Bryan Adams
Divulgação

Com décadas de serviço à música, Bryan Adams poderia tranquilamente ficar encostado pelo resto da vida colhendo os frutos de tudo que plantou na carreira.

Ao invés disso, o músico canadense dono de hits como “Heaven” e “Summer of ’69” acaba de lançar seu 15º álbum de estúdio, So Happy It Hurts. O título, que se traduz para algo como “tão feliz que dói”, pode parecer estranho à primeira vista — afinal de contas, os últimos anos foram alguns dos mais difíceis que todos nós vivemos.

Mas é justamente esse otimismo que tira Bryan do lugar comum e que o impulsiona a se manter ativo, fazendo o que faz de melhor: ótimas músicas que vão te ajudar a, ao menos momentaneamente, esquecer tudo de ruim que está acontecendo.

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Em um papo por e-mail com o TMDQA!, Bryan deu mais detalhes sobre a produção deste novo trabalho e ainda dissecou algumas das músicas da obra, incluindo a extremamente bem-humorada “Kick Ass” e a emocionante “You Lift Me Up”.

Confira na íntegra a seguir!

TMDQA! Entrevista Bryan Adams

TMDQA!: Oi, Bryan! Obrigado por tirar um tempinho pra falar conosco. Primeiramente, achei incrível que esse disco mostra que você foi capaz de continuar sendo um otimista mesmo nesses tempos tão difíceis. Como você acha que foi capaz de fazer isso e traduzir isso em música?

Bryan Adams: É gentil da sua parte dizer isso! Eu só gravei o que eu estava pensando, não houve nenhum grande plano para fazer com que soasse otimista. Talvez eu seja só uma pessoa otimista!

TMDQA!: A pandemia forçou muitas pessoas a consultarem ideias antigas. Isso aconteceu com você ou todas essas músicas foram escritas especificamente para esse disco?

Bryan: Eu sempre revisito ideias e anotações antigas, eu acho que isso é bem padrão para os compositores. O motivo é que às vezes quando você se afasta de uma ideia, fica claro para onde você deveria ter levado aquilo.

Mas, no geral, a maioria das músicas desse álbum veio de ideias novas que surgiram dentro e por volta da pandemia.

TMDQA!: Eu amei “Kick Ass”, é uma música tão divertida e parece uma forma leve de encarar o estado do Rock and Roll hoje em dia. Qual foi a inspiração pra ela?

Bryan: Eu precisava de uma boa música pra abrir os shows, e o meu coautor Mutt Lange tinha essa ideia sobrando por ali. Então a gente fez um FaceTime juntos e montamos uma nova versão daquilo. É obviamente uma visão bem exagerada e crassa do estado atual do Rock… e ainda me faz rir!

TMDQA!: Outra música que chamou minha atenção foi “You Lift Me Up”, já que parece uma homenagem à sua família. Pode falar mais sobre essa?

Bryan: Obrigado, e sim, é bem uma homenagem às mulheres fortes em todo lugar. A família é tudo, e todo mundo precisa da família. Minha mãe tem quase 94 anos, eu não sei o que vou fazer quando ela partir, ela tem sido meu pilar por esse tempo todo.

TMDQA!: Esse álbum teve alguma inspiração de algo diferente ou novo que você ouviu na hora de compor?

Bryan: Nem um pouco, eu só estava cavando dentro de cada música pedacinho por pedacinho. Eu não podia tocar com a banda, então eu gravei todos os instrumentos eu mesmo. Eu fiz o Keith Scott gravar alguns solos de guitarra depois.

Esse processo me ajudou a criar algo diferente do que eu tinha feito antes. É como se fosse um cruzamento entre o Get Up [disco de 2015] e o Reckless [disco de 1984].

TMDQA!: Como um músico que tem uma carreira tão longa, quão diferente foi estar fora da estrada por tanto tempo e como está a empolgação para voltar às turnês com o novo disco?

Bryan: É super empolgante estar de volta à estrada, eu mal posso esperar por Abril para começar de novo. Eu admito que foi surreal ver 16 mil pessoas de máscara em Lisboa nesse mês [de Fevereiro]. Havia um senso de empolgação tão grande do público por poder congregar novamente, dava pra sentir no ar. Incrível.

TMDQA!: Eu gosto muito do fato de você estar lançando um álbum, porque a gente vê muita gente hoje em dia lançando singles e EPs por um bom tempo antes de um disco cheio. O que você pensa disso e por que você continua com o formato tradicional?

Bryan: É tudo sobre as músicas, e sempre que eu tenho músicas suficientes eu faço um álbum. Eu acho que eu poderia ficar lançando músicas o tempo todo, mas ainda há o formato do álbum em existência. Então, enquanto eles existirem e eu puder… eu vou fazer álbuns.

TMDQA!: Na sua carreira toda, você nunca passou muitos anos sem fazer música. Esse processo é como se fosse uma terapia pra você?

Bryan: [risos] Sim, deve ser terapêutico! Mas falando sério, você não para de fazer música só porque os tempos mudaram, ou pelo menos eu nunca parei. Mais ainda, por conta de eu fazer tantas turnês com meu circo de Rock, quando você está por aí você percebe o que você precisa fazer em seguida.

A estrada é o melhor lugar para trabalhar nisso. Passagens de som, shows, tempo sozinho, tudo isso te leva a algo.

TMDQA!: O que te motiva a continuar fazendo música depois de tanto tempo?

Bryan: Meu único outro emprego foi lavando pratos. Eu basicamente não estou qualificado pra nenhum emprego propriamente dito… então eu acho que vou ficar com a música.

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