Lagum e Anavitória
Crédito Breno Galtier

Depois que Lagum e Anavitória provocaram seus fãs em setembro ao tocar uma música inédita em parceria no Festival Planeta Brasil, o lançamento oficial chegou.

E para melhorar a novidade, os artistas não liberaram apenas um novo single, mas sim dois: “universo de coisas que eu desconheço” e “Caixa Postal”.

Como o vocalista Pedro Calais explicou em entrevista ao TMDQA!, as músicas chegam com sonoridades diferentes em que Ana Caetano e Vitória Falcão acabaram explorando mais o rock em “universo”, com “a Ana gritando pela primeira vez numa música” e Lagum se aventurando por um som um pouco mais “chique” em “Caixa Postal”, utilizando metais e elementos mais refinados.

As faixas chegaram acompanhadas por dois clipes que se contrapõem e se complementam. Isso porque eles fazem parte de um todo que revela a história de um casal interpretado por Pedro e Ana, mas mostra dois momentos de um relacionamento.

Como a Ana descreve, “universo” retrata “a fase um do relacionamento que é muito empolgante”, já em “Caixa Postal” o ar monótono toma conta da produção já que as cenas retratam um casal percebendo “que as coisas acabaram” e se tornaram um nada.

Você pode conferir abaixo o nosso papo completo com os integrantes da Lagum e com a Anavitória e também os clipes dos dois novos singles.

Ouça as duas músicas na playlist TMDQA! Charts, no Spotify.

TMDQA! entrevista Lagum e Anavitória

TMDQA!: Em Setembro, no Festival Planeta Brasil vocês cantaram de surpresa “universo de coisas que eu desconheço” e os fãs ficaram ansiosos para saber mais detalhes dessa parceria. Queria que vocês me contassem como surgiu a ideia de fazer tanto esse single como “Caixa Postal”.

Zani: “Caixa Postal” começou na pandemia quando eu estava num processo de tentar criar coisas todos os dias e uma delas foi “Caixa Postal”, uma produção feita em casa mesmo, que eu mostrei para o Pedro e ele curtiu muito e começou a escrever. É uma música bem antiga, tem uns dois anos e alguma coisa e depois dele ter escrito ele mostrou pra Ana em um dos seus encontros, acho que já foi na série que eles estavam gravando pro Disney+, e aí ela curtiu muito, eles cantaram a melodia juntos e depois ela mandou isso pra gente e a gente trabalhou isso em BH juntos. A gente desenvolveu no estúdio e mostramos para elas.

Ana: Depois que a gente entendeu que “Caixa Postal” ia ser uma parceria, o Pedro me mandou, eu mostrei pra Vitória, ela gostou e todo mundo entrou numa de “tá bom, então acho que isso vai virar alguma coisa”. A gente chegou numa ideia, e eu não lembro como isso aconteceu, mas a gente decidiu que seriam duas músicas ao invés de uma, com cada artista lançando uma música. Era vontade de trabalhar junto o tempo inteiro. E aí ficamos procurando essa música, mandei uma ideia de melodia para os meninos e eles começaram a compor em casa, mas não foi pra frente e aí eu combinei com o Pedro dele vir aqui pra minha casa pra gente enfim compor essa música que ia ser a duplinha com essa outra música, com “Caixa Postal”. Colocamos esse compromisso na cabeça, Pedro veio aqui pra casa e a gente passou uma noite tentando compor e aí o começo foi desastroso, horrível, eu estava morrendo de vergonha do Pedro, porque eu morro de vergonha de criar na frente de qualquer pessoa, e o Pedro já acelerado, ligando o computador, levantou e já pegou a guitarra e fez um negócio e eu: “meu deus do céu, como que eu vou colaborar nisso aqui”.

Aí depois da gente ter tido várias ideias muito ruins, eu tomei coragem e falei “tá bom Pedro, tem uma coisinha aqui, que eu escrevi, que eu quero te mostrar, mas se gostar gostou se não gostar também não tem problema, a gente parte pra outra”. E aí eu mostrei o que foi o comecinho da música, que diz “você me explica sua teoria de que a gente repete vidas e vidas aqui no mundo, e eu acredito em tudo”, e isso eu escrevi alguns meses antes por causa de uma longa conversa que eu tinha tido com o Pedro que a gente se contou muitas e muitas coisas assim, segredo, e as mentiras que a gente conta para as pessoas sobre nós mesmos e enfim, coisas muito densas e feias e bonitas e verdadeiras, e aí ele me contou essa teoria que ele tem na cabeça dele que eu não vou conseguir nunca explicar como ele explica, mas é uma coisa de: “a gente tá aqui na terra, e a gente tem várias escolhas, quando a gente morre a gente pode voltar e tomar rumos diferentes, mas não como uma reencarnação e em outro corpo, não, você volta nesse mesmo corpo e fica se repetindo que nem um ratinho na ratoeira e experimentando coisas novas”, e aí eu escrevi o comecinho dessa música por causa disso, por causa dessa teoria maluca que ele me contou e que eu acreditei.

Aí ele gostou e a gente continuou a escrever a partir disso, e foi muito rápido, o Pedro logo completou com outro verso e a gente chegou no refrão. E o Pedro estava falando aqui agora pouco que a gente deu uma linguagem romântica pra música, o clipe conta a história de um casal, mas na real é que essa música é muito sobre a nossa amizade, a relação que a gente construiu no fim do ano passado, quando a gente se aproximou, de cumplicidade, de troca, de confiança. Cada pessoa vai interpretar do jeito que quiser e com sua própria vivência, mas a nossa é essa, nasceu desse lugar.

TMDQA!: E eu acho que era uma parceria que o público de vocês dois já aguardavam né, porque vocês começaram a se destacar na indústria mais ou menos na mesma época e apesar da sonoridade não ser a mesma, as letras de vocês normalmente abordam situações românticas e questões da vida. E o público não estava sabendo que seriam dois lançamentos né?

Ana: Com certeza. E eu acho que isso vai ser o mais legal, porque eles estão esperando um lançamento mas não sabem que vão ser dois.

TMDQA!: No Instagram não oficial do Lagum, que vocês criaram durante o isolamento que vocês estão fazendo, vocês compartilharam uma foto com a legenda, onze, e agora a gente já sabe que a música vai ser lançada no dia 11 deste mês, às 11h11. Tem algum significado especial por trás disso?

Pedro: A Vitória teve um sonho com o número onze. Ela sonhou com o número onze e falou “gente, já sei! Vai sair dia onze do onze, às onze e onze”. Tudo por causa do sonho da Vitória. Como é que foi Vitória?

Vitória: Você quer me f*der né? [risos]. Conta você Ana, quando eu te contei, que você vai lembrar mais.

Ana: Eu não lembro direito também. Tinha o lance do cavalo também, mas era o número da loteria. Enfim, era tudo ao mesmo tempo do que a gente estava gravando. E aí a Vitória, que gosta de achar significado pras coisas, pensou: “eu não estou sonhando com o número onze à toa”. E aí trouxe pra gente. Aí virou isso. Essa palhaçadinha.

TMDQA!: Eu fui pesquisar também sobre o significado de onze onze.

Ana: Conta pra gente!

TMDQA!: Diz, mais ou menos, que esses números iguais mostram que os caminhos estão alinhados, que você está alinhado com o seu propósito, enfim, que vocês estão seguindo por um bom caminho. Talvez seja isso também para vocês dois. Que assim seja, né?

Ana e Pedro: Amém.

TMDQA!: Pelas descrições dos clipes o Pedro e a Ana vão protagonizar um casal, e o mais interessante é que vocês já atuaram juntos na série “Tá Tudo Certo”
do Disney+, que ainda vai ser lançada. Queria saber como foi repetir essa parceria e saber um pouco da sintonia de vocês em cena.

Pedro: Cara, foi engraçado porque atuando na série a gente estava se conhecendo, né? E a gente não tinha tanta intimidade e agora quando a gente foi fazer o clipe, tipo, com muito mais intimidade já, brother pra caramba. Foi uma experiência diferente e também por ser uma coisa nossa, assim, o clipe a gente faz do jeito que a gente quiser, dá o tom que a gente quiser. E tem uma linguagem mais madura, né? Porque enquanto a série é uma série teen, é pra um público mais jovem, e a gente conseguiu trazer a linguagem desses clipes com um tom mais cult, mais denso, mais mubi, mais o quê? Quais são os adjetivos que eu consigo dar?

Ana: Mais adulto!

Pedro: Mais adulto. E foi muito legal cara, foi muito da hora, a gente se divertiu gravando. Tem muita brecha pra improvisar, né? Tipo, o clipe foi todo gravado em um lugar que a gente tinha muitos acessos, então tipo: “ah queremos pular na piscina”, podia pular na piscina, “ah queremos fazer isso”. Ideias iam surgindo durante a gravação e por a gente ter essa intimidade, a gente conseguia se propor essas coisas e se divertir ao longo da gravação.

TMDQA!: Eu li que nos clipes vocês vão retratar dois momentos desse casal. E eles foram gravados em um apartamento em São Paulo. Me conta um pouco mais sobre a trama dessas histórias e como vocês vão apresentar isso para o público.

Ana: É, o clipe de “universo de coisas que eu desconheço” é a fase um do relacionamento, né? É quando você está muito dentro e sabe quando você quer se juntar e você quer saber tudo daquela pessoa, você quer contar tudo da sua vida e é muito empolgante, é a fase do entusiasmo assim, né? Que é muito gostosa. E o primeiro clipe é isso, são vários momentos desse primeiro momento.

E “Caixa Postal” é um grande tédio. É aquele dia que você se dá conta de que as coisas acabaram, mas já está num lugar onde nem triste é mais, sabe? É só nada. E é um clipe mais monótono, mais lento, pra dar esse contraponto junto com “universo”. E é isso, fase de início e fase final.

TMDQA!: Em outubro vocês da Lagum anunciaram que iam ficar isolados e trabalhando num projeto super especial, definido como um dos mais importantes da trajetória de vocês. Queria saber se vocês já podem adiantar alguma coisa sobre ele. Vocês ainda estão isolados?

Pedro: A gente ainda continua. A gente deu uma pausa na nossa agenda de show que estava vindo bem intensa e a gente veio pra uma área com bastante natureza e com ferramentas pra que a gente possa trabalhar, mas a gente ainda não vai falar sobre o que é, nem como, nem quando, mas a gente está muito realizado com tudo que a gente está construindo aqui. Tanto no âmbito profissional quanto na nossa convivência. E, não tão breve a gente vai falar sobre, vai demorar um pouquinho ainda mas ainda continuamos aqui trabalhando nisso.

TMDQA!: Talvez vocês não tenham uma resposta, mas eu queria saber se a sonoridade dessas músicas com a Ana e a Vitória, é um spoiler do que o público pode esperar desse novo projeto?

Pedro: Cara, acho que não. Tem muito disso, né? Mas, as músicas com a Ana e com a Vitória elas são muito aventuras assim. Eu acho que tanto as meninas como a gente, a gente nunca tinha feito músicas parecidas. Falando de “universo”, ao meu ver ela é um rock que tem a Ana gritando pela primeira vez numa música e eu vejo a gente entregando isso junto com elas como uma coisa diferente da carreira delas e pra gente é um pouco mais próximo.

E a “Caixa Postal” eu já vejo pelo contrário, ela tem uma finesse, tem uma chiqueza, tem uma taça de martíni que a gente ainda não tinha usado, sabe? E acho que elas já tinham usado, coisas com metais, coisas super chiques mesmo assim de ouvir de terno, sabe? E foi uma troca muito legal, tipo, elas ficaram com o roquinho e a gente ficou com a chique. Foi muito legal.

TMDQA!: Que massa! Isso pode acabar influenciando no futuro em novos experimentos, né?

Pedro: Com certeza.

TMDQA!: Vocês pensam em fazer shows conjuntos, ou mais participações nos festivais?

Pedro: Com certeza, né? Se tiver espaço, a gente entra.

Vitória: A gente quer ser melhor amigo pra sempre, Lara.

TMDQA!: Maravilha saber disso! Obrigada pelo papo pessoal. Sucesso com os lançamentos.

Lagum, Ana e Vitória: Obrigada!

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