A gente te contou aqui que o Paramore deu uma longa entrevista para a Billboard e, durante o papo, a banda também falou sobre os preconceitos na música, em especial dentro do próprio Punk.
Ao falar sobre nostalgia, ela ressaltou que, apesar da busca constante por “dias melhores”, nem sempre esses dias do passado eram realmente tão bons assim. A própria cena da qual o Paramore saiu, na visão de Hayley, não era um lugar seguro “se você fosse diferente, se você fosse uma mulher jovem, se você fosse uma pessoa não-branca [ou] se você fosse queer“.
Nesse sentido, a vocalista Hayley Williams lembrou de uma frase que o vocalista Fat Mike, do NOFX, teria dito sobre ela e criticou a lenda do Punk, reforçando justamente que sua atitude não teve nada a ver com a essência do estilo:
Não queremos ser uma banda nostálgica. Mas acho que o que senti foi um misto de vingança e também muita raiva. Fiquei realmente surpresa por ter tanta raiva crescendo em mim, porque pensei: ‘Espere um minuto. Eles estão nos tratando como um prêmio agora’, mas tipo, Fat Mike [do NOFX] costumava dizer às pessoas que eu era boa em beijo grego [prática sexual que envolve o contato da língua com o ânus] no palco quando tinha 19 anos. Eu não acho que isso seja Punk. Não acho que essa seja a essência do Punk. E sinto fortemente que, sem mulheres jovens, pessoas não-brancas e também a comunidade queer, acho que ainda estaríamos onde estávamos antes.
Certíssima!
Hayley Williams discursou sobre discriminação em show do Paramore
Vale lembrar que, no final de Outubro, o Paramore fez uma apresentação histórica no festival When We Were Young, nos Estados Unidos, e Hayley discursou de forma incrível sobre a história do Punk.
Na ocasião, a cantora lembrou que o Emo surgiu exatamente para incluir mais segurança e diversidade no gênero que, antes, era regido por condutas machistas e sexistas.
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