começado a incorporar elementos do Emo, que estava em alta na época, à sua sonoridade; no entanto, foi nos anos seguintes que bandas como o Asking Alexandria abraçaram de vez essas referências.

Stand Up and Scream é um clássico quase inexplicável, com suas experimentações sonoras e seu peso extremo tendendo a contrastar com o sucesso, geralmente associado a canções mais leves. No entanto, o contexto da época os impulsionou para que se tornassem a banda de uma geração.

 

A Day to Remember – What Separates Me From You (2010)

No ano seguinte de Stand Up and Scream, tivemos o lançamento de What Separates Me From You. O álbum não é necessariamente o mais clássico do A Day to Remember, mas foi aqui que eles se aproximaram ainda mais da sonoridade Pop Punk, incorporando esses elementos a uma sonoridade pesada.

Com faixas como “All I Want”, a banda provou que era possível trazer peso sem necessariamente apostar em vocais gritados. Isso, claro, ajudou a abrir muitas portas até mesmo para as bandas mais pesadas, já que o ADTR serviu como uma ponte entre mundos diferentes.

Deftones – Diamond Eyes (2010)

Deftones poderia estar aqui com diversos de seus discos, mas a escolha por Diamond Eyes é simples: foi aqui que a banda renovou sua popularidade, encontrando uma nova sonoridade para explorar e conversar com uma nova geração.

Hoje, o grupo de Chino Moreno é uma influência inquestionável para praticamente qualquer banda de Metal dos tempos modernos, estando inclusive no meio de um revival entre os jovens de todo o mundo.

Black Veil Brides – Wretched and Divine: The Story of the Wild Ones (2013)

Talvez a escolha mais polêmica desta lista, o Black Veil Brides está aqui por um motivo muito específico: a banda foi fundamental para apresentar toda uma nova geração ao Metal Moderno. Apostando em uma imagem forte e mais caricata, o grupo conseguia arrastar até crianças para seus shows nos anos 2010, graças a sucessos como “In the End”.

Novamente, os elementos de Hard Rock marcavam presença forte aqui, assim como uma série de ferramentas do Pop que ajudaram as canções de Wretched and Divine: The Story of the Wild Ones a se conectarem com pessoas que fugiam do tradicional público-alvo do Metal — que, por sua vez, preferiu em grande parte se distanciar da banda.

Bring Me the Horizon – That’s the Spirit (2015)

Quase como uma consequência natural de tudo que já foi mencionado, That’s the Spirit deu o tom para o auge do Metal Moderno na década passada. Assim como o Black Veil Brides havia feito, o Bring Me the Horizon abraçou uma estética mais Pop em diversas faixas do disco, mas conseguiu evitar de ser enxergado como caricato.

A importância de Sempiternal é inquestionável e todo fã de BMTH sabe disso, já que o disco é um dos maiores do Metal Moderno. No entanto, That’s the Spirit expandiu os horizontes não apenas da banda, que viria a flertar ainda mais com o Pop anos depois, mas também do gênero de forma geral, já que faixas como “Throne” foram capazes de resgatar aquele sentimento que o Linkin Park despertou em tantos de nós anos antes.

Bad Omens – THE DEATH OF PEACE OF MIND (2022)

Chegando aos tempos atuais, o Bad Omens talvez seja o melhor representante de como a nova geração se interessou de vez pelo Metal. O hit “Just Pretend” e seu status no TikTok colaboram pra isso, mas a incorporação de melodias Pop que já tinha começado a ser feita por outros nomes antes caiu como uma luva em meio à energia Arena Rock que o grupo tem.

THE DEATH OF PEACE OF MIND é a prova de que muita gente só precisa de um primeiro contato com o Metal para se apaixonar pelo gênero e parece que, felizmente, as bandas estão mais dispostas do que nunca a abrir essa porta. Que continuem assim!

Published by
Felipe Ernani