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Foto por Alexandre B A

A cantora, compositora e brincante paulista Ana Cacimba entrou no mês de Abril com o lançamento de seu EP de estreia. Intitulado Cura, o trabalho conta com quatro canções autorais e já se encontra disponível nas principais plataformas digitais.

No registro, a artista narra seus processos pessoais de cura em meio a uma pandemia mundial, a partir de seu entendimento sobre suas próprias origens, suas raízes quilombolas, seu lugar enquanto mulher negra de pele clara e suas vivências de mãe solo e artista periférica.

Nesse EP, o primeiro da minha carreira de 6 anos, trago para a reflexão temas como ancestralidade, tradições, fortalecimento feminino, fé afro religiosa, autoconhecimento e capacidade de acolher nossas próprias dores, mas com a esperança de que dias melhores virão. Foram essas as narrativas que me mantiveram – e continuam mantendo – de pé.

O clima pop do disco ganha forças com os ritmos tradicionais e a poética da cultura popular que desde sempre embalaram a artista no samba de roda, maracatu e ijexá. Agora, toda essa atmosfera surge acompanhada de guitarras elétricas e toques latinos.

Com direção musical e arranjos de Leo Acevedo e produção assinada por Sandrinho Azúkar, o EP marca o primeiro lançamento do selo independente 217 Discos. O projeto foi idealizado e gravado no isolamento social com recursos e apoio da Lei Emergencial Aldir Blanc, na cidade de Diadema/SP.

Confira abaixo o EP Cura, de Ana Cacimba, em uma visualização oficial assinada por Renan Cruz.

Matheus Santiago

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Foto por Aline Furtado

Em seu novo EP, intitulado INI, o cantor e compositor cearense Matheus Santiago busca compreender a importância do corpo como uma embalagem que é gasta ao longo da viagem chamada vida.

Durante o período de isolamento social, o artista mergulhou em si para transformar suas angústias e inquietações em arte viva, pulsante, dançante e reflexiva. O resultado é um EP de música popular brasileira que representa o processo evolutivo do artista e soa como uma autobiografia, reflete Matheus.

Muitas vezes, a cura para esses processos não acontece no momento em que idealizamos. O corpo é feito de impermanências, mudanças e, justamente por isso, ele pode ser matéria de criação e recriação.

INI, que significa “rede” na língua tupi, apresenta três faixas autorais e conta com parcerias de Caio Castelo e Klaus Sena. O trabalho traz uma sonoridade brasileira, solar e, ao mesmo tempo, melancólica para acompanhar a narrativa das composições

Nas referências do lançamento, temos nomes como Gilberto Gil e Moraes Moreira, no tocar percussivo dos violões; além de outras sonoridades e poéticas que passeiam pela discografia de Ednardo da década de 70, Dona Ivone Lara, Clube da Esquina, Beatles e representantes da música caipira.

Sei que posso crer no axé dos meus ancestrais indígenas e de África. ‘Votu’, o nome do meu EP anterior, significa vento, também em tupi. Vento este que soprou minha pele e balança INI, essa rede que embala os sonhos que estão por vir e traduzir o que as palavras muitas vezes não dão conta de dizer.

Ouça abaixo o EP INI na íntegra.

Victor Seixas

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Foto: Divulgação.

Ator, diretor, palhaço, cantor e compositor. Victor Seixas traz em sua bagagem uma extensa trajetória que permeia diversos campos das artes. Toda essa experiência nos palcos acabou desaguando em sua estreia na música, com o álbum Gesto Bruto, lançado recentemente.

Com 10 faixas inéditas, o registro apresenta personagens que amam e sofrem sem limites, que dançam sozinhos na noite e sentem falta de Margareth Menezes na saída do cinema, que rodam de Kombi pelo mundo e seguram a onda de ficar no seu quadrado nesta pandemia.

O canto chegou para Victor já nos palcos, enquanto decorava o texto e encontrava um jeito de colocar o seu corpo em cena. Ele desenvolveu, na voz, uma interpretação natural. Ao contrário do que anuncia o título do disco, cada mover de músculos e tendões dessa epopeia soa delicado. Segundo o artista, com o disco ele descobriu “um Victor que se expressa cantando e, ao contrário do teatro, não usa máscara, não está protegido por uma ficção“.

Fiquei uns dois anos, mais ou menos, cantando bem pouco ou quase nada antes de começar a produzir o disco, o que considero hoje ter sido uma experiência inconsciente para conseguir dimensionar o tamanho da música dentro de mim. É grande. E se tornou urgente.

Em Novembro de 2019, Victor fez a residência artística Dispositivo em Obras, em Salvador. Parece que foi ali, naquele laboratório de ideias, que a vontade de gravar um disco apareceu de forma mais imperativa.

Tive tempo para olhar para as músicas, decupar, terminar algumas, criar outras, conhecer canções que me mandaram, escolher. Voltei da Bahia com o processo pegando fogo.

O jovem artista assina duas faixas e meia (uma em parceria!) do álbum, que conta ainda com composições de Tomás Braune, Elisa Ottoni, Rafael Lorga (Pietá), Clarice Lissovsky e Padu. Para atualizar tanta resenha, Victor convidou Juliana Linhares (Pietá), para somar na faixa-título, e a Foli Griô Orquestra, para encorpar os naipes de sopro e percussão de “Pista Falsa”, primeiro single do trabalho a ser divulgado.

Você pode ouvir o álbum Gesto Bruto logo abaixo.

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