Ministério Público investigará shows em cidade onde Zé Neto criticou Anitta e Lei Rouanet

Ministério Público investiga 24 cidades do Mato Grosso por shows realizados com dinheiro público, incluindo o evento em que Zé Neto criticou a Lei Rouanet.

MP determina investigação em cidade que Zé Neto criticou Lei Rouanet e atacou Anitta
Reprodução / Instagram

A prefeitura de Sorriso, cidade em que o cantor Zé Neto, da dupla com Cristiano, criticou a Lei Rouanet e jogou indireta para Anitta, será investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE).

Este é mais um desdobramento da enorme polêmica envolvendo os shows realizados por prefeituras no interior e os cachês pagos a músicos populares, principalmente ligados ao sertanejo.

Como informa O Globo, o procurador-geral de Justiça também determinou que outros 23 municípios de Mato Grosso devem ser investigados pela contratação de artistas sertanejos e de outros gêneros com dinheiro público.

Segundo o Ministério Público, as contratações foram feitas para shows em eventos públicos, sendo a maioria deles festas de aniversários de emancipação política das cidades.

Polêmica de Zé Neto e Cristiano com a Lei Rouanet

Como te falamos anteriormente, o sertanejo Zé Neto provocou a cantora Anitta durante sua performance em Sorriso dizendo que “não precisava fazer tatuagem no toba” para mostrar que estava “bem ou mal”.

Além disso, o músico declarou que ele e Cristiano são artistas que não dependem da Lei Rouanet, pois seu cachê “quem paga é o povo”.

A declaração do cantor fez com que não só internautas mas também autoridades questionassem os pagamentos de centenas de milhares de reais que prefeituras de cidades do Brasil, muitas de pequeno porte, fazem aos artistas do gênero.

Ainda segundo O Globo, a prefeitura de Sorriso pagou R$400 mil pelo show da dupla sertaneja sem licitação, ou seja, sem nenhum tipo de concorrência para o serviço.

No geral, o valor total com a contratação de cantores para a Exposorriso — feira agropecuária realizada em comemoração aos 36 anos de aniversário da cidade — somou R$1 milhão.

Investigação dos shows realizados por prefeituras do Brasil

Com os valores desembolsados pelos municípios sendo diversas vezes desproporcionais ao tamanho de alguns locais, o MP afirma que a investigação tem como base as denúncias de altos valores pagos por prefeituras no país para a contratação desses shows nacionais.

Ainda estão em questão denúncias de que verbas que deveriam ser utilizadas em áreas essenciais, como saúde e educação, estariam sendo remanejadas para o pagamento dos cachês desses artistas.

Outros municípios, além de Sorriso, que supostamente custearam eventos com verbas públicas são Gaúcha do Norte, Porto Alegre do Norte, Figueirópolis D’Oeste, Nortelândia, Salto do Céu, Alto Taquari, Novo São Joaquim, Nova Mutum, Sapezal, Canarana, Acorizal, Brasnorte, Água Boa, São José do Xingu, Vera, Barra do Garças, Juína, Querência, Bom Jesus do Araguaia, Santa Carmem, Matupá, Nova Canaã do Norte e Novo Horizonte do Norte.

Vale ressaltar que, mesmo que a contratação sem licitação esteja prevista no Artigo 25 da Lei das Licitações em caso de artista “consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública”, é necessário um contrato público sujeito a controle de órgãos como Tribunais de Contas e Ministério Público.

Gusttavo Lima se pronunciou sobre polêmicas

Em meio às polêmicas, Gusttavo Lima se pronunciou depois de ter sido acusado de receber dinheiro público desviado ao cobrar R$1,2 milhão por um show em Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais.

O músico fez uma live dizendo que não diminuiria o valor de seu cachê pois tem “contas a pagar” e chegou a chorar ao afirmar que tem vontade de “jogar a toalha”. Saiba mais detalhes aqui.

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