tiago arrais passou por uma situação pessoal que não apenas mexeu bastante com a sua vida como acabou se transformando em canção.
Na verdade, a morte do seu avô acabou inspirando uma série de composições que se tornaram o primeiro disco solo do artista, a trilha de volta, lançado hoje (29) pela Sony Music Brasil.
Gravado em Nashville e Santa Fe, nos Estados Unidos, o disco foi produzido por BÆRD e traz uma sonoridade bastante particular, viajando por estilos que vão do Folk ao Pop passando pelo Indie, e também uma enorme dose de sentimentos próximos ao autor.
Em um papo exclusivo com o TMDQA!, ele explicou:
Nesse disco, ´A Trilha de Volta´, eu falo sobre a minha família. É um disco que eu escrevi pra minha família, no momento de vida que estou vivendo agora, pensando nas memórias do passado, lidando com o esquecimento, com os medos sobre o futuro. Principalmente dentro do contexto de pandemia, que a gente vive ainda, o cenário político, social.
E, nesse disco, eu tentei trazer um pouquinho de luz, um pouquinho de paz. Tentei lembrar a mim mesmo, e a todo mundo que vai ouvir, o que, de fato, importa nessa vida, que é a família, são as pessoas. Então, basicamente, o disco é sobre isso, sobre memória, sobre esquecimento e o quão breve é essa nossa vida no planeta.
As inspirações vieram desse contexto de família, mesmo. Claro, escuto muita música, sou impactado por diversos artistas nacionais, do 5 a Seco, Tim Bernardes, até artistas internacionais, como Damien Rice, Bon Iver e tanta gente boa. Não tentei buscar referências pra sonoridade do disco em si, mas gosto muito do trabalho desses artistas.
Já disponível em todas as plataformas de streaming, o novo disco de tiago arrais é “terapêutico”, como o mesmo explica:
Espero que vocês gostem d´A Trilha de Volta, que é pra trazer um pouquinho de reflexão e é um disco praticamente terapêutico, pra lidar com todos esses dilemas da vida em família e trazer um pouquinho de paz pra esse povo todo que tá sofrendo tanto nesses anos de pandemia.
Em release para a imprensa, ele também falou sobre como a dor de perder o avô influenciou o álbum:
Comecei a escrever as canções na época em que meu avô morreu. Ele foi a primeira pessoa próxima que perdi em toda a minha vida, notei que nos dias que se seguiram, o que eu mais sentia falta era de sua voz. Pensava em como ninguém, nunca mais, me chamaria pelo nome como ele me chamava… e acho que de alguma maneira eu queria que minha família ouvisse a minha voz cantando pra eles, queria criar um registro disso.
Além do papo, o artista também nos mandou uma playlist composta de artistas que lhe inspiram diariamente e lhe influenciaram para o álbum, passando por nomes como Chico Buarque, Milton Nascimento, Tiago Iorc, O Terno, Anavitória, Bob Dylan, The National e mais.
Você pode ouvir a playlist logo abaixo, bem como a belíssima canção “a grande beleza” na playlist TMDQA! Acústico, no Spotify.