The Offspring no Rock In Rio 2022

O primeiro final de semana do Rock in Rio já veio e foi embora muito rapidamente. Mas a segunda semana do festival está chegando e, logo na quinta-feira (8), o Palco Mundo receberá o aguardadíssimo show do Offspring.

A banda norte-americana vem ao país com a turnê de seu disco mais recente, Let the Bad Times Roll, que não deixa de incluir no repertório alguns dos maiores sucessos como “Pretty Fly (For a White Guy)”, “The Kids Aren’t Alright” e “Come Out and Play”, que certamente irão animar o público como poucos outros momentos do evento.

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Aliás, quem esteve em algumas das edições passadas sabe bem a força que o Offspring tem ao vivo. Em 2013, a banda se apresentou no Palco Sunset e marcou a vida de diversas pessoas que estavam presentes no local, de uma forma que deixou claro que o lugar deles era, realmente, no Palco Mundo — e foi ali que eles tocaram em 2017, na última vinda para o festival.

Agora, prontos para tocar em uma edição ainda maior do Rock in Rio, Dexter HollandKevin “Noodles” Wasserman conversaram com o TMDQA! com muita simpatia e bom humor para falar sobre as expectativas para esta vinda ao país. Confira a seguir!

TMDQA! Entrevista Dexter Holland e Noodles (Offspring)

TMDQA!: Olá, Dexter e Noodles! É um prazer estar falando com vocês. Imagino que a ansiedade já esteja a mil para o show do Rock in Rio, mas queria saber se vocês já estão preparados… ouvi dizer que o Palco Mundo esse ano está maior do que nunca!

Dexter Holland: Uau, estou nervoso!

Noodles: Não é? Eu ia dizer a mesma coisa. Não sabia que seria maior ainda. Digo, do jeito que estava antes já era meio que coisa demais para processar. Sabe, sempre tem tanta energia nos shows do Brasil, especialmente em um grande festival como o Rock in Rio, e isso traz uma sensação de perigo, sabe? Mas ao mesmo tempo junta isso com uma empolgação…

Mas, olha, se vai ser maior ainda, eu não sei. Dex, acho que vamos precisar de mais caipirinhas!

Dexter: Mais caipirinha! Sim, sim, nós estamos em uma situação daquelas. Mas sério, sabe, eu sempre digo sobre como os festivais têm uma energia diferente porque eles são grandes. Mas às vezes isso faz com que seja difícil se conectar com a plateia, e este é um grande festival, mas no Brasil não é assim. Não no Rock in Rio, pelo menos. Quanto maior é, melhor é!

Noodles: Eu não sei por que, mas no Brasil parece que você consegue se conectar com um público maior e tudo ainda parece íntimo, mesmo que seja enorme. Sabe? Ao mesmo tempo, em outras partes do mundo, quanto maior o show, menos íntimo parece ser. Mas não é o caso no Brasil, ainda é assustadoramente íntimo.

Dexter: Eu acho que é porque eles estão ali, pertinho de você! Acho que é isso.

TMDQA!: Por sinal, vocês têm alguma memória preferida dessas passagens pelo Brasil? Já são algumas vindas pra cá, né!

Noodles: Ah cara, tantas ótimas viagens e cosias do tipo! Infelizmente, a gente não tem a oportunidade de sair pra ver muita coisa quando estamos na América do Sul, de viajar e tudo mais. Mas eu consegui surfar um pouco, nadar um pouco. Sabe, a gente foi para algumas partes bem bonitas do país. E aí inclusive lugares onde você não podia surfar ou nadar porque tem muitos tubarões! Tipo… Recife? Fortaleza?

Dexter: Sim, é isso mesmo!

Noodles: E acho que a questão principal é que, cada vez que vamos ao Brasil, as plateias são tão cheias de energia e tão entusiasmadas. Não há nenhum lugar melhor pra tocar no mundo.

TMDQA!: É muito legal saber disso! Eu vi alguns vídeos da turnê mais recente e parece que as pessoas têm respondido muito bem às músicas novas. Isso é muito legal!

Dexter: Sabe, essa é a melhor coisa. Digo, nós amamos tocar as músicas que todo mundo conhece, certo? E eu nunca pararia de fazer isso, nunca me envergonharia disso. Mas, claro, nós queremos criar novas músicas e nós queremos nos conectar com as pessoas por meio das coisas que estamos sentindo agora e tudo mais. Então, ser capaz de lançar um disco e perceber que as pessoas estão curtindo e cantando junto, como estamos vendo todas as noites, é simplesmente o melhor sentimento. É ótimo.

Noodles: Sim, e isso é o que você espera mesmo. Não há nada, nenhum sentimento melhor no mundo. É ótimo quando as pessoas estão ouvindo suas músicas quando você lança algo novo, é ótimo ver que as pessoas estão ouvindo. Mas aí, quando elas se conectam com o público ao vivo, essa é a melhor coisa do mundo.

TMDQA!: Falando rapidamente sobre esse novo disco, já fazia um tempo que vocês não lançavam algo novo. E, claro, tivemos a pandemia e tudo mais… o que fez vocês sentirem que era o momento certo pra isso?

Noodles: É, bom, a gente estava trabalhando no álbum desde antes da pandemia. Mas, pelo fato dele meio que ter começado a se juntar conforme a pandemia se iniciou, ela definitivamente teve uma influência nisso. Acho que também pelo fato de termos segurado o lançamento, porque nós esperávamos lançá-lo antes, sabe. Mas isso nos permitiu trabalhar um pouco mais, polir um pouco mais, e aí ter mais ideias para a capa e tudo mais. Acho que tudo isso definitivamente foi influenciado pela pandemia, com certeza.

Dexter: Sabe, de uma maneira esquisita… porque a pandemia obviamente foi muito danosa para o mundo e tudo mais, e ela nos impediu de poder sair por aí e fazer shows, que é o que gostamos de fazer, é o que faz com que a gente se sinta bem e nos deixa conectados com nosso público, mas de uma forma estranha, a pandemia nos deu tempo para fazer algo criativo de uma forma diferente, em casa. Eu acho que, pra nós, esse meio que foi o ponto positivo de tudo isso.

TMDQA!: Dexter, você falou sobre nunca parar de tocar as músicas antigas, os hits, e acho que isso é ótimo. Inclusive, dá pra ver que vocês ainda se divertem muito quando tocam essas músicas, e eu queria saber como vocês conseguem fazer isso depois de tanto tempo.

Dexter: É por conta da reação da plateia. Sabe, se estivéssemos ali tocando “Come Out and Play” pela 500ª vez, seria uma coisa meio, “Meu pai amado”. Mas o fato de que as pessoas ficam malucas é o que faz ser tão divertido. Essa é toda a graça de tocar ao vivo, não é, Noodles?

Noodles: Sim! Mas quer saber? Eu acho que temos que parabenizar as músicas também. Quero dizer que, tipo, elas sustentam bem! As músicas são divertidas. Eu amo ficar cantarolando junto e tocando junto. A maioria, pelo menos. [risos]

TMDQA!: Para além das expectativas do Brasil, o momento de vocês, voltando aos palcos pós-pandemia, deve estar sendo sensacional, né? Se conectar com todo mundo novamente…

Noodles: Sabe, você nunca tem ideia de quanto você ama algo até você perder aquilo. A gente ficou um ano e meio sem poder tocar ao vivo, e uma vez que pudemos voltar e tocar ao vivo de novo, nós ficamos tão gratos e tão felizes por sermos capazes de fazer isso de novo!

Acho que isso também se reflete no público, inclusive. O público está faminto por música ao vivo, então eles estão ainda mais cheios de energia e, sabe, mais gratos por ter uma banda ali tocando para eles. Há muita apreciação mútua nesse momento. E é um ótimo momento agora para se viver, eu acho que todo mundo está realmente grato e feliz por ter tudo isso de volta.

Dexter: Eu ia dizer isso. Na verdade, agora tem um significado maior do que nunca.

TMDQA!: E vocês recentemente passaram por um susto, né? Com a van de turnê que pegou fogo e tudo mais…

Noodles: Sim, felizmente eu e o Dexter não estávamos envolvidos nisso. Nenhum dos caras da banda estava, na verdade, foi só a nossa equipe, mas foi um momento realmente assustador. A nossa preocupação era apenas com o bem dos nossos companheiros, e o deles era o mesmo; acho que os caras que tiveram que viver isso, que foram uns quatro ou cinco caras da equipe que estavam no carro, eu acho que afetou todos eles de forma um pouco diferente. É como se agora eles soubessem o quão importante a vida realmente é, sabe?

Dexter: Sim, eles foram os que viveram isso, a gente só se preocupou muito com eles. Mas, sabe, isso mostra que a gente está por aqui fazendo as coisas pra viver e a gente esquece que, na verdade, essa merda é perigosa às vezes.

TMDQA!: Dexter, eu queria rapidamente falar de um vídeo sensacional que você fez durante a pandemia, meio que explicando toda a questão da COVID para justificar alguns cancelamentos de shows. Como um PhD em biologia molecular, você meio que sentiu que era seu dever fazer isso? [risos]

Dexter: [risos] Na verdade eu acho que nós só pensamos que seria meio divertido fazer isso. Sabe, tipo, a gente tinha que dar alguma mensagem sobre o cancelamento, então nós pensamos, “Bom, vamos tentar fazer isso com um certo humor”. E a ideia era que eu meio que fosse muito além na explicação científica, sabe, porque rola uma certa graça nisso.

Mas, na real, foi divertido usar as informações esotéricas às quais eu tenho acesso e ninguém sabe ou se importa e ficar, tipo, “Haha, então, na verdade, eu tenho uma ótima explicação pra vocês. Deixa eu entrar no máximo possível de detalhes”. [risos]

Noodles: Sempre ajuda ter um guitarrista e vocalista que é PhD em biologia molecular com foco em vírus. [risos] Foi algo bem pontual. Eu li em algum lugar que o Dexter é um dos principais biólogos do mundo! Eu acho que li isso no Twitter, então eu vou acreditar que é verdade.

Dexter: [risos]

TMDQA!: [risos] Pessoal, muito obrigado pelo tempo de vocês. Foi um prazer, vocês são ótimos. Espero que vocês se divirtam no Rock in Rio, com bastante caipirinha, e nos vemos em breve!

Dexter: Obrigado, Felipe! Foi bom falar com você.

Noodles: Obrigado! Até mais!

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