Gloria no Oxigênio Fest 2018
Foto: Stephanie Hahne

O novo podcast Amplifica, comandado por Rafael Bittencourt (Angra), já tem trazido bons relatos de grandes nomes da música brasileira e um dos mais recentes é de Mi Vieira, vocalista do Gloria.

Em sua passagem por lá, o cantor foi questionado sobre a relação de sua banda com a cultura do Metal e explicou que se viu em um “limbo”, já que não se encaixava exatamente em um rótulo:

No nosso país, querendo ou não, o Metal é algo muito forte. Você viaja para outros estados e você vê que tipo, por exemplo, às vezes você vai pro Piauí e você vê que tem metaleiro pra caramba. Isso é uma coisa que faz parte do Brasil. Mas é um meio bem duro, querendo ou não. Tem que ter muito estômago.

Eu vou ser bem sincero, Rafa. A gente sofreu muito com [o ódio], porque o Gloria veio do Punk Emo, desse rolê underground, que era mais o Emo. E o Gloria era muito Emo pro Metal e muito Metal pro Emo. A gente ficava naquele limbo, então sofremos bastante. Sofremos muito hate, por uma boa parte do público do Metal. Mas é uma banda que… a gente tem o Metalcore, né? A gente nunca teve o lance do Heavy Metal nem o lance do Thrashcore, a gente sempre buscou mais o lance do Metalcore, que é uma coisa mais nova.

Logo em seguida, Mi aproveitou para explicar algumas das referências que inspiraram o Gloria:

A gente teve muita referência do Killswitch Engage, All That Remains, do próprio Slipknot, querendo ou não, que é mais popular. Mas eu tive outras influências, eu tô até com a camiseta do Rob Zombie, eu gostava muito do White Zombie. Gosto muito do Tool, A Perfect Circle, as bandas do Maynard [James Keenan], que é o vocalista do Tool, o Puscifer. Mas a gente sempre trouxe mais esse lance do Metalcore, que era mais pro lado do mainstream lá fora, era algo bem mais comercial, e a gente seguiu muito esse caminho.

Por fim, ele ainda relembra uma conversa com Chorão, do Charlie Brown Jr., lá nos primórdios da banda:

Como a gente veio de um movimento underground, que é bem ligado ao Punk, a gente tinha o movimento straight edge — a galera vegana, vegetariana —, a gente veio desse nicho. Então o movimento Emo tava muito forte. O Gloria, por ser algo diferente, quando a gente assinou contrato com uma grande gravadora teve uma grande exposição.

Então acabamos pegando um público bem Gloria. São 20 anos de banda já — ano que vem a gente faz 20 anos de banda. E o Chorão mesmo, na época que a gente bateu um papo com ele, falou pra mim: ‘Esse som que vocês fazem vocês tão fodidos’. [risos] Porque só vocês fazem pra esse público mais mainstream. ‘Então, vocês vão sofrer’. A gente sofreu muito mas tem um público. A gente acabou criando um público no Brasil muito grande e até hoje eu vivo disso.

Assista ao corte do podcast logo abaixo!

Mi Vieira fala sobre o ódio recebido pelo Gloria

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