5 Seconds of Summer
Divulgação

Com uma trajetória repleta de hits globais, o 5 Seconds of Summer poderia ficar dentro da zona de conforto pelo resto da carreira sem qualquer problema.

Ao invés disso, o quarteto formado por Luke Hemmings, Michael Clifford, Calum Hood e Ashton Irwin resolveu seguir por outro caminho e renovar totalmente a sua estética, algo que já fica bem claro em “COMPLETE MESS”, primeira música nova em dois anos e também a primeira prévia do novo disco, ainda sem nome, que será o quinto da carreira do grupo.

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Produzido pelo próprio Clifford, o álbum sucessor de Calm (2020) será lançado de maneira independente em parceria com a BMG, mostrando ao mundo que os músicos australianos realmente estão colocando todas as fichas em sua originalidade e criatividade, apostando que o público irá se identificar mais do que nunca com as canções mais pessoas já feitas por eles.

Para saber um pouco mais sobre o que vem por aí e como foi esse processo, o TMDQA! bateu um papo com Calum e Ashton e você pode conferir essa entrevista logo abaixo!

TMDQA! Entrevista Calum Hood e Ashton Irwin (5 Seconds of Summer)

TMDQA!: Oi, Calum e Ashton! É um prazer estar falando com vocês, em especial sobre esse projeto porque dá pra ver que é algo bem especial com o tanto de cuidado que está sendo colocado na música, no clipe, em tudo. Pra começar, como vocês estão se sentindo com essa nova música e com essa nova era? Vocês diriam que é a era mais pessoal e mais autêntica até hoje?

Calum Hood: Eu acho que “COMPLETE MESS” é definitivamente a melhor representação de quem a banda é agora. Eu acho que assim, é sempre uma pergunta difícil, porque há tantas camadas em relação ao que compõe a banda. E eu acho que o que a banda sempre fez muito bem, especialmente com esse disco, é ter o equilíbrio das histórias artísticas de cada um de nós dentro da música, o que é incrivelmente difícil.

Mas eu acho que a mensagem, pra mim, é certeira; eu acho que a sonoridade dela é incrivelmente refrescante, em relação ao clima musical do momento. E é uma música que poderá ser tocada por 20, 30 ou mais anos e ainda ficará confortável como uma entidade própria. Então, eu acho que é um ótimo começo para a campanha do novo álbum.

TMDQA!: Legal você falar sobre isso das histórias artísticas de cada um porque eu vi diversos fãs comentando sobre como cada um tem seu momento de brilhar nessa música. Quão importante foi isso na hora da composição?

Calum: Eu acho que é incrivelmente importante. Sabe, nos últimos anos, eu acho que é importante que eu fale disso; você sabe que o Ashton e o Luke lançaram discos realmente bons. E meio que isso só nos fez perceber novamente o quanto eles são artistas incríveis individualmente.

E aí voltando pra banda, sabe, seria só um pouco bobo não incorporar isso o máximo possível. Então, eu acho que é especialmente importante reconhecer as nossas raízes, e nós começamos como um grupo de vocalistas. É muito importante que a gente esteja capitalizando em cima disso, porque diversos grupos que nós admiramos fizeram exatamente a mesma coisa.

Acho que é só uma parte enorme da nossa jornada, ter certeza de que cada um de nós está sendo representado.

TMDQA!: Faz sentido. Eu tenho a sensação de que nesse disco vocês estão sendo mais independentes do que nunca, em relação à liberdade criativa e tudo mais. Vocês já passaram por algum momento de pensar tipo, “Nossa, isso nunca estaria no disco se tivéssemos outro produtor” ou algo assim? O que tem tornado esse processo tão diferente dos outros até agora?

Ashton Irwin: Eu acho que eu digo isso o tempo todo, mas não ser influenciado é uma excelente influência até certo ponto. Eu acho que, tipo, isso permite que você prepare e crie novas ideias originais, particularmente quando há perspectivas completas e consciências completas dentro do grupo, sabe, algo que nós temos. O nosso processo artístico é realmente afiar o que nós temos a oferecer, e afiar as nossas experiências e reforçar que as nossas experiências são responsáveis por criar músicas originais.

E nós só escrevemos o que sabemos, sabe? É meio que assim que nos sentimos. Mas eu acho que essa é meio que a pedra fundamental da criação, e nós seguimos esse caminho porque ele nos leva para um lugar de confiança. E nós temos uma grande confiança que o que nós criamos vai ser a coisa certa pra gente porque é verdadeiro.

Produção de Michael Clifford e rótulo de boy band

TMDQA!: Agora, vocês tiveram o próprio Michael produzindo esse disco. Como foi a perspectiva de vocês sobre ter um membro da banda na produção? Quão diferente foi essa experiência?

Ashton: Eu acho que o que o Michael fez muito bem foi observar de uma “vista aérea”. E eu acho que foi incrível poder observar as habilidades dele como produtor crescerem, porque eu sinto que ele estudou com esse disco, sabe? E ele… a banda deu a ele a confiança e o voto de confiança de que ele seria o cara certo, de que ele era a pessoa certa para esse trabalho mesmo com ele nunca tendo produzido nenhuma banda antes, no sentido de termos botado fé nele.

Isso é uma aposta, uma aposta na banda. Esse é o verdadeiro sucesso que estamos vivendo.

Calum: Olha, para algo que é tão novo assim, sempre há desafios, mas nós nunca deixamos ele ficar sofrendo. Sabe, nunca foi tipo, “Ok, você é o produtor, lide com isso”. Foi sempre algo unificado durante o processo todo, e é assim que sempre foi com isso, dentro da história da banda. A estrutura sempre foi de um por todos.

Então, eu acho que houve um grande sentimento de união através do processo todo. E eu acho que o Michael fez um trabalho tão incrível, sabe?

TMDQA!: Que massa! Seguindo em frente, eu sinto que esse disco é um retorno às origens mesmo pra vocês, né? Fazendo várias coisas por conta própria, voltando às raízes lá atrás. Mas, claro, antes não tinha a pressão que vocês têm hoje. Dá um frio na barriga pensar tipo, “Putz, e se a gente fizer o que a gente quer fazer e as pessoas não gostarem”?

Ashton: Acho que seria a melhor forma de sair dessa, de qualquer forma. Tá ligado?

TMDQA!: Com certeza.

Ashton: Eu não sei, essa mentalidade de ter medo simplesmente não é útil pra nós. Porque, sim, nós entendemos essa pressão. E entendemos também que podemos dar um passo errado de vez em quando. Mas você não pode de fato se definir pelas falhas ou qualquer coisa assim, isso só vai meio que nos levar para uma direção que provavelmente vai nos desafiar mais ainda.

Mas todas essas coisas, quando você está na banda, você precisa estabelecer uma série de valores e você precisa estabelecer simplesmente o que é o sucesso. Antes de você atingir o sucesso materialista, você precisa ter, sabe, um entendimento espiritual do que você está fazendo. Eu me alinho com essa música? Eu me alinho com esse projeto? Eu me alinho com as outras pessoas do grupo?

E esse é o meu caminho de vida mais verdadeiro, sabe. Isso soa realmente profundo, mas sabe, todos os valores têm raízes na vida real.

TMDQA!: Faz todo o sentido. Ainda sobre esse disco novo e fase nova, eu ouvi que vocês enxergam um processo de evolução, uma maturidade, e logo pensei que talvez isso seja uma movimentação na direção de tentar sair do estigma de ser uma boy band. Tem gente que não se importa com isso, mas pra outros afeta bastante. Como é a relação de vocês com essa questão de serem rotulados assim?

Ashton: É, palavras são uma coisa e ações são outras, sabe? Conforme ficamos mais velhos, enquanto pessoas e também enquanto seres que habitam nesta Terra juntos, você percebe que, putz, as pessoas falam coisas demais. Mas nem todo mundo faz muita coisa. Então a gente só pensa tipo, “É, tanto faz, qualquer que seja a sua percepção de nós, tá de boa”.

Mas no dia-a-dia, a gente ainda trabalha em direção à nossa realização musical. E nós temos ciência, nós não somos os melhores e podemos nunca ser, mas nós temos que tentar, sabe? Você precisa empurrar os limites e se forçar a se tornar algo assim. Várias das nossas bandas preferidas… tipo, até o Green Day foi chamado de boy band por um tempo. O blink-182 também. E essas bandas são monstros do Rock! Elas entraram nos ouvidos de tantos seres humanos.

E eu acho que isso vem de, sabe, não deixar outras pessoas definirem o que você sente que você é. Você precisa ser poderoso dentro da sua própria intuição e do seu próprio senso de si próprio e andar pelo mundo com peso e crença.

Do deserto ao Brasil

TMDQA!: É verdade! Outro assunto que eu queria abordar é que vocês devem ter tido uma experiência muito poderosa lá no Joshua Tree. É um lugar realmente mítico, né? Eu sinto que, vendo o clipe e ouvindo a música, dá pra sentir a vibe de lá. Posso estar viajando, claro, mas foi algo que influenciou de fato essa música e o disco? Como foi essa experiência?

Calum: Eu acho que o deserto… a questão do deserto, em relação a tipo, o que significa pra nós, é algo muito mais filosófico. Digo, a transformação de ser tipo praticamente um mar super vasto para o que é hoje, que é uma paisagem bem árida, eu acho que pra nós isso significa que qualquer coisa pode ser criada por lá, sabe?

E a intensa ausência de barulho também, por nós vivermos na cidade há tanto tempo, nos deu muito espaço para pensar e muito espaço para simplesmente nos reconectarmos de forma geral. Eu acho que essa foi a parte mais importante de nós termos ido até lá.

Nós curtimos demais criar coisas juntos e eu acho que isso nos deu muita empolgação em relação ao que podíamos criar, muita crença em nós mesmos. Então, esse espaço fez com que nós acreditássemos mais em nós mesmos.

TMDQA!: A minha última pergunta é obviamente pra falar sobre o Brasil! Vocês já passaram por aqui algumas vezes e tocaram até no Rock in Rio, né. Vocês têm uma memória favorita daqui? Quando vocês voltam?

Ashton: Olha, nós recebemos uma pergunta hoje mais cedo que foi tipo, “Vocês ficam de saco cheio das pessoas falando ‘come to Brazil’ e coisas assim?”, e eu sempre digo que de jeito nenhum. Nos dá provas para mostrar aos empresários que nós temos pessoas que nos querem aí!

Muitas bandas pensam no Rock in Rio como um verdadeiro ápice de todo o seu legado ao vivo, sabe. Eu vou mostrar essa filmagem do show para os meus filhos! Aquela noite foi maluca. Quando nós tocamos no Rock in Rio, nós íamos ser headliners junto com a Lady Gaga, e ela acabou não indo. Então o Maroon 5 tocou no lugar. E são essas pequenas histórias assim que realmente ficam grudadas em você, porque esse show é monumental.

E, olha, que o povo brasileiro seja abençoado porque eles sabem como se divertir e realmente viver dentro da verdadeira alma da felicidade. Eu acho que é incrível.

TMDQA!: É legal você mencionar essa história porque acabou virando um meme por aqui. Na época, a Lady Gaga anunciou o cancelamento do show no Twitter falando “Brazil, I’m devastated” e até hoje muita gente usa esse termo quando está triste ou algo assim. E vocês foram parte disso!

Ashton e Calum: [risos] Que loucura!

TMDQA!: Bom, muito obrigado pelo tempo de vocês! Foi um prazer bater esse papo e espero que vocês voltem logo. Até a próxima!

Calum: Obrigado! A todos os nossos fãs brasileiros, nós amamos muito vocês, de verdade. Nós esperamos que vocês amem as músicas que estamos produzindo. Nós mal podemos esperar para voltar e ver vocês, tocar alguns shows e ficar com vocês. Então até logo, nos vemos em breve!

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