10 músicas que mostram que a música pesada vai muito bem em 2022

Há muito tempo se fala que o Rock — ou a música pesada, de forma geral — estaria morrendo.

Esse discurso já foi desmentido inúmeras vezes mas sempre há um ou outro que vai insistir nele, em especial nos meios mais conservadores nesse sentido — e o Metal definitivamente é um destes.

A afirmação, no entanto, é ainda mais absurda quando olhamos para essa cena que tem ficado cada vez mais inclusiva, abrindo caminho para o surgimento de bandas que talvez jamais teriam espaço em outras eras, que vêm dominando a cena pesada e mostrando que a boa música não tem cara, cor, sexo ou qualquer outro fator físico determinante.

Para te provar isso de uma vez por todas, separamos 10 músicas lançadas neste ano de 2022 que dão uma ideia de tudo que está acontecendo de bom no Brasil e no mundo nesse sentido. Vem com a gente!

Behemoth – “Ov My Herculean Exile”

Behemoth
Foto por Oskar Szramka

Começamos a lista logo com um titã do Metal, o Behemoth. A banda polonesa vem chamando mais atenção do que nunca nos últimos anos, graças aos seus ótimos dois últimos discos, The Satanist (2014) e I Loved You at Your Darkest (2018), e parece estar pronta para fazer o mesmo em 2022.

Prestes a lançar o disco Opvs Contra Natvram, que deve chegar em Setembro, o grupo já divulgou dois single. Uma delas é a ótima “Off to War!”, mas destacamos aqui a poderosa “Ov My Herculean Exile”, que resgata os elementos que levaram a banda a furar a bolha nesses últimos anos e os traz de volta com nova força e muito peso.

Black Pantera – “Fogo nos Racistas”

Black Pantera
Crédito: @sete77sete

Entrando no panteão nacional, o Black Pantera certamente desponta como uma das maiores realidades — pois já deixou de ser promessa há algum tempo — com o lançamento de seu novo disco Ascensão. O trabalho, aliás, levará o trio mineiro ao palco do Rock in Rio mais ao final do ano.

E não é à toa, já que o grupo faz ótimo uso da música pesada para protestar em meio a riffs potentes, baterias que soam como um soco na cara (no melhor sentido, claro!) e uma estética impecável que adiciona ainda mais corpo à obra que tem tudo pra ser um dos grandes discos pesados do ano, com destaque especial para a faixa “Fogo nos Racistas”, um verdadeiro hino.

Bullet Bane – “Pra Não Ter Que Enxergar Onde Errei”

Bullet Bane
Foto por Renan Bossi

Quem ouvir os primeiros segundos de “Pra Não Ter Que Enxergar Onde Errei” pode não entender por que a música veio parar aqui, mas basta esperar os fortes gritos de Arthur Mutanen aparecerem junto com o peso das guitarras do Bullet Bane para que tudo faça sentido.

A canção une elementos do Emo com o Metal e pode ser uma ótima pedida para quem não tem tanta intimidade com o gênero começar a conhecê-lo, assim como acontece com todo o resto do ótimo BLLT, novo trabalho lançado pelo grupo em 2022.

Crypta – “I Resign”

Crypta
Divulgação

Seguimos com bandas brasileiras e não poderíamos deixar de falar da Crypta. A banda liderada por Fernanda Lira e formada apenas por mulheres vem derrubando barreiras há algum tempo e faz, sem dúvidas, um dos sons mais interessantes dessa nova geração do Metal.

Elas já haviam provado isso com Echoes of the Soul, álbum de estreia lançado em 2021, e voltam a dar aula na mais recente “I Resign”, primeiro single pós-disco que traz uma atmosfera talvez ainda mais dark e extrema, pra nenhum truezão botar defeito.

Hibria – “Skyline of the Soul”

HIBRIA
Crédito: Fernando Mazza

Quando se trata de Metal Melódico, por mais que tenhamos tantos grandes nomes ativos ao redor do mundo, poucos chamam tanta atenção atualmente quanto os brasileiros da Hibria. A banda tem longo tempo de estrada e parece ter atingido um novo auge com o lançamento de seu último disco, Me7amorphosis.

O trabalho tem como destaque a faixa “Skyline of the Soul”, que incorpora tudo que torna o gênero marcante sob uma nova cara e, talvez mais importante do que qualquer outra coisa, com muita honestidade. Um prato cheio para quem curte riffs rápidos, solos insanos e vocais poderosos!

In Flames – “State of Slow Decay”

In Flames
Divulgação

Na estrada há muito tempo, o In Flames talvez nem seria mencionado aqui se não tivesse feito um verdadeiro retorno ao auge em seu novo single, “State of Slow Decay”. Pioneiro do Death Metal Melódico, o grupo parece ter reencontrado a pegada que os consagrou em discos como Clayman (2000) e Reroute to Remain (2002).

A nova faixa, aliás, soa como alguns dos trechos mais pesados dos discos em questão, retomando elementos que voltam ainda mais na linha temporal da banda. Além de ter um dos melhores riffs do ano, “State of Slow Decay” inova com sua estrutura pouco convencional antes de entregar um refrão forte e grudento.

Monuments – “False Providence”

Monuments
Divulgação

Voltando à nova geração, o Monuments já tem algum tempinho de estrada mas parece ter entrado em seu auge com o lançamento de seu novo disco In Stasis. O trabalho é um baita cartão de visitas do vocalista Andy Cizek, um dos maiores responsáveis pela ótima fase que vive o grupo.

Os excelentes riffs continuam por aqui mas o alcance vocal de Andy realmente eleva a banda a um novo patamar, como fica bem claro em “False Providence” através de sua incrível capacidade de transitar entre uma belíssima voz limpa e uma pesadíssima voz gritada. Aulas!

Ratos de Porão – “Aglomeração”

Ratos de Porão
Foto por Marcos Hermes

O Punk, enquanto atitude, é algo que vai se moldando de acordo com o contexto sociopolítico da época. Dado tudo que vem acontecendo nos últimos anos e, claro, em 2022, o Ratos de Porão nunca pareceu tão necessário e felizmente ganhamos um baita disco do grupo de João Gordo para servir como trilha sonora.

Fazendo uso justamente dessa necessidade crítica, o Ratos encontra em Necropolítica uma forma de protestar com muito peso e lança um dos melhores álbuns de sua carreira, com grande destaque para a faixa “Aglomeração”, uma pedrada do início ao fim seja no sentido instrumental ou da letra.

Spiritbox – “Rotoscope”

Spiritbox
Foto por Jonathan Weiner

Grande revelação dos últimos anos, o Spiritbox lançou o disco Eternal Blue em 2021 e se viu em uma posição que deixa muitas bandas desconfortáveis: o famoso “tá, e agora?”. Bom, agora a banda canadense liderada pela vocalista Courtney LaPlante divulgou um EP com três músicas comandado pela excelente “Rotoscope”, que mostra mais uma evolução sonora.

Com fortes elementos do Rock Alternativo mas sem deixar de abraçar as influências do Metal que os consagrou, o grupo encontra nessa mistura sonora uma forma de conseguir seguir em frente em um caminho que parecia ter atingido um auge muito cedo.

Underoath – “Damn Excuses”

Underoath
Foto por Dan Newman

Também estabelecido na cena há algum tempo, o Underoath teve um hiato que foi encerrado pelo disco Erase Me em 2019. O trabalho não foi lá tão aclamado por público e crítica, mas a banda continuou seguindo em frente e mostrou um retorno à forma em sua obra mais recente, Voyeurist.

Isso é verdade em especial na faixa de abertura, “Damn Excuses”, música de uma força impressionante que usa e abusa do groove em meio ao peso e, claro, faz qualquer fã se deliciar com os vocais de Spencer Chamberlain e Aaron Gillespie. Que venha muito mais por aí!

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