Ah, o rock! Mais que um estilo musical, um estilo de vida. Este 13 de julho, Dia do Rock, é sim pra celebrar dos jeitos mais tradicionais, tomando uma boa cerveja e escutando aquele discão com volume no último.
Mas, em pleno 2022, que tal a gente aproveitar a data pra quebrar o estigma “durão” que cerca o gênero? Afinal, se tantas bandas incríveis ajudaram na nossa formação musical, emocional e até de caráter, está na hora de retribuir!
Um levantamento de 2021 do IBGE mostrou que 17,3 milhões de pessoas no Brasil têm algum tipo de deficiência, o que representa 8,4% da população acima de dois anos.
Apesar dessa parcela tão grande, muitos brasileiros ainda confundem a pessoa com deficiência com alguém “especial” ou menos capaz de realizar tarefas comuns.
Separamos as histórias de sete artistas nacionais e internacionais que são virtuosos em seus instrumentos e ainda promovem discussões sobre a inclusão no rock, trazendo uma importante visibilidade para esse público. Confira a seguir!
Embora tenha lançado apenas dois discos no fim dos anos 80, o duo Cacophony ficou marcado pela virtuosidade dos dois guitarristas Marty Friedman (ex-Megadeth) e Jason Becker. Este último foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica aos 20 anos e, mesmo sem alguns movimentos do corpo, continuou compondo com o auxílio de programas de computador. Ele também integrou a banda de David Lee Roth e tem vários discos solo lançados.
Vocalista e guitarrista da banda Retinoises, Rudolph Oliveira levanta a bandeira da deficiência visual, já que sofre uma grave degeneração ocular que o está levando à cegueira. O nome do grupo faz referência à condição dele, a retinose pigmentar, que atinge uma em cada seis mil pessoas no mundo.
Essa história já é clássica: quando tinha 17 anos, o guitarrista perdeu as pontas de dois dedos da mão direita enquanto trabalhava em uma indústria. Para continuar fazendo música, ele desenvolveu uma espécie de dedal, começou a usar cordas de banjo, que eram mais leves, e mudou a afinação da guitarra, trazendo timbres e tons diferentes para o rock. O resto é história.
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Acredite se quiser, mas o Brasil não tem um levantamento oficial sobre sua população com autismo. Mas o Center of Diseases Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos, estima que são cerca de 2 milhões de pessoas. O baixista da banda paulista Inraza, Robin Gaia, que é autista, usa sua visibilidade graças ao ótimo som do grupo e trata com frequência do tema em suas redes sociais, alertando sobre o capacitismo. Conteúdo necessário!
Um dos membros originais do Def Leppard, Rick Allen está na banda de hard rock desde 1978. Em 1985, ele sofreu um acidente de carro e perdeu um dos braços, mas isso não o impediu de seguir fazendo o que amava — e foi justamente nos anos 80 que a banda teve seus maiores sucessos. Hoje com 58 anos, ele é considerado um dos bateristas mais importantes de todos os tempos e serve como inspiração para tantas pessoas ao redor do mundo.
O baterista Gui Caiaffa, que foi aluno de Jean Dolabella (ex-Sepultura, Ego Kill Talent), tem um canal com diversas covers, aulas e conteúdos sobre o instrumento e sobre inclusão na música. Gui é portador da síndrome de Apert, doença genética rara que gera má-formações congênitas pelo corpo, inclusive nas mãos. No vídeo abaixo, ele tocou simplesmente uma composição de Dave Grohl.
Com a missão de “reinventar a orquestra para o século XXI”, a Paraorchestra foi criada pelo maestro Charles Hazlewood em 2011 para reunir os melhores músicos com deficiência do país. Hoje, o projeto britânico também realiza performances e artes visuais. O grupo ganhou notoriedade depois de participar da cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, ao lado do Coldplay.