Mark, Tom e Travis no show do blink-182 no Coachella

O blink-182 está de volta.

Essa frase, em inglês, ficou bastante famosa quando a banda saiu de um hiato e retomou as atividades em 2009, fazendo o anúncio no Grammy daquele ano e gritando, para quem quisesse ouvir, que “blink-182 is back”. Tudo isso antes de entregar o prêmio de Melhor Disco de Rock ao Coldplay por Viva La Vida Or Death And All His Friends.

À época, isso aconteceu após o trágico acidente de avião que matou quatro das seis pessoas a bordo e só poupou as vidas de Travis Barker e seu então parceiro musical, DJ AM.

De lá pra cá, o guitarrista Tom DeLonge saiu da banda e agora, após o baixista Mark Hoppus passar pelo tratamento contra um câncer delicado, ele retornou para dar um novo capítulo à carreira do trio de Pop Punk. E tudo começou hoje, no Coachella.

Continua após o vídeo

Como foi o show do blink-182 no Coachella

Eu sei, querido leitor, que o texto é uma resenha (mesmo que à distância) do que foi o show da reunião da formação clássica do blink-182, mas esse contexto inicial era extremamente necessário.

Primeiro, para dizer que as idas e vindas têm feito parte da vida do blink-182, segundo para dizer que pouca coisa mudou na dinâmica entre Mark, Tom e Travis.

Essa, aliás, pode ser ouvida em detalhes no disco ao vivo The Mark, Tom and Travis Show, lançado no longínquo ano de 2000 e que se tornou um verdadeiro favorito dos fãs da banda.

No disco, que carrega uma série de hits lançados pelo trio até então e surfava no sucesso de Enema of the State (1999), há inúmeras piadas de “quinta série”, que vão desde tiradas sobre a mãe do coleguinha até Mark terminando uma canção dizendo que “Tom faz sexo com homens”.

Avance 23 anos no tempo e praticamente nada mudou. A mesma piada de “sexo com homens” foi repetida por Tom, que inclusive logo no começo do show disse que a banda deveria ter sido cancelada por vários motivos ao longo da carreira antes de mandar um “foda-se o cancelamento!”

Em outro momento, Mark Hoppus (51) disse que estava hidratado ali no meio do deserto porque a vagina da mãe de Tom (47) estava molhada, e logo na abertura do show, ele celebrou o público do Coachella dizendo que a concentração de infecções do trato urinário seria enorme naquele final de semana de festival.

Mas vamos falar de música.

Setlist, clássicos e favoritas dos fãs

Musicalmente não há do que reclamar do show do blink-182: teve para todos os gostos.

Os discos Enema of the State (1999) e Take Off Your Pants and Jacket (2001) foram priorizados com seis e cinco faixas cada um, respectivamente, e não faltaram hits como “The Rock Show”, “What’s My Age Again?”, “Aliens Exist” e “First Date”.

blink-182, o excelente e homônimo disco de 2003 foi celebrado com “Down”, “Feeling This” e uma performance exuberante de “I Miss You” que deixou todos nós brasileiros com saudades do que nunca vivemos em tantos anos de carreira da banda.

Uma ótima surpresa foi “Man Overboard”, faixa de estúdio lançada no disco ao vivo já citado e que poderia facilmente estar em qualquer um dos discos mais poderosos do blink-182.

Já mais ao final, o mega hit “All The Small Things” abriu a contagem regressiva para um show que terminou com “Dammit”, única faixa do disco Dude Ranch (1995), que contou com um (também já manjado nos shows do trio) trecho de “No Scrubs”, da icônica girl band TLC.

De novidade real, tivemos a ótima estreia ao vivo de “Edging”, canção que parece ter feito o elo perfeito entre o período que antecede a saída de Tom DeLonge da banda e seu retorno, deixando para trás o espaço de sete anos (!) em que Matt Skiba (Alkaline Trio) assumiu as guitarras e os vocais.

Os dois discos lançados nesse meio tempo, inclusive, não tiveram nenhuma música executada no show, e só saberemos se canções de California (2016) e Nine (2019) irão aparecer nas apresentações do blink-182 à medida que a banda fizer shows solo com durações maiores.

Ao final das contas, o blink-182 entregou um set diverso e musicalmente deixou seus fãs extremamente satisfeitos com o que viram na transmissão que rolou para o mundo inteiro.

No meio disso, claro, vieram piadas sobre o Dalai Lama, maconheiros à frente do palco, brincadeiras com o roadie e mais.

Guitarra, baixo, bateria e alguns efeitos deram a tônica do que é o Punk Rock e o Pop Punk apresentados ao vivo pelo blink-182 desde seu início de carreira em San Diego, cidade que fica a 2 horas e 30 minutos de carro de Indio, onde o Coachella acontece.

Ao invés de realizar seu show de reunião em terras latinas, o blink-182 começou a turnê mundial no quintal de casa e pra lá de feliz com o que estava vivendo. Tanto que Mark Hoppus chegou a entregar o microfone para o baterista Travis Barker dizer “Olá, Coachella”, algo tão raro que o baixista fez questão de ressaltar, afirmando:

Isso não aconteceu nem no festival de Reading para os britânicos. É exclusivo para o Sul da Califórnia!

Em casa, felizes e reunidos: o blink-182 está de volta como se nenhum acidente de avião ou problema de saúde tivesse afetado seriamente seus integrantes esse tempo todo. Que venha o novo disco!

E ah, em tempo, Travis Barker estava em plena forma, recuperado de cirurgia e sem qualquer tipo de proteção aparente no dedo que justificou o cancelamento de toda turnê pela América Latina em Março.

  1. Family Reunion
  2. Anthem Part Two
  3. The Rock Show
  4. Man Overboard
  5. Feeling This
  6. Reckless Abandon
  7. Dysentery Gary
  8. What’s My Age Again?
  9. EDGING (Estreia ao vivo)
  10. Dumpweed
  11. Aliens Exist (Primeira vez com Tom desde 2001)
  12. First Date (com introdução de “Blitzkrieg Bop”, do Ramones)
  13. Don’t Leave Me
  14. Down
  15. Happy Holidays, You Bastard
  16. I Miss You
  17. All the Small Things
  18. Dammit (com trecho de “No Scrubs” do TLC)

Onde assistir

Até o horário dessa publicação (00:30 de Sábado, 15/04), o vídeo do YouTube com o Palco Sahara ainda tinha todos os shows do dia disponíveis, então basta apertar play e “voltar no tempo”.

Isso deve sumir logo, então aproveite!

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