My Chemical Romance - Three Cheers For Sweet Revenge

Por Bia Vaccari e Tony Aiex

Há 18 anos, Helena levantava de seu caixão para desfilar no corredor da The Immanuel Presbyterian Church. Uma simples cena de um videoclipe tornaria-se hoje um dos principais marcos da música alternativa estrangeira: a primeira faixa do disco Three Cheers For Sweet Revenge, lançado em 8 de junho de 2004.

O segundo álbum de estúdio do My Chemical Romance é um verdadeiro espetáculo de conceito, elevando o patamar da banda em termos de sonoridade e estética já apresentados em I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love (2002). É considerado por muitos fãs o melhor disco da banda — e não só pelo público, já que a revista NME, por exemplo, listou o trabalho como um dos “20 álbuns Emo que resistiram ao teste do tempo” e a Spin Magazine o classificou na posição 260ª entre “Os 300 Melhores Álbuns dos últimos 30 anos”.

Definindo uma era (coisa que, descobriríamos que o MCR leva muito a sério), Revenge é lembrado com muito carinho por todo mundo que já se identificou com a cultura emo algum dia. Viajando entre o pop punk, o post-hardcore e, sobretudo, a mistura de rock alternativo com traços clássicos do emo, o disco mostra as habilidades da banda em termos de composição e trouxe o reconhecimento que mereciam na época, já que o lançamento de Bullets não fora tão estrondoso assim.

Conceito, sonoridade e legado

Até hoje, canções como “Helena” e “I’m Not Okay” são consideradas verdadeiros clássicos para a música e a cultura emo. Mas não é somente de hits que Revenge garante seu espaço na história: cada detalhe do disco foi pensado nos mínimos detalhes, introduzidos de forma quase que teatral.

Com uma estética toda trabalhada no preto, branco e vermelho, a banda marcou toda a sua turnê com maquiagens e trajes que até hoje são reproduzidos pelos fãs em festas à fantasia e sobretudo no Halloween — que curiosamente é levado bastante a sério por ser o aniversário do guitarrista Frank Iero.

Sonoramente, Three Cheers for Sweet Revenge traz um ar mais melódico para combinar com a sua atmosfera teatral, afastando-se um pouco dos berros de Bullets. Na época do lançamento, o trabalho foi fortemente comparado a músicas de bandas como AFI e Thursday.

Falando das composições, Revenge dialogou profundamente com os fãs de pop punk da época justamente pela sua lírica existencialista e canções de “auto-ajuda”, como o próprio vocalista Gerard Way descreve “I’m Not Okay (I Promise)”. Para combinar, o single é até ambientado numa escola, trazendo a proximidade e o escapismo que todo o adolescente procurava em canções e bandas do gênero (na época e até hoje).

Recepção ao My Chemical Romance

Com todas as faixas assinadas pelo MCR, o disco chegou a emplacar os singles “I’m Not Okay (I Promise)”, “Helena” e “The Ghost Of You” nas paradas dos Estados Unidos, antecipando o sucesso que estaria por vir para o álbum como um todo.

Os produtores foram os mesmos de Bullets, que puderam acompanhar o amadurecimento vocal e lírico dos integrantes. São doze faixas ao todo e um interlúdio que mais tarde tornariam-se os 39 minutos e 36 segundos favoritos de boa parte da base de fãs do grupo liderado por Gerard Way.

Veículos exigentes como a Pitchfork chegaram a celebrar o álbum, e o site deu nota 8.2, sendo que pontuações acima de 8 não são comuns para a plataforma. Outros veículos, como a Rolling Stone, deram notas médias como um 3 de 5, mas o fato é que o disco foi responsável por não apenas catapultar a carreira da banda como influenciar diferentes gerações.

Three Cheers for Sweet Revenge acumula mais de 3 milhões de cópias vendidas até hoje e foi certificado três vezes como platina pela RIAA em dezembro de 2017.

Mais que números importantes, pavimentou o caminho para que a banda consolidasse a sua sonoridade e lançasse, em 2006, a obra prima The Black Parade.

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