NX Zero
Foto por César Ovalle (@cesinha)

Por Cauê Paciornik

O NX Zero recebeu o Tenho Mais Discos Que Amigos! no estúdio que a banda está ensaiando para a turnê Cedo ou Tarde.

Chegamos em um momento em que tinha acabado a energia do local, mas não foi isso que desanimou a galera! Fomos para uma área externa e tivemos uma conversa super divertida com os integrantes Di Ferrero (vocalista), Gee Rocha (guitarrista), Fi Ricardo (guitarrista), Caco Grandino (baixista) e Dani Weksler (baterista). 

Confira a seguir!

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TMDQA! Entrevista NX Zero

TMDQA!: E aí pessoal, tudo bem com vocês? Como que vocês tão?

Gee Rocha: Tudo certo, A gente tá aguardando a luz chegar, né?

Fi Ricardo: É muita energia!

Di Ferrero: O excesso de energia tá explodindo entre nós. (risos)

TMDQA!: Vocês têm alguma superstição? Porque né… reta final de preparação, véspera de entrevista coletiva, aí acaba a energia assim…

Gee: De sentir energia a gente sente, eu acredito muito nisso. 

Di: Eu tenho muito, tenho demais até. Tem um vocalista que eu curtia muito e continuo curtindo que é o Brandon Boyd do Incubus; por causa dele eu conheci yoga, e aí depois o Steven Tyler. Todas as excentricidades eu gosto.

Caco Grandino: O misticismo e o rock andam sempre em paralelo, né?

Dani Weksler: Eu acho muito mais provável que alguém não pagou a luz e é problema de administração do bairro. (risos)

TMDQA!: Galera, brincadeiras à parte, bora falar do que interessa que é Tour Cedo ou Tarde. Quando eu estava vindo pra cá, eu estava pensando, “por onde que eu começo?”. A gente tá na expectativa do início dessa turnê, e recentemente vocês anunciaram o último show no Allianz Parque em dezembro.

Eu queria começar falando sobre o primeiro show que vai rolar no MITA no RJ e vocês já tão anunciando o último… Como tá essa organização de vocês? Vai ter diferença entre os shows? Que que a gente pode esperar da turnê do NX, considerando que o primeiro vai ser em um festival e o último vai ser em um estádio? 

Di: A gente vai desenrolar muita coisa ainda, mas já estamos bem organizados nesse sentido. O MITA vai ser uma vitrine pro que vai vir dos outros shows. A gente tá preparando algo que a gente nunca fez mesmo em relação a palco, coisas que a gente sempre quis fazer.

A gente nunca programou um show dessa forma, uma turnê desse jeito. Quando a gente fez a pausa, a gente viu o quanto a galera curte o NX, e a gente viu de fora isso. A gente quer entregar uma parada muito no nível de amor que a galera tem pelo NX. Cada show vai ter uma coisinha diferente do outro, porque a gente sabe que muita gente vai em mais de um show também.

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TMDQA!: A gente vai ter convidados na turnê? Vocês podem falar sobre?

Di: É uma boa pergunta! A gente tava falando esses dias sobre um álbum que a gente tem, que é o Projeto Paralelo, que tem sei lá… 30 pessoas convidadas. Não é algo que é prioridade, mas como vão ter shows especiais e a gente sempre quer fazer coisas novas…

A gente tava falando sobre colocar artistas para abrir os shows. Tem muita música que a gente fez com feat e a gente nunca tocou ao vivo.

Gee: Eu acho que a gente não pensou nisso muito, mas começando a turnê, nas cidades que a gente passar, vai acabar rolando.

Fi: A primeira coisa que a gente pensou foi só juntar nós 5 e fazer um show. Depois a gente foi desenrolando, vão aparecendo outras coisas, igual a questão das músicas…

Di: Ontem mesmo a gente mudou 2 vezes o setlist do MITA, por exemplo.

Gee: Isso porque a gente falou que já tava pronto! (risos)

TMDQA!: Falando sobre MITA, a gente vai ter a oportunidade de acompanhar alguns grandes nomes da música de perto, vai vir uma galera bem legal. Tem alguém que vocês vão assistir?

Dani: Eu tava comprando agora o vinil da Haim e uma camiseta que tá escrito “Eu sou a quarta irmã” em inglês. Sou muito fã delas e The Mars Volta eu sou enlouquecido.

TMDQA!: Adorei a camiseta das Haim! E a gente tá nessa expectativa do show do The Mars Volta por aqui também…

Dani: Lana Del Rey, BadBadNotGood, o line-up tá maravilhoso…

Caco: E o nacional também, né? Tem Jorge Ben Jor no Rio, Planet Hemp, Far From Alaska

TMDQA!: E vocês vão ter tempo pra curtir também, né?

Di: Mas é lógico! A gente tava falando disso ontem, no nosso primeiro show do Rio que vai ser dia 28 de maio, vamos chegar um dia antes mas já combinamos que a gente não pode queimar a largada, porque no dia seguinte o show é nosso.

Dani: A gente vai assinar um contrato de compromisso.

Gee: Melhor nem tomar uma antes do nosso show né? (risos) Eu to bem empolgado com o MITA. É um baita festival, eu já toquei no primeiro com a Day Limns.

TMDQA!: Que legal, estaremos por lá fazendo a cobertura! Dando sequência ao nosso papo, a turnê Cedo ou Tarde é uma grande celebração, na qual eu acredito que vocês vão estar celebrando todas as fases do NX, mas que já tem data de início e encerramento. Quem não assistir agora, não assiste mais? É isso mesmo?

Di: Cara, a gente tem um combinado que é fazer essa tour e fazer o último show no dia 16 de dezembro. Mas, como a gente disse no começo da entrevista, pode acontecer muita coisa nesse meio tempo. A gente pode inventar algo, alguma história… realmente o que a gente pensou desde o começo, cerca de um ano atrás, é que tenha começo, meio e fim.

O que eu acho que o NX tem que fazer que nunca fez é tocar fora do Brasil. A gente já tocou, mas só no Japão.

Dani: “Só” no Japão…

Di: E a gente tá pensando em fazer algo assim. Tem muita gente que ouvia a gente e cresceu e tá morando fora. A gente vê que dá pra fazer essa tour e acho que a gente ia se divertir muito. Já pensou? Nós 5 viajando e fazendo um rolezão?

TMDQA!: Dá pra ver que vocês tão bem animados com essa reunião, né? Vocês tão contentes com o que tá rolando…

Dani: Te falar que o primeiro ensaio dessa semana a gente não tava muito feliz, mas ontem a gente já gostou bastante e se empolgou.

TMDQA!: Acho que deve ser a expectativa de tá chegando na hora do show. Acho que o show é a parte mais legal de tudo isso… Falando pessoalmente, eu cresci em Santos, e eu já fui em um Rock Show Santos, Rock Fest Santos, não me lembro, que teve NX Zero e Projota, faz muito tempo isso…

Gee: É Rock Show Santos! Faz muito tempo…

Caco: A gente já tocou muito lá em Santos!

Di: A gente já mergulhou ali depois de um show..

TMDQA!: Imagina, isso faz uns 10 anos pelo menos. Acho que tem muita gente na expectativa desse reencontro, que além da nostalgia e de ter marcado a vida de muita gente tem uma importância além da música. Vocês entendem o quanto significa o reencontro de vocês pra alguns fãs? Vocês têm noção disso? É o encontro de vocês 5 como amigos e banda, mas é um encontro com uma galera gigante pelo Brasil todo também… Já pararam pra pensar nisso?

Caco: É engraçado que pra gente ter essa visão, a gente precisou se distanciar. A gente sempre enxerga de “dentro pra fora”. Quando a gente parou, ficou distante e foi viver a vida e os projetos que a gente começou a olhar de fora. A gente começou a ouvir as pessoas falando, as mensagens dos fãs, e a gente conseguiu olhar de uma forma um pouco maior.

Acho que foi o Dani que falou ontem, o “NX está acima de nós individualmente”, do que representa pras pessoas, até mesmo pra gente. E os feedbacks que a gente recebe, de gente falando o quanto a música ajudou em momentos importantes, como “Cedo ou Tarde” e outras músicas marcantes.

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TMDQA!: A música tem esse poder né…

Di: Eu lembrei de uma parada que rolou, que um dia eu estava super cansado. Eu não tava afim de falar com as pessoas, eu não tava legal. A gente fez um show e tinha um cara que tava desde o começo do show me chamando e dizendo, “Eu preciso falar com você, eu quero falar com você”.

Eu gosto de falar, a gente sempre fala. O NX tem essa relação, as pessoas conhecem a gente. Mas nesse dia eu não tava legal e não tava muito afim de conversar. Mas a gente parou, eu chamei ele e ele disse, “Obrigado, você salvou a minha vida”. Eu fiquei em choque, porque eu quase não falei com o cara, e ele só queria dizer um “obrigado”.

Dani: E numa dessas a gente consegue também elevar o nosso dia.

Di: E o cara só queria falar isso. Agradecer pelas músicas do NX. E acabou que eu disse, “Obrigado você”, porque isso a gente não tem noção. A gente precisa saber dessa responsa, assumir isso e fazer o que a gente fala também, né?

Por isso que eu acho que essa tour vai ser histórica. E não é de se achar, é porque o NX é maior que a gente, o NX é uma entidade maior que a gente.

TMDQA!: Que demais, é muito importante isso mesmo. Também é muito legal ver essa volta de vocês nesse momento que já faz algum tempo que a gente tá falando e toda hora comenta de “Revival do Emo”. Eu tenho uma opinião de que todo mundo bebe da mesma fonte que é o Rock, mas qual a opinião de vocês sobre isso e como vocês enxergam esse movimento hoje em comparação com alguns anos atrás?

Dani: Eu concordo com você, é isso! Tem gente que antigamente falava mal e hoje quer ser porque tá na moda.

Gee: Eu penso assim: antigamente, pelo menos uns 10, 15 anos atrás, existia uma cena muito forte em que as bandas tocavam pelo Brasil entre elas e isso impactava pra todo mundo poder trabalhar. Hoje em dia eu sinto isso diferente, principalmente nas nacionais, diminuiu o tamanho da cena. Falando de hoje em dia tem o Bullet Bane que eu acho muito interessante, que tem uma referência de Bring Me The Horizon, que na minha opinião é uma galera que tá na correria parecida com aquela época.

Di: Eu acho que o da hora do rock e dos subgêneros que foram surgindo e foram sendo criticados foi que a crítica virou sinônimo de dar certo. Quando falavam mal do emo, a gente sempre falou, “Um dia vai dar certo”.

TMDQA!: Acho que essa conversa é legal, pra gente não querer separar cada um numa gaveta ou categoria, porque a música é plural. É assim mesmo. E, pra finalizar, gostaria de saber uma indicação do que vocês tem escutado ultimamente. O que vocês indicam pra gente? De qualquer estilo musical…

Di Ferrero: Eu gosto muito de uma banda nacional chamada Casa das Máquinas, Pense e Bad Luv.

Caco Grandino: Eu recomendo a Mayra, que eu toco com ela também, e a Lou Garcia que eu tenho escutado.

Dani Weksler: Eu recomendo duas artistas nacionais e essenciais pro cenário atual: Badsista e Jup do Bairro.

Fi Ricardo: Nesse momento de reencontro, eu to ouvindo a galera de antigamente. Sugar Kane, Hateen, CPM 22, porque essa galera tem um lugar bem especial na nossa história. E estou ouvindo também Gilberto Gil acústico.

Gee Rocha: Artista nacional que eu gosto muito e trabalhei junto é a Day Limns. Uma mulher incrível que eu gosto muito e aposto muito no trabalho dela.

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