Charlie Brown Jr. - Transpiração Contínua Prolongada

Exatamente há 25 anos, em 16 de Junho de 1997, a música brasileira tinha um de seus marcos mais importantes com a chegada de um disco seminal na história. Trata-se, claro, de Transpiração Contínua Prolongada, o emblemático disco de estreia do Charlie Brown Jr..

Entre 1992 e 1997, a banda se transformou de um embrião da cena do Rock nacional em uma das maiores revelações do gênero graças ao lançamento do álbum, que surgiu após uma longa jornada.

25 anos depois, o disco ainda é um dos mais influentes da música brasileira com sua mistura única de Reggae, Rap, Rock e, claro, o Skate Punk que se popularizou no Brasil muito graças ao grupo. Logo em seu primeiro single, “O Côro Vai Comê”, a banda já mostrava isso de forma incrível.

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À época formado por ChorãoMarcãoThiago CastanhoChampignon Renato Pelado, o quinteto original é até hoje considerado por muitos como a melhor formação da banda que teve diversas outras caras durante sua existência.

Além de ser uma das melhores faixas do trabalho, “O Côro Vai Comê” acabou virando uma espécie de hino para a banda — afinal, “meu, tu não sabe que que aconteceu: os caras do Charlie Brown invadiram a cidade”.

Transpiração Contínua Prolongada

Essa invasão, no entanto, não foi uma coisa do dia pra noite. Como falamos, a banda estava desde 1992 na ativa e, inclusive, fez a transição de cantar em inglês para o português antes mesmo de gravar suas primeiras músicas.

Quem falou sobre isso foi o guitarrista Marcão, em entrevista ao jornal A Tribuna de Santos, em 2017:

É um álbum atemporal, tal como toda a obra do Charlie Brown Jr. Foram cinco anos até a gravação dele. De 1992 até 1997, nós ralamos muito. Fizemos a transição das músicas do inglês para o português, recebemos muitos ‘joinhas’, mas vários ‘não’. Sem dúvida alguma é o trabalho mais marcante, foi um divisor de águas nas nossas vidas.

Na própria letra de “Charlie Brown Jr.”, o vocalista Chorão canta sobre esse processo:

Foram muitos anos de vivência / Muitos baldes de água fria na cabeça / Muitos goles a mais, alguns passos para trás / Só flagrando a cena

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Mas, ainda que “O Coro Vai Comê” tenha sido uma ótima escolha para abrir a divulgação do álbum, ela não representava nem de longe todas as vertentes que o quinteto explorava.

Transpiração Contínua Prolongada ainda trouxe faixas como “Lombra”, que misturava uma sonoridade Funk Metal com o rap de P.MC, “Aquela Paz”, que já exibia o potencial radiofônico que foi explorado com maestria nos trabalhos subsequentes, ou a própria “Tudo que Ela Gosta de Escutar” que tratava de um tema recorrente nas letras de Chorão: o romance entre pessoas de classes sociais diferentes.

No entanto, nenhuma dessas atingiu o sucesso e importância de duas outras canções do registro. “Proibida pra Mim (Grazon)”, um hino do Skate Punk no Brasil, e a icônica “Quinta-Feira”, que falava de um homem que tinha tudo para dar certo na vida mas acabou se viciando em cocaína.

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Com o falecimento de Chorão, é claro que esta última ganhou um significado ainda mais impactante e, para muitos, é a canção mais triste da banda atualmente. Já a primeira, que ainda teve versão feita por Zeca Baleiro, se tornou a música mais tocada pelos caras em shows e a mais reproduzida em bares, restaurantes e afins.

25 anos após o lançamento, estes são apenas alguns exemplos e justificativas para que Transpiração Contínua Prolongada continue sendo uma ode à revolução sonora promovida por uma das bandas mais importantes e pioneiras do Rock brasileiro e segue como um dos pontos altos da discografia do Charlie Brown Jr.. Relembre a seguir!

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