Rogério Skylab no Amplifica com Rafael Bittencourt e Supla
Reprodução/Instagram

Há algum tempo, a gente te falou por aqui sobre como Rogério Skylab foi uma das primeiras personalidades a criticar o apresentador Monark, do Flow Podcast, bem antes dos escândalos recentes que levaram ao desligamento do podcaster da atração.

No entanto, em uma nova visita ao estúdio do Flow, Skylab parece ter tido uma experiência ainda pior. Curiosamente, a expectativa era outra — afinal de contas, dessa vez ele estava participando do Amplifica, programa comandado pelo guitarrista Rafael Bittencourt, do Angra, e que contou também com a participação de Supla no mesmo dia.

Mesmo depois de compartilhar uma foto falando que o programa foi “mais um pra ficar na história”, Rogério usou o Facebook para desabafar e fazer duras críticas ao guitarrista, a quem se referiu como alguém “que se acha inteligente e de bom gosto”, e ao vocalista, chamado de “bon vivant, menino mimado, nascido em berço de ouro, acostumado a ser o foco da atenção”.

No fim das contas, acabou dizendo até que sentiu “saudade do Monark” pois, segundo o cantor, o apresentador tinha “uma ingenuidade selvagem”, que “pelo menos era mais livre, ainda que não isenta a cair em terríveis armadilhas”.

Você pode ver o post de Skylab na íntegra logo abaixo ou clicando aqui. Ao final da matéria, confira o podcast completo com os músicos.

Rogério Skylab desabafa sobre podcast com Rafael Bittencourt e Supla

Vou comentar sobre o encontro desta quarta-feira entre eu, Supla e Rafael Bittencourt no Flow. Senti saudade do Monark. Cheguei a comentar isso com Michael Douglas no seu carro blindado. Monark tinha uma ingenuidade selvagem. Era curioso. Porque muitas vezes eu o sentia muito próximo de mim. Só que de repente, ele caía pro outro lado. Ele concluía de forma atabalhoada, como se não pudesse trair a ‘cartilha’ – essa ‘cartilha’ que acabou deixando-o em maus lençóis. No caso do episódio dessa quarta-feira, eu me vi cercado por outros dois tipos de ingenuidade: a ingenuidade do bom vivant, do menino mimado, nascido em berço de ouro, acostumado a ser o foco da atenção; e a ingenuidade de quem se acha inteligente e de bom gosto. Eu te confesso que me foi torturante essa sessão e em alguns momentos eu deixei isso claro. Em relação ao companheiro ‘inteligente’, era muito fácil desarmá-lo. Bastava seguir a linha das suas argumentações, todas elas fundadas no bom senso e numa pretensa racionalidade. ‘Pretensa’ porque no fundo era delirante como eu fiz ver em relação a sua famigerada ideia sobre ‘educação’. Daí porque sugeri maconha pra mesa. A maconha desarma os espíritos. Nos deixa desatentos, faz aparecer buracos. O que seria intolerável para o armadíssimo Supla, com a sua velhíssima performance ou fórmula, sem a qual tudo nele se desmorona. Por isso que ele falou: só depois da conversa. Já o inteligente, prontamente me perguntou: mas você fuma maconha, Rogerio? Ele não entendeu que a minha sugestão era pra ser aplicada naquele momento e só tinha sentido se todos na roda aderissem. A essa altura dos acontecimentos, o meu alvo era o inteligente. Até porque ele era o alvo mais fácil: a ingenuidade da ‘inteligência’ salta aos olhos, já diria Nietzsche. Quando ele falou na questão da ‘atitude’ dos punks, aí foi mamão com açúcar. Me veio à mente toda a pretensa superioridade do rock progressivo. Como se a atitude estivesse em oposição à estética. Como se o vocalista dos Sex Pistols não tivesse criado uma nova estética. Como se a maneira de cantar do funk não fosse um ato estético. Do outro lado, o menino mimado e deslumbrado, seguia à risca a sua atuação, apresentando, vez por outra, as suas musiquinhas constrangedoras. A ingenuidade do Monark pelo menos era mais livre, ainda que não isenta a cair em terríveis armadilhas.

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