BIPOC Emo Night
Equipe da BIPOC Emo Night (Crédito: reprodução Instagram)

A cena alternativa nem sempre é vista como um espaço de inclusão e, para as pessoas não-brancas, pode ser ainda mais difícil se sentir confortável nesse ambiente. É aí que entra a BIPOC Emo Night, resultado de um coletivo liderado por mulheres que está criando espaços alternativos seguros para “pessoas de cor”, como são chamadas as minorias raciais nos Estados Unidos.

Ao frequentar rolês do rock, Luna Becerra-Lewis encontrou pessoas orgulhosamente exibindo seus bonés escritos “Make America Great Again” – o slogan de Donald Trump e de grupos conservadores. Esse foi o pontapé inicial para se mexer e criar um espaço onde identidades minoritárias ou historicamente excluídas possam se sentir seguras.

Logo a iniciativa se tornou um coletivo que planeja eventos e encontros em várias cidades americanas. À Alternative Press, Luna citou bandas como Fever 333 e Bad Brains como exemplos do espírito que querem incorporar:

Essa música [Emo] é política e eu acho que existem muitas pessoas que cresceram nessa cena, mas ignoram as letras e a história da música que escutam.

Desde o final de 2021, os encontros em Nova Iorque começaram a chamar atenção, necessitando ampliar a equipe para planejar os eventos.

“Nada é mais Punk do que ser negro, indígena, queer, viver com uma deficiência ou qualquer identidade marginalizada”

Chantal A, membro do coletivo, também disse à Alternative Press:

Construímos a BIPOC Emo Night para encontrar uma comunidade com pessoas marginalizadas que compartilham um interesse comum em música alternativa, sem precisarem lidar com qualquer ‘ismo’, micro ou macro agressões ou o desconforto de estarem em um espaço que não foi criado com elas em mente. Até hoje, ainda sou uma das poucas pessoas negras em um espaço alternativo, e pode ser difícil aproveitar a música com as pessoas te encarando, questionando sua autenticidade e lugar naquele espaço.

E ela completa, sem meias palavras:

Nada é mais punk ou alternativo do que ser negro, indígena, queer, viver com uma deficiência ou qualquer identidade marginalizada, sem desculpas ou ambiguidades, mas ainda temos de lutar pelo nosso direito de apenas existir na comunidade alternativa.

Aos poucos, projetos como esse têm feito com que isso mude. Os eventos podem ser uma festa em uma casa, uma invasão de bar ou um show intimista, mas sempre com uma seleção cuidadosa de artistas locais e de estilos alternativos.

As músicas da BIPOC Emo Night

A organização da BIPOC Emo Night em Nova Iorque também falou que faz questão de adicionar à playlist dos eventos artistas alternativos negros e marrons que muitas vezes não aparecem nos eventos Emo típicos.

Nomes como Rico Nasty e Doechii passam a aparecer, dividindo espaço com outros mais famosos como Taking Back Sunday e My Chemical Romance e provando que há lugar para todo mundo. Para eles, o modo como esses artistas misturam gêneros como rap e punk deve ser celebrado em espaços alternativos.

A BIPOC Emo Night também está planejando encontros em shows de rock em diversas cidades dos Estados Unidos. Importante demais tornar essa cena mais aberta, diversa e respeitosa!

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