Reino Unido irá discutir proposta de lei para beneficiar músicos no streaming

Kevin Brennan, membro do parlamento britânico, foi quem deu início ao projeto que pode trazer pagamentos mais justos aos artistas no streaming.

Headphones streaming

Parlamentares britânicos aceitaram na última quarta-feira (24) começar a discutir uma proposta de lei que deve ajudar os artistas nas plataformas de streaming.

Apresentado pelo político Kevin Brennan, o projeto visa conseguir pagamentos mais justos aos músicos. A lei será discutida oficialmente no dia 3 de dezembro, sob o título Projeto de Lei de Membro Privado de Direitos Autorais (Direitos e Remuneração de Músicos).

O projeto tem apoio da Musician’s Union e da Ivors Academy. Além dos parlamentares, artistas como Glen Matlock, do Sex Pistols, também participaram do desenvolvimento da lei.

De acordo com a imprensa internacional, a ideia surgiu após a publicação do relatório Economics Of Music Streaming. À época, o governo do Reino Unido convocou líderes da indústria para considerar uma série de reformas no streaming. Além disso, mais de 150 artistas, como Paul McCartney e Kate Bush, assinaram uma carta aberta ao primeiro ministro Boris Johnson pedindo por mudanças.

De acordo com sua descrição oficial, o principal objetivo da lei é:

Garantir que os intérpretes e compositores sejam devidamente remunerados, colocando o tratamento da receita obtida com os serviços de streaming de música em pé de igualdade com o tratamento da receita obtida de outras fontes.

Já Kevin Brennan, autor do projeto, completou:

Mais e mais pessoas estão colocando música no streaming — isso se intensificou na pandemia — e ainda, ao contrário do rádio, não há pagamento garantido de royalties para todos os músicos que contribuíram para a gravação que está ali. Para corrigir isso, o projeto de lei visa permitir que intérpretes e compositores tenham acesso a meios para garantir uma divisão justa das receitas geradas por suas obras. Em particular, o projeto de lei introduzirá o direito a uma remuneração equitativa para os intérpretes de obras musicais, quando as obras nas quais eles atuaram forem disponibilizadas ao público.

Outro lado da moeda

A BPI (The British Recorded Music Industry), porém, não está muito feliz com o projeto.

A organização pensa que a lei vai “amarrar a música britânica na burocracia” e reduzir a renda de artistas “mais empreendedores”. De acordo com eles, o projeto ainda vai prejudicar o setor independente e criar uma “enorme incerteza na próxima geração de artistas”.

Será?