O grande público sempre tem a curiosidade de saber o que os seus artistas preferidos escutam em casa ou quais são os melhores cantores e bandas na opinião deles, ainda mais quando falamos em uma referência incontestável de um gênero como é o caso de Kim Thayil, guitarrista do Soundgarden e grande ícone do Grunge.
Em conversa com a revista FarOut, o músico listou os melhores discos de todos os tempos da cena e também abordou o significado por trás do termo ao qual sua banda está associada, assim como outros grandes grupos como Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains.
Para Thayil, essa “classificação” ficou marcada por um tempo e sonoridade específicos na história da música e da cidade de Seatle, em Washington (EUA):
Acho que por vários anos, a maioria das bandas de Seattle evitou o termo ‘Grunge’. É meio difícil lembrar o que pode ser considerado Grunge ou o que pode ser chamado de Metal, Pop ou Punk. Acho que a maneira mais fácil de definir isso provavelmente seria: ‘música da área de Seattle de uma determinada comunidade e gênero durante um determinado período de tempo, de meados dos anos 80 a meados dos anos 90′.
Falando mais abertamente sobre os álbuns que lhe marcaram, Kim revelou que Bleach, lançado pelo Nirvana em 1989, foi muito importante para ele, que acredita que a força do disco está em “Negative Creep”:
Também adoro os riffs de “Blew” e “Swap Meet”; eu ouvia repetidamente. Esse disco era muito popular com a nossa banda quando estávamos em turnê. Tocávamos Fugazi, ‘Margin Walker’; ‘Meat Puppets II’; Neil Young, ‘After the Gold Rush’; e Nirvana, ‘Bleach’, o tempo todo em um toca-fitas em nossa van.
A seleção de Thayil contou ainda com álbuns que percorrem todo o período citado por ele, desde algumas bandas mais populares até outras que ficaram mais no underground. Confira a seleção na íntegra ao final da matéria!
Um dos trabalhos escolhidos por Thayil foi Hallowed Ground, lançado em 1988 por Skin Yard. No papo, o guitarrista revelou que mudou de ideia depois de não curtir o som do grupo em questão no início de carreira:
Não acho que nenhum de nós [no Soundgarden] realmente gostou do primeiro disco do Skin Yard, mas gostamos deles como pessoas e a singularidade do que eles estavam tentando fazer. Depois eles ficaram mais pesados, mais nos moldes do Soundgarden ou do Tad, e começaram a fazer discos melhores e divertidos. No momento em que lançaram ‘Hallowed Ground’, eles estavam entrando no ritmo e tinham a ideia do Rock em andamento.
Kim ainda falou com mais detalhes sobre o álbum Facelift, do Alice In Chains, destacando que a banda do saudoso Layne Staley veio de “uma cena diferente”:
O Alice in Chains veio de uma cena diferente, mas depois começou a tocar conosco e com o Pearl Jam, e eles fizeram alguns shows com o Nirvana [na época do] ‘Facelift’. Penso em uma música como ‘It Ain’t Like That’ e adoro o ritmo. Quando eu tocava com eles no palco, eles me perguntavam que música eu queria fazer, e era essa. [Canta o riff de abertura] Eu amo esse riff e essa música. Eu gostaria de tê-lo escrito, e é por isso que adoro esse álbum – só por causa dessa música. É fácil se apaixonar por algo quando você pensa: ‘Por que diabos não pensei nisso?’ Todo o álbum tem ótimas coisas.
De fato, um clássico atemporal! Você pode, inclusive, ouvir alguns dos destaques dessa seleção na nossa playlist TMDQA! Classics e conferir a música citada por Thayil logo abaixo.
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