Mestre Môa do Katendê - Capa Álbum Raiz Afro Mãe
Imagem: Divulgação / Arte do Álbum "Raiz Afro Mãe"

Romualdo Rosário da Costa (1954-2018), também conhecido como Mestre Môa do Katendê, foi mestre de capoeira, agitador cultural, compositor e percussionista, co-fundador dos Afoxés Badauê, na Bahia, e Amigos do Katendê, em São Paulo.

Nome indispensável na história da preservação e disseminação da cultura afro-brasileira, Mestre Môa terá sua trajetória contada (e cantada!) em dois projetos imperdíveis: o disco Raiz Afro Mãe e o filme Môa, Raiz Afro Mãe.

O primeiro, produzido pela Mandril Áudio, chega às plataformas digitais no próximo dia 07 de Outubro. Três singles já foram lançados: “Festa de Magia”, com Luedji Luna; “Embaixada Africana”, com Criolo; e “Véia Coló”, que conta com a participação de Edgar e BNegão.

Já o filme, um documentário musical produzido pela Kana Filmes, terá sessão de lançamento para convidados no dia 18 de Outubro, às 20h30, no cinema Petra Belas Artes, sala 3, em São Paulo.

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Mestre Môa do Katendê

Mestre Môa do Katendê fez história em Salvador levando 8 mil pessoas para as ruas com o afoxé Badauê, promovendo a reafricanização do carnaval baiano e influenciando uma geração de artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Moraes Moreira e outros grandes da MPB. Antes de sua morte, deu início a um registro de seu trabalho, que agora segue em forma de homenagem.

O projeto original foi interrompido — poucos meses depois de ser iniciado — quando, em 08 de Outubro de 2018, Môa foi assassinado brutalmente um dia após o primeiro turno das eleições presidenciais por intolerância política. Tudo aconteceu no bairro em que cresceu em Salvador.

O nome do mestre ganhou destaque na imprensa internacional e em manifestações nas ruas de todo o Brasil, difundindo sua imagem como um símbolo de resistência cultural. Mas Môa era muito mais do que isso: educador visionário, dedicou sua vida ao sonho de levar a cultura de raiz africana para o mundo, semeando a igualdade social.

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Raiz Afro Mãe — o disco

O álbum Raiz Afro Mãe é composto de 14 canções e chega ao mundo 4 anos após o assassinato de Môa, trazendo releituras de sua obra com a participação de uma extensa lista de artistas. Além dos citados anteriormente, teremos ainda BaianaSystem, Emicida, Chico César, Fabiana Cozza, GOG, Jasse Mahi (filha de Môa), Kimani, Lazzo Matumbi, Márcia Short, Mateus Aleluia Filho, Rincon Sapiência e o saudoso Letieres Leite (1959 – 2021).

Esse disco tem suas raízes em 2017, quando o destino trouxe Môa até a Mandril Áudio. O mestre tinha uma ideia grandiosa, que a produtora abraçou com todas as forças. O projeto consistia em promover um encontro entre artistas de renome da música popular brasileira e uma nova geração de músicos em torno de sua obra.

Depois do triste ocorrido, a Mandril assumiu o compromisso de “honrar o sonho de Môa e trazer a esse mundo as composições de um gênio e mestre que viveu nos mesmos tempos que nós“:

Não medimos esforços para compor este trabalho. Mobilizamos parceiros e familiares em Salvador (terra de Môa) e em São Paulo (sede das produtoras) e convidamos músicos, instrumentistas, artistas e pessoas importantes na vida de Mestre para colaborar com este projeto, que corrobora com a manutenção da memória cultural do Brasil por meio da educação e da música afro-brasileira. É a força de Môa irradiando e atraindo tantas pessoas potentes a somar com este feito!

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Môa, Raiz Afro Mãe — o filme

Rodado em Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro, o documentário Môa, Raiz Afro Mãe acompanha a história de Mestre Môa da década de 1970 até sua morte, entrelaçada com as manifestações culturais do carnaval baiano (o surgimento dos blocos afro e afoxés), seu trabalho como arte-educador e capoeirista, e seu legado na cultura afro-brasileira e mundial.

Ao todo, foram mais de 300 pessoas envolvidas no projeto, entre equipe, participações e contribuições. A produção traz depoimentos do próprio mestre e de familiares, amigos e parceiros do artista, como Gilberto Gil, Alberto Pitta, Lazzo Matumbi, Vovô Do Ilê, Negrizu, Mestre Plínio e Emília Biancardi, entre muitos outros. Conta ainda com um rico acervo de imagens, com fotos de Pierre Verger, Arlete Soares, Lucia Correia Lima e Acervo Afro Zumvi, formado somente por fotógrafos negros de Salvador. Na trilha sonora, músicas inéditas do disco Raiz Afro Mãe.

Ambos os trabalhos, filme e disco, são, além de um documento histórico, uma verdadeira celebração à cultura afro-brasileira a partir dos caminhos abertos por Môa. “Tá na hora de vocês fazerem a parte de vocês, certo?” (Môa do Katendê).

Môa vive!

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