Definitivamente, o Foo Fighters gosta de fazer longos shows no Brasil.
A atual turnê da banda, que divulga o novo disco But Here We Are, tem rolado em diversas cidades dos Estados Unidos e, por lá, Dave Grohl e companhia têm feito shows que variam entre 17 e 20 músicas, chegando no máximo a duas horas e meia de duração.
Em Curitiba, nessa noite de 07 de Setembro, foram 23 canções, várias dedicações de amor ao Brasil e três horas de uma entrega pra lá de enérgica no palco.
A banda iniciou seu set com a base do que vem tocando lá fora, abrindo os trabalhos com “All My Life”, “The Pretender”, “Learn To Fly” e “No Son Of Mine”.
Logo de cara, deu pra ver que o show seria especial, pois Dave Grohl disse que essa “seria uma longa noite”, que esse início era só o aquecimento e em praticamente todas as canções, o Foo Fighters fez improvisações e as levou a durações bem maiores do que as gravações originais.
Em “No Son Of Mine”, por exemplo, vieram trechos de “Enter Sandman” do Metallica e “Paranoid”, do Black Sabbath, em momentos onde Grohl disse que queria “conhecer a plateia”.
Falando com o público o tempo todo, o frontman da banda disse que é consenso no mundo todo, entre todas as bandas, que “o público brasileiro é o mais louco do mundo”, e chegou a afirmar que percebeu isso logo de cara quando veio aqui tocar com o Nirvana nos Anos 90.
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Em um momento, Dave agradeceu pelo público apoiar a banda há 28 anos e disse que ela tocaria músicas de todos os seus 10 discos já lançados.
A promessa foi cumprida, e todos os álbuns foram agraciados com pelo menos uma canção no setlist, sendo que o mais recente deles, But Here We Are, foi o campeão com cinco faixas.
Esse, aliás, foi o ponto agridoce da apresentação: melhor trabalho da banda desde Wasting Light, o disco parece ter sido esnobado pelo público, e nenhuma de suas músicas empolgou.
Em vários momentos onde eram tocados sons como “Rescued” e “Under You”, parecia que a Pista Premium havia virado um bar, com muita gente conversando e até virando de costas para o palco. Na hora do bis, que começou com a extensa “The Teacher”, isso ficou ainda mais evidente.
Violet Grohl, filha de Dave que tem feito backing vocals em momentos como “Shame Shame” e “Show Me How”, não veio ao Brasil, e enquanto a primeira música apareceu no show, a segunda ficou de fora.
Por outro lado, fãs “old school”, como o próprio Dave afirmou, foram presenteados com momentos como “Generator”, que não costuma aparecer nos shows.
As covers fazem parte dos shows do Foo Fighters há algum tempo, e nessa turnê não foi diferente.
Além das duas já citadas acima, a apresentação dos integrantes da banda veio repleta de versões, com Pat Smear tocando “Blitzkrieg Bop” do Ramones, Grohl celebrando o currículo do baterista Josh Freese e tocando Nine Inch Nails e DEVO, e o baixista Nate Mendel puxando “Sabotage”, clássico do Beastie Boys.
Ao terminar a apresentação, Dave ouviu que a plateia gritava seu nome, agradeceu pelo carinho e tocou “Stairway To Heaven”, do Led Zeppelin, coisa que disse que nunca havia feito na vida.
Mais ao final do show, um momento emocionante aconteceu quando o vocalista disse que a banda nunca mais iria parar de tocar a próxima música em seus shows, já que ela era a favorita do saudoso baterista Taylor Hawkins.
Veio então a belíssima “Aurora”, coroada por uma ativação dos fãs, que levaram balões brancos para o local.
Ao final das contas, quem esteve em Curitiba viu mais um showzão do Foo Fighters, que parece tirar fôlego de onde nem tem para seguir em frente e viver a vida.
Dave Grohl parecia mais emocionado e enérgico do que nunca, mesmo após ter perdido a mãe e seu melhor amigo, e antes de tocar “Everlong” na saideira, afirmou que existe um “relacionamento” entre banda e público após tantos anos: “nós só ajudamos a salvar as suas vidas porque vocês ajudam a salvar as nossas.”
Amanhã (09) a banda toca no festival The Town em São Paulo.
Setlist após o vídeo
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