Nenê Altro

Por Caroline Apple

Depois de uma transformação em sua vida pessoal e uma jornada hoje firmada na espiritualidade, Nenê Altro, vocalista do Dance of Days, se jogou no rezo e lançou seu mais novo disco, Trabalho Alpa Kamaska, um “folktrônico” com letras que falam sobre cura, devoção à natureza, autoconhecimento e muito mais.

Mesmo com letras diferentes daquelas que seus fãs estão acostumados a ouvir, mais diretas e menos introspectivas, a pegada underground segue pulsando forte nas batidas, que agora ganham novas nuances com tambores, maracás, berimbau e até sons originais gravados diretamente na natureza.

E se existe a “música medicina”, Nenê vem abrindo novos caminhos com a “underground medicina”.

Logo abaixo você pode conferir um faixa a faixa que fizemos para você saber o que te espera neste novo e ousado trabalho da artista.

Continua após o vídeo

1 – “Mãe Terra”

A primeira faixa é realmente um abre alas para o que está por vir. Animada e devocional à Mãe Terra, os batuques rápidos tomam o peito e a vontade de dançar é iminente. O interessante é o como as origens underground de Nenê seguem pulsando em alguns trechos.

2 – “Eu Faço Tudo Com Leveza e Com Amor”

O que o toque de marcha feito no maracá na doutrina do Santo Daime e folk tem a ver? Nesta faixa, tudo! Mas não para por aí. Um OM reverbera com toques eventuais de sino tibetano. Tudo isso enquanto a letra traz uma ‘ode’ à autoaceitação e à confiança na vida. Uma levada daquelas que a gente fica olhando para o palco e mexendo a cabeça.

3 – “Jangadeira do Céu”

Partiu agogô atômico! Um rock indie com guitarra e voz distorcidas para falar sobre os giros do mundo e da vida e trazer referências sonoras da umbanda e do candomblé como, por exemplo, a Jurema cantada sob a perspectiva de uma juremeira. Uma faixa dançante e cheia de energia.

Nenê Altro - Trabalho Alpa Kamaska

4 – “Centelha Divina”

Cantos devocionais africanos mixados com indianos abrem os trabalhos para o tambor e os sons eletrônicos ornamentarem a letra que fala sobre nosso aspecto divinal. Uma faixa para escutar, dançar e se elevar.

5 – “Pachamama”

Hora de exaltar Pachamama no maior estilo underground! Na levada das boas e velhas bandas de rock indie, com falsetes que amamos, a faixa traz uma mensagem de esperança e de como nossa harmonização com a Mãe Terra é importante para termos mais momentos de felicidade do que de tristeza.

6 – “Guará Vermelha”

Os sons originais das aves Guará, de Cananeia, em São Paulo, dão o tom no som ritmado que traz diversos elementos como tambor, maracá e berimbau, quase que numa versão rock dos sons das rodas de capoeira. Aquele instrumental imperdível.

7 – “Todo Tempo é Meu”

Chronos dá as caras nessa faixa que remete quase que a uma música de ninar, que fala sobre as pausas que sentimos de dar em alguns momentos na nossa vida e que tudo tem seu tempo.

Um convite ao autoacolhimento e respeito ao nosso processo.

8 – “A Estrela Mais Bonita”

A viola e o maracá com toque de marcha e a mensagem remetem aos hinos do Santo Daime. A simplicidade da mensagem é típica da doutrina de berço acreano, que tem como um dos ícones devocionais a rainha da floresta, que é a Virgem da Conceição. Uma ótima oportunidade para conhecer um pouco sobre essa egrégora dentro de um disco de rock.

9 – “Supernova do Perdão”

Xamanismo na área! A força do tambor e do maracá remetem aos rituais xamânicos com a medicina da ayahuasca. A letra nos lembra da nossa luz interior e de que somos todos um. A surpresa são os toques sutis do estilo de rock das bandinhas que amávamos nos anos 2000.

10 – “A Rainha da Floresta e os Caboclos do Amor”

Folk, eletrônico e uma pegada anos 1980 dão o tom nesta faixa sobre cura com ayahuasca. O estilo underground darkwave grita em meio a uma mensagem de elevação devocional.

11 – “Eu Par”

Vem de indie pesado! Caminhando para o fechamento do álbum, Nenê traz a faixa mais densa deste trabalho, numa espécie de avaliação da jornada sobre processos internos profundos e sombrios, porém necessários para o nosso desenvolvimento. A inspiração parece ter vindo de sua transição de gênero.

12 – “Seu Ímpar”

Depois da “Eu Par” vem a “Seu Ímpar”. Na mesma pegada indie, parece que o sol começou a brilhar depois de tempos sombrios. A faixa traz sons pueris, como uma caixinha de música, uma espécie de descoberta infantil de quem se é. Lili cantou!

13 – “Stella Maris” (Feat. Luiza Rosa)

Nesta faixa, Nenê exalta a força dos mares, remetendo à orixá Iemanjá. A música é um feat com Luiza Rosa, que empresta sua voz cadenciada para dar um toque especial da ampla dimensão do feminino. Aquela música gostosa para ter numa playlist cheia de bossa.

14 – “Pistis Sophia”

Fechando os trabalhos, Nenê já chega com o som do mar e da tigela de cristal e seu OM. O álbum termina de forma suave e que convida ao relaxamento. Uma faixa que traz uma espécie de balanço da jornada deste trabalho, num gesto de gratidão, fechando com sua versão da prece Salve Rainha.

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