Layne Staley
Foto: Reprodução / Instagram

5 de abril é com certeza uma das datas mais difíceis para o fã de Grunge, já que perdemos dois dos maiores vocalistas que o estilo já viu neste dia, em anos diferentes. Em 2002, foi Layne Staley que saiu deste plano, deixando também um legado irretocável na história da música.

Vocalista do Alice in Chains e de projetos como o Mad Season, Staley é considerado até hoje uma das maiores vozes da história. Seus talentos enquanto compositor e frontman também marcaram os anos 90, fazendo com que sua “queda” fosse ainda mais sentida nos anos seguintes.

Aos 34 anos, jovem demais, Layne nos deixou vítima de uma overdose, a culminação de um trajetória conturbada e marcada pela luta contra as drogas e a depressão por anos.

Alice in Chains

Após conhecer o guitarrista Jerry Cantrell em 1987, a dupla passou por alguns projetos até chegar de fato ao projeto que os levou à fama. O primeiro disco, Facelift, viria apenas em 1990 sob uma recepção calorosa, que os colocou ao lado de um nome já bem grande da cena, o Soundgarden.

Munido de boas críticas e uma base de fãs crescente, o Alice in Chains ficou em turnê com o disco de estreia por dois anos enquanto trabalhava em seu sucessor. Dirt, o álbum mais marcante e de maior sucesso dos caras, chegaria em 1992 durante a melhor fase do grupo — mas também o início de seu momento mais conturbado.

Isso porque, durante a turnê do álbum, que passou pelo Brasil em 1993, quem enfrentava problemas com as drogas era o baixista Mike Starr, salvo pelo próprio Staley durante uma overdose. O mesmo problema também tiraria a vida do músico em 2011.

Não demorou muito para que as drogas também impactassem a vida de Layne.

Jar of Flies e Mad Season

Em 1994, ano que trouxe a morte de Kurt Cobain, o Alice in Chains lançou o EP Jar of Flies, seu primeiro trabalho a chegar ao topo das paradas.

Apesar dos números e da aclamação, a banda passava por um momento sombrio por conta da relação de Layne Staley com as substâncias. Já debilitado pelo uso da heroína, o vocalista foi o motivo pelo qual o grupo decidiu por não fazer uma turnê do álbum, e Layne aceitou entrar na reabilitação naquele ano.

Como forma de tirar uma folga dos problemas e de sua banda principal, o vocalista se uniu a nomes como Mike McCready, do Pearl Jam, e formou o Mad Season. Com o projeto, lançou o aclamado Above em 1995, único disco do supergrupo que é bastante celebrado até hoje.

Últimos anos de Alice in Chains

Após o lançamento de seu disco homônimo, o último com Layne, a história da banda em sua formação clássica começou a chegar ao fim.

Já bastante debilitado pelas drogas, Staley perdeu sua namorada de longa data e ex-noiva, a modelo Demri Parrott, para o mesmo problema. De acordo com pessoas próximas ao músico, ele nunca superou o fim do noivado com Demri, e sua morte em 1996 o abalou profundamente.

No mesmo ano, Layne faria seus últimos shows com o Alice in Chains — incluindo o lendário MTV Unplugged, gravado em abril daquele ano. A última apresentação de fato seria em julho, na abertura de um show do KISS.

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Em 1997, a banda fez uma última aparição no Grammy daquele ano. Após muitos rumores sobre sua saúde, Staley ainda gravou as faixas “Get Born Again” e “Died”, em 1998, com o grupo. Essas seriam suas últimas gravações.

A voz se cala

Após uma última aparição pública em 98, em um show solo de Jerry Cantrell, e já visivelmente tomado pelas drogas, Staley se afastou de tudo. Da música, da vida pública, dos amigos e da família.

No dia 19 de abril de 2002, o corpo de Staley foi descoberto em seu apartamento após uma ligação de Nancy Callum, sua mãe, para o serviço de emergência dos EUA. De acordo com a polícia, a morte do músico aconteceu no dia 5 de abril por overdose acidental, após a ingestão de heroína e cocaína.

À época, o Alice in Chains declarou:

É bom estar com amigos e família enquanto lutamos para lidar com essa imensa perda… e tentamos celebrar essa vida tão imensa. Procuramos todas as coisas comuns: conforto, propósito, respostas, algo para nos agarrarmos, uma forma de deixá-lo partir em paz.

Principalmente, estamos com o coração partido pela morte de nosso lindo amigo. Ele era um homem doce, com um senso de humor apurado e um profundo senso de humanidade. Ele foi um músico incrível, uma inspiração e um conforto para muitos. Ele fez ótimas músicas e as deu de presente ao mundo. Temos orgulho de tê-lo conhecido, de tê-lo como amigo e de ter criado música com ele.

Na última década, Layne lutou muito — só podemos torcer para que ele finalmente tenha encontrado um pouco de paz. Amamos você, Layne. Demais. E vamos sentir sua falta… infinitamente.

Também sentimos sua falta, Layne.

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